contato |@| sobremusica.com.br

Bernardo Mortimer
bernardo |@| sobremusica.com.br

Bruno Maia
bruno |@| sobremusica.com.br

31.3.07

Nada se cria, tudo... vira mash-up

30.3.07

Sobre música?

imagem: TonalVision
Que a música vive um momento de intensa transformação é redundante dizer. Em meio ao ciclo de palestras Música Chappa Quente, muitas das questões em torno dessas discussões aparecem nas mesas de debates, mas não só lá. Algumas centelhas se acendem ouvindo as mesas e vão ganhar corpo além das três horas dedicadas à cada assunto. Uma delas foi levantada pelo Fábio Andrade na volta do último encontro, na ESPM. Há muita música, muita gente fazendo música, muitas pessoas escrevendo sobre música, muitas mudanças comportamentais conduzidas pela tecnologia que serve à música, mas e a música mesmo? Quem quer saber dela? Quem está falando dela?

O Fábio levantou a bola de que sente cada vez mais falta de pessoas que se debrucem em cima das canções, dos álbuns, dos conceitos e de tudo que a música, enquanto forma de arte, pode se tornar objeto de análise. Vem aquele tralálá de que antigamente se faziam grandes álbuns, obras com uma consistência “artística” maior... Papo estranho. O que se percebe é que em meio a tantos blogs, fotologs, sites, os assuntos que permeiam os textos sobre música passam cada vez mais ao largo do trabalho artesanal de dissecar as obras produzidas nesses tempos. Os sons, os textos, os timbres, as evoluções e retrocessos, as estruturas de composição, as referências estéticas, os diálogos com o passado, a negação, a reafirmação... O que a música está contando agora?

Ao pegar tal crítica e jogar sobre mim, percebo que, de certa forma, é verdade. Não são muitos os textos em que me proponho a mergulhar apenas sobre as obras que ouço. Até faço, mas pouco. Recentemente as tais questões tecnológicas e comportamentais em torno deste universo têm me empolgado mais. Os personagens que compõem o meu horizonte também me são estimulantes. Ao mesmo tempo, volto a duas conversas diferentes que tive esses dias, com “pessoas da área”, nas quais mencionava o fato de achar a nova produção musical brasileira muito mediana e acreditar que vivemos, de fato, uma entressafra. Um deles parece concordar comigo, o outro não. Isso pode ser uma tentativa de desculpa para justificar algo que, pensando bem, eu também sinto falta de ler na internet. O espaço proporcionado por essa "nova mídia" poderia ser mais bem explorado para o aprofundamento das questões “estéticas-musicais”, sem ficar preso às resenhas a atacado dos “grandes veículos”.

Na conversa com o Fábio, também é apaixonado e formado em Cinema, a comparação chegou ao audiovisual, onde, ao meu ver, acontece o contrário. Já não leio a Cinética e a Contracampo, só pra pegar dois fortes exemplos, com o mesmo afinco que já fiz em outros tempos, mas, de uma forma geral, trata-se de uma linha crítica que se apega mais ao conteúdo do que as revoluções tecnológicas que também a abraçam. Do jeitinho que o Fábio sente falta na música. O olhar para o cinema está projetado fortemente sobre a telona e não tanto para as questões que envolvem o YouTube, os celulares, as novas tecnologias, possibilidades fragmentadas, etc. A tal “cara de YouTube” a que já me referi por aqui é um formato cada vez mais solidificado. A estética da webcam tornou o novo ator em um quase DJ. Ele independe dos outros para filmar, tal qual um DJ independe de uma banda. O clipe do OKGo, recém premiado como o mais criativo (???!?) do YouTube é isso. Ao DJ basta uma infinidade de discos, ao novo ator basta a infinidade de "criativadade" - a tal que o OKGo mostrou -, para explorar um espaço reduzido.

Ano passado, num longo vôo para Paris, tive uma boa conversa com Eduardo Valente sobre as novas perspectivas estéticas apresentadas pelo boom do YouTube, os enquadramentos, a redivisão espacial... Sei que ele, por exemplo, tem um olhar interessado sobre esses novos aspectos audiovisuais, como mostra no recente ótimo texto (assino embaixo!) “Por que eu assisto ao Big Brother Brasil?” ou na colagem “YouTube e o estatuto das imagens da web” . Porém ainda me parece menos do que, ao meu ver, poderia se gerar de discussão. Só um Eduardo não faz verão. Não quero me meter na “área dos outros”, muito pelo contrário. O que me parece é que não há como se desconsiderar a radicalidade como a tecnologia digital já chegou à música. O fascínio de quem escreve por esta mudança é também um sinal dos tempos, de como as inovações técnicas parecem, momentaneamente, ser mais sedutoras do que a obra por si só. A embalagem é mais bonita que o conteúdo. Recentemente disse ao Alexandre Matias que prefiro ter nascido na época do Shawn Fanning, do que na do The Dark Side of the moon. É verdade. Isso é um quase parnasianismo, sim.

Com um olho aberto, o Pitchfork aproveita para se tornar rei nessa "terra de cegos". O site norte-americano se tornou a principal publicação mundial de música indo justamente por esse caminho que o Fábio aponta. Mesmo depois da “explosão-hype” do Pitchfork, não se percebeu ainda uma mudança no perfil de quem escreve artigos sobre música. Mais do que entender isso como uma grande preguiça coletiva, prefiro - de novo! - apostar numa característica contemporânea. E se ela estiver perto da saturação – o descontentamento do Fábio pode ser um sinal – serve de oportunidade para quem perceber isso antes. Ele mesmo, de certa forma, já percebeu isso e usa o Fabito’s Way para exercitar.

No fim, apesar da certeza de que não há como se condenar essa tendência cultural – o melhor seria observá-la como produto do tempo em que ela está inserida – fica um gostinho inexplicável de culpa no canto da boca. Talvez eu vá fazer algo diferente daqui pra frente.

Ou, caetaneando, talvez não. Só uma conversa.


***************************
O Música Chappa Quente está sendo a centelha de muitas idéias bacanas. A maioria delas está por aí e eu nem sei bem. No primeiro dia do MCQ, houve uma mesa sobre o novo jornalismo cultural feito por blogs e sites colaborativos. Essa questão, por exemplo, não apareceu por lá. O barato de um ciclo de debates é o fato de que, com uma galera bacana, parece um poço de idéias bacanas que ganham vida ali e vão parar em lugares inimagináveis. Algumas delas até voltam pra você.

***************************
Nada a ver, mas tudo a ver com o que esse post. Alguém viu tocar um pedação da maravilhosa Rough Gem, do Islands (!!!!), no Big Brother (!!!!!!!!) de ontem?? Dá-lhe BBB!

Música Chappa Quente - Artista s/a

Introdução e Conclusões Finais

       “Para achar algo comparável a Internet, você teria que voltar uns quinhentos anos, até a criação da imprensa de Gutemberg, o nascimento da cultura de massa – que, incidentalmente, foi o que acabou com o mundo de reis e aristocracias. A tecnologia está tirando o poder da elite da mídia tradicional. Agora, são as pessoas que estão tomando o controle”.
       Esse pensamento, irônica ou cinicamente, é de Rupert Murdoch – o australiano que hoje é um dos maiores, se não o maior magnata de mídia do mundo. E foi dito quando a News Corp, empresa dele, comprou o site de relacionamento MySpace. Então, mais do que uma bravata ou um recado de oráculo dos novos tempos, a reflexão serve para dar peso ao que todo já percebeu. A Internet mudou tudo, e é só o começo.

       Para falar só de música, as trocas de arquivos e de informações que a rede mundial de computadores permitiu pôs em crise todo um sistema de funcionamento da cadeia produtiva fonográfica. As gravadoras e os artistas que detinham algum poder dentro dessa indústria estão sendo obrigados a rever posições, a enxugar equipes, a lidar com outros números. E uma série de novos artistas, novos selos, novos festivais, e até novos consumidores – gente que não alimentava o hábito de ouvir música – entrou na dança.
       Já está fácil dizer que a crise é fonográfica, não da música. Mas o que o artista acha disso? Um discurso comum é o de que vender música gravada vai acabar, no mínimo como fonte relevante de renda. O consumidor não saberia mais pagar por música. Ao artista, restaria fazer mais shows – e os ingressos mais caros são um fator global, não é só culpa da carteirinha, como parece – e encontrar novas formas de se viabilizar: set de dj, projetos paralelos, música para videogame, para cinema, para televisão, para publicidade, para videoquê, para desfile de moda.
       Sendo alarmista ou não o fim da venda de música, o fato é que o papel de uma empresa encarregada de gerenciar a carreira de alguém fica cada vez mais difícil.
       Entre os artistas novos, exemplos como o das aparelhagens do Pará, como o do grupo emo gaúcho Fresno ou como o do Cansei de Ser Sexy já são conhecidos de quem acompanha o noticiário de música. Lá fora, é o Arctic Mokeys, a Lily Allen, o Gnarls Barkley. Casos de gente que foi aparecer no jornal tradicional ou ter um disco com distribuição em massa só depois de já ter um público fiel até fora do seu estado de origem. Quando o artista é novo, a Internet e os arquivos de mp3 são o caminho necessário para que ele seja o próprio empresário, divulgador, assessor de imprensa, vendedor na banquinha. Até mesmo o próprio estrategista. Uma rede que liga página no myspace com fãs com fotolog com comunidade no orkut com site da banda com tramavirtual e etc é a sustentação que põe um nome, e não outro, em destaque. Quem trabalha e pensa soluções mais criativas sai na frente.
       Outro dado desse novo momento é que começam a surgir também os novos artistas independentes – gente que sempre foi de gravadora e que agora prefere assumir as rédeas da própria carreira, negociar álbum a álbum. Como será a distribuição, a estratégia de marketing, a equipe que vai tratar da produção, etc. Abaixar o próprio custo é quase sempre uma necessidade, uma nova realidade e se der para fazer isso sem restringir a taxa de lucro ou cair com a qualidade... melhor.
       Ou seja, a divisão que existia entre artista bancado e independente, entre mainstream e underground começa a ser mais sutil e mais subjetiva. Ou simplesmente a não existir. No momento em que gravar um disco ficou mais barato, sair da garagem (ou do fundo do quintal) deixou de ser o primeiro passo para estar no mundo. Isso muda também algumas regras não-escritas do mercado. Só para citar um exemplo, até a década de 90 uma banda nova só mereceria investimento se os integrantes tivessem no máximo vinte e cinco anos. Bem, hoje, isso não faz o menor sentido.
       A major como escritório onde o artista batia ponto não é mais um formato, e cabe a cada um armar para si uma infra-estrutura que dê conta de fazer a roda girar: compor, ensaiar, gravar, lançar, se apresentar, se sustentar. Mas mesmo as gravadoras – de Trama a Sony – hoje tentam se adequar a essa nova demanda e organizam tentativas de agenciamento e de gerenciamento. Os novos departamentos ainda são mais uma aposta do que outra coisa, mas indicam que a mentalidade já não é a do século passado.
       A mesa ‘Artista s/a’ quer tratar desse novo momento na vida do artista, seja ele iniciante, veterano ou a estrela da programa de tv de domingo. Quando vender estilo torna-se mais negócio do que vender faixas de música, os papéis necessariamente têm que ser repensados.


Considerações Finais

      A mesa começou com o texto acima, e depois de idas e vindas em que o artista estava sempre, de certa forma, perplexo no meio de Internet e gravadoras – sem vilões ou salvadores – chegou-se a alguns pontos interessantes. A música como atividade econômica e cultural sobrevive a crises porque mexe com a tal da emoção. Em um momento em que o Brasil e o mundo crescem – a música vai junto. E a Internet mudou hábitos de uma forma que, com maior ou menor entusiasmo, todos concordam que deu impulso fundamental para o consumo de música.
      A primeira grande questão é: qual é o real impacto dos novos hábitos da Internet – ainda mais quando a faixa de pessoas que a utilizam cresce sem que a gente possa saber até quanto – nos veículos tradicionais. Para ficar em um exemplo, o que será do New York Times impresso daqui a quinze anos? Os donos do jornal acham que o fim.
      E a segunda questão, a que interessa mais diretamente aos propósitos da mesa: como financiar um artista nesses novos modelos, uma vez que as gravadoras já não fazem isso? Algumas soluções foram pensadas: parcerias publicitárias, o cd como investimento do artista (e incentivos culturais a eles também), a estrada dos palcos e um caminho de ingressos mais caros (independente de carteirinhas de estudante, um absurdo sem discussão, na verdade). Ou várias outras, personalizadas, customizadas, e que possam mudar de um dia para o outro. Assim como a sua página pessoal do myspace, ou sua lista de mais tocadas no last.fm, sei lá.
      O fato é que a comunicação entre artista e mídia, entre artista e público, entre eu e você, e você também, está mais aberta. E isso nos leva ao paradoxo: mais acessível, e mais concorrida. O que nos leva ao paradoxo que da Grécia até hoje é que mais deu certo: a comunicação está mais democrática. Tem que aprender a lidar com isso.

25.3.07

Infosessions


Talvez sirva para abrir os debates do MÚSICA CHAPPA QUENTE dessa semana, quando os trabalhos de marketing, divulgação e "management" vão estar em discussão. Talvez sirva apenas para ouvir uma galera bacana falar. Talvez sirva pela jam que se promete para o final. Talvez valha a pena ir lá. Eu vou.


Red Bull Music Academy - Info Sessions

Palestrantes: Marechal, Marcelo Lobato (O Rappa) e Dr. Nehemias Gueiros (Direito Autoral, Música e Internet)
Atração: Jam Session (Big Band formada com músicos locais)
Rio Scenarium (Rua do Lavradio, 20 – Centro)
27/03/07 (terça-feira)
Grátis (entrada por ordem de chegada, sujeito a lotação da casa)

22.3.07

Música Chappa Quente - YouTube, MySpace, iTunes e Napster

Apresentação e Conclusões Finais

      "Os arquivos de áudio compactado conhecidos como mp3 não mudaram só a forma de se ouvir música, mudaram a forma de se compor música. Não foi só o consumidor que passou a ouvir tudo que lhe despertava interesse, sem gastar. As trocas de pedaços de música em estágio de composição, gravadas em estúdios caseiros, também permitiram mais velocidade e parcerias distantes geograficamente. Ou seja, novas experiências.
      "Isso perdeu o controle quando, na virada do milênio - um cara saído da adolescência deu o apelido dele (napster, que quer dizer
despenteado) para o primeiro software de peer-to-peer na Internet onde qualquer um podia entrar. A história está nos livros: a indústria se dividiu, se articulou, a indústria processou, ganhou e fechou o Napster.
      "Com a crise do Shawn Fanning, o áudio compactado ganhou popularidade. E o iTunes, que não é de nenhum garoto prodígio da universidade mas da gigante Apple, é o sistema de comercialização de arquivos de música que domina o comércio virtual de faixas. Um mercado crescente, e com cada vez mais participantes, enquanto aquela troca de arquivos continua ativa e ilegal.
      "Na esteira do fechamento do Napster, surgiram outros programas parecidos, sempre com mais e melhores incrementos,atualizações e possibilidades de participação ativa. Hoje, um site de troca de arquivos é também um site de relacionamento. E o maior deles, o MySpace, surgiu também de dois jovens nerds com vontade de dominar o mundo. Tom Anderson e Chris DeWolfe. A diferença para outros sites de relacionamento era uma só: mp3. E espaço para blogs pessoais, também, na verdade. Foi adotado por bandas, artistas, gente querendo ser músico, e todo o mundo que sabia manipular e baixar arquivos, primeiro nos Estados Unidos, depois no resto do mundo. Não era pouca gente, e uma empresa nova, com questões legais envolvidas e sem perspectivas de aceitar publicidade - simplesmente porque os usuários não aceitariam - foi vendida por US$ 580 milhões para uma multinacional conservadora, de comunicação: a News Corporation, de Rupert Murdoch. Na época, a conta era a seguinte: custo praticamente zero de manutenção, tudo por conta dos usuários, que são vinte milhões, cem mil a mais por dia.
      "Enquanto Napster, ITunes e MySpace iam tendo suas histórias acompanhadas em tempo real pelas bolsas e pelos noticiários do mundo inteiro, com cifras cada vez maiores, um site de busca ia surgindo como destaque de administração moderna, e criava serviços acessórios como o próprio site de relacionamentos orkut - que só dá certo no Brasil -, o serviço de correio eletrônico gmail, um mapa do mundo Google Earth, e um site em que qualquer um pode publicar vídeos. O Google Vídeo.
      "Pois mesmo com um site de vídeo para chamar de seu, a google comprou a febre da Internet, o YouTube, por US$ 1,65 bilhão. Outra vez, uma empresa com custo quase zero, de três nerds recém-saídos da universidade, com nada de concreto a não ser o potencial. Na época, eram 100 milhões de vídeos vistos por dia, e 65 mil novos uploads diários. E, claro, uma série de ameaças de processos legais por quebra de direitos de propriedade intelectual. Que a google, uma empresa que nasceu pequena e de nerds universitários, resolveu fechando acordos com três das quatro grandes gravadoras do mundo.
      "No mercado financeiro, na semana da compra, as ações da empresa ultrapassaram os 500 dólares. Foi a sexta companhia a conseguir isso. Lógico, a primeira de internet. Um ano antes, o papel da Google custava 400. E há um pouco mais de dois, quando abriu capital, era menos de cem.
      "Para resumir a história, o objetivo desse encontro é tratar de todas as questões não fechadas do mundo 2.0, com especial interesse pelas da música. O hábito do compartilhamento na rede começou marginal, alternativo, e cresceu a ponto de ser um produto de multinacionais, de empresas com ações em bolsas pelo mundo. Ainda assim, a fórmula do lucro não é conhecida. É uma aposta no futuro. Gastar agora e ganhar depois. Ainda assim, os investimentos em jovens nerds recém-saídos da universidade com idéia virtuais na cabeça segue firme."


      A mesa era a mais aberta a viagens e elocubrações, o que significa que deu para falar de mercado financeiro, filosofia nerd-existencial, fantasias, novas práticas de consumo, pulverização do underground, burocracia, custo-Brasil, simplicação do processo de mediação (quando não o fim), comércio online, hackers, crackers, bob dylan e paul mc cartney, radiohead, caixas de som de madeira... Fora Direitos Autorais, Mercado Independente, Novos Consumidores e Artistas s/a. Enfim. O que bateu mais em mim foi uma certeza: não existe crise, e há sim formas já existentes de ganhar dinheiro com internet. Agora, elas passam sempre por um sistema de organização legal e cultural que tem que servir para incentivar novas idéias: financiamento, impostos, educação, trabalho, lucros sem culpa. E, quanto à música, o principal afinal de contas, nunca ela quis dizer tanto. Justamente ao deixar de ser só produto. www.chappa.com.br

Música Chappa Quente - Rádio Online e Podcast

Apresentação e Conclusões Finais

      "A popularização do acesso à banda-larga permitiu uma série de novos hábitos. Hoje, a gente vai falar de música, e das novas formas de se ouvir rádio, de se montar o próprio programa de rádio (o podcast) ou a própria programação de rádio (casos como o da last.fm ou o pandora).
       "Os avanços da tecnologia popularizaram as ferramentas de difusão de informação. Isso afeta diretamente as duas pontas do processo de ouvir rádio. Quem escuta, pode agora sintonizar na estação que prefere entre as infinitas opções que a Internet, no mundo todo, oferece. Não há hora certa para ouvir aquele programa específico. Não há necessidade de chorar porque a rádio-samba está mudando de perfil. Ou a rádio-funk, a rádio-rock, a rádio de clássicos, a rádio-alternativa. Fora a possibilidade de ouvir de novo, voltar, pausar a rádio.
       "Para pequenos grupos, ou comunidades, o acesso à rádio é também uma forma de resistência, de disseminar pelo menos dentro da própria comunidade, opiniões e informações dirigidas aos interesses do grupo. Isso vale para rádios universitárias, favelas, sindicatos. A livre expressão, sem intermédio de esquemas de concessões públicas, ganha uma ferramenta formidável com a possibilidade de publicar material em áudio só com um microfone, um computador, um software de edição de áudio e acesso à banda larga. Pode ser caro para uma pessoa, ainda mais de baixa renda. Mas com organização e colaboração - duas palavras importantes na web 2.0 - fica viável falar com os lares e lan houses do mundo. Ou pelo menos as vizinhas ao quintal de casa.
       "As transmissões em streaming funcionam como uma alternativa às transmissões por radiodifusão. Streaming, para quem não sabe, é a forma de se ouvir música, na Internet, sem precisar fazer o download do arquivo de música. Ganha-se tempo e não se perde memória do computador.
       "Mas, como tudo que envolve música e a rede mundial de computadores, há uma série de questões legais envolvidas na difusão online. Não há legislação específica nem para podcasts nem para rádios de Internet. Nem se alguém quiser pagar pelas músicas que tocar, vai ser fácil descobrir como e para quem dar o dinheiro. Ainda assim, ninguém tem deixado de entrar na dança, e o hábito dos podcasts e das estações personalizadas é cada vez mais comum.
       "Isso tudo porque o rádio é uma das maiores paixões do ser humano, desde o século passado. Ele permitiu a comunicação de massa, instantânea, à longa distância, viral, em rede. Foram as primeiras experiências de interatividade, as feitas pelo rádio. O ouvinte pega o telefone, liga para a emissora, e se a linha não estiver ocupada, conversa com o locutor, ouvindo a própria voz ali na hora. Manda recado, pede música, participa de promoção...
       "Mas na virada do século, é cada vez mais comum ouvir que essa rádio, a de am e fm, está ficando para trás, por causa principalmente de uma prática chamada jabá. Por essa prática, as grandes gravadoras reservam parte do orçamento para uma estratégia de promoção que inclui pagar para ter a música escolhida, a música de trabalho, executada no rádio. Será?
       "Na última Feira Música Brasil, o produtor Pena Schmidt chegou a mostrar dados preocupantes. A média de uma rádio comercial seria de 12 horas diárias de música, o que daria quatrocentas canções diferentes por dia, se nenhuma fosse repetida. Pois bem, a média de canções executadas anualmente por uma rádio comercial, hoje, está entre cento e cinqüenta e duzentas. Repetindo: de possíveis quatrocentas diárias, para até duzentas anuais.
       "O debate "Rádio Online e Podcast: de ouvinte a programador" quer discutir,com os nossos convidados, formas de criar uma personalidade comercial e estética para a rádio de Internet, que não seja simplesmente a duplicação para o universo online do que acontece em universo offline. Uma nova mídia nasce, sem ainda ter uma cara definida. Ou seja, as oportunidades estão abertas.

      A mesa começou assim, e terminou três horas depois com todos admitindo que o modelo do jabá é insustentável, mas que a influência da publicidade ainda é decisiva no hábito de se ouvir música no rádio. Mesmo na internet. Aliás, é na web que está a possibilidade da diversidade, o que enquadra modelos comerciais (embora isso no Brasil ainda seja uma aposta), modelos experimentais, modelos pessoais, e etc. Para quem não condorda com o sistema de concessões públicas do espectro de am e fm, os avanços da eletrônica - mas pode chamar de tecnologia - são o impulso para a viabilidade.
      A questão do direito autoral, que já extrapolou a mesa do próximo dia 4 de abril, na UERJ, apareceu forte. E, bem, mais sobre o assunto, no site do evento: www.chappa.com.br

19.3.07

"Quero ver todo mundo mexendo o avatar"

Eu tenho medo de certas coisas.

16.3.07

Música e Tecnologia

Frase

Drew Shutte da Wired:

“Technology is the rock n´roll of our times”

Tirei daqui, olha.

15.3.07

Música Chappa Quente - Pós-jornalismo

Frases

"Da mesma forma que a indústria tem que se reinventar, a imprensa tem que se reinventar." Celso Fonseca, gerente de conteúdo do Terra

"Existe cada vez mais gente entendendo esse novo jornalismo." Celso Fonseca

"Essa geração aprendeu a não pagar por música, e eu acho isso bem saudável." Celso Fonseca

"As nossas fontes são myspace, os blogs. A própria internet precisa de cobertura. Assunto é o que não falta." Diego Assis, editor de Pop & Arte do g1

"O buraco do metrô, em São Paulo, teve uma cobertura com participação intensa do público, mandando foto, vídeo. E esse vídeo foi parar no Jornal Nacional. Quer dizer, o portal começa a funcionar como ponte entre o leitor e a televisão." Diego Assis

"Eu acho que ainda é muito caro o que se paga por um download no Brasil." Celso Fonseca

"Mas e aí? A gente precisa botar um deputado para criar uma lei nova?" "Eu acho." Berna Ceppas, músico e produtor, com resposta de Celso Fonseca

"É uma indústria mastodôntica [a fonográfica], que demora a agir." Felipe Vaz, coordenador de desenvolvimento do site do Overmundo, sobre a experiência como sócio do cliquemusic, de fazer um jornalismo viabilizado pela venda de downloads. Não se sustentou.

"A diferença essencial que existe entre autor e público está prestes a desaparecer" Roberto Azoubel, antropólogo, citando 'A Obra de Arte na Era da Repreodutibilidade Técnica' de Walter Benjamin

"Às vezes, eu acho meio prepotência a gente querer formatar essa coisa nova que é a internet." Berna Ceppas

"Não acho que seja lei ou creative commons, acho que existe uma ética que está se criando nos blogs, de citar fonte, dar crédito, inserir link." Diego Assis

      Internet e as várias mudanças de rumos na música e no jornalismo. Entre ataques e incertezas, rolaram questionamentos às leis e às regras, e tiros contra os jornalistas - não importando se de grandes veículos ou não. Quem é que não gosta disso?

Música Chappa Quente - Cadeia Produtiva

Frases

"Já em 2003, percebeu-se que a tecnologia era o caminho que a música tinha que percorrer." Sydney Sanches, advogado que participou do estudo A CADEIA PRODUTIVA DA ECONOMIA DA MÚSICA

"A indústria do instrumento é um problema para o Rio de Janeiro, devia haver mais incentivo. A maioria vem de fora, ou de ouros estados." Sydney Sanches

"O Brasil é dos poucos que ouve música produzida no próprio país, por causa de uma política pública que deu certo." Sydney Sanches

"Há uma estimativa que a música chamada independente já tenha ultrapassado os 25% no mercado do país." Sydney Sanches

"O Estado não consegue entender corretamente o tamanho da economia da cultura. As ações são muito mais de mecenas do que de investidor. Não se discutem contrapartidas, não se discutem encaminhamentos." Sydney Sanches

"O principal gargalo é a distribuição, tocar em rádio, escoar o produto para lojas." Artur Bezerra, analista de projeots do Sebrae

"O artista tem que ter visão de produtor." Artur Bezerra

"A gente vê pessoas como em Cuiabá, em Goiânia, em Belém, no Acre, com apoio de 200, 300 mil reais para festivais muito legais. E estão testando modelos lá deles." Rodrigo Lariú, produtor independente

"Essa crise também é muito internacional, não dá para dizer que num país em que na cidadezinha do interior tem um cara de moto ouvindo música no último volume com uma caixa de som na garupa, vive crise." Rodrigo Lariú

"A sociedade sabe se organizar, e até no interior a música brasileira aparece e se impõe." Sydney Sanches

"Se discute muito o acesso, mas tem casas com programação barata ou de graça que ficam vazias". Artur Bezerra

"A média das rádios é de doze horas diárias para música, e outras doze para propaganda e comercial. Dava para tocar quatrocentas músicas por dia, e na verdade a média das rádios é de cento e cinquenta a duzentas por ano." Artur Bezerra

"Eu, como empreendedor público, me sinto muito invocado com a falta do representante do BNDES." Bruno Levinson, produtor independente

"É preciso parar de olhar para trás, de tentar salvar o modelo que é o das gravadoras. Eu quero mais é que as quatro grandes multinacionais se explodam." Bruno Levinson

"Se aquele autor assim deseja, que dê de graça. Que dê o fonograma para se promover." Bruno Levinson

"O mercado está mudando e eu quero mais é que ele mude. Nunca esteve tão bom para quem é empreendedor cultural." Bruno Levinson

"Esquece rádio." Bruno Levinson

"Esse novo público, essas novas bandas, já tão sabendo encontrar o que querem. Tão mais curiosos." Bruno Levinson

"O hábito mudou. Não se pára para ouvir música. Virou trilha sonora." Bruno Levinson

      Aperar da falta de Sérgio Sá Leitão, assessor da presidência do BNDES, que disse que não conseguiu embarcar a tempo, em Brasília, o Música Chappa Quente começou bem. www.chappa.com.br

11.3.07

Cena no Rio de Janeiro

Pensamentos Soltos




 : : : : : : Nesse lance de gestação e produção do Música Chappa Quente, duas frases bateram em mim com mais força. A primeira estava no folheto do Midem, uma feira global de negócios da música, anual, em Cannes, na França. Era uma dessas de publicitário quando acerta, jogando com a emoção, para puxar para a razão. Algo do tipo “música é paixão, é talento, mas é também um negócio que movimenta milhões de euros pelo mundo”.
 : : : : : : Há uns três ou quatro meses, eu tinha visto na tv um programa de entrevistas sobre Economia Criativa, onde o exemplo do Cansei de Ser Sexy era citado. Uma banda brasileira que está em turnê pelo mundo há muito tempo e que fechou contrato com um selo de fora, sem que uma empresa brasileira ganhasse com isso. Fora os próprios menino e meninas da banda, e talvez mais uns três de equipe, o Brasil não vai transformar não sei quantos shows lá fora em reais e impostos aqui para dentro. Fiquei pensando nos funkeiros que o Diplo e o alemão Daniel Haaksman levaram para passear lá fora, nesse mesmo esquema.
 : : : : : : Quer dizer, tirando as ações do governo, tipo Ano do Brasil na França e Copa da Cultura, e tirando um ou outro escritório de artista mais organizado (Paralamas na América do Sul, por exemplo), quando um brasileiro vai tocar lá fora, o que se tem para comemorar tem mais chance de ser só orgulho, não divisas.

 : : : : : : A segunda frase é a que encerra lá o terceiro post daqui para baixo. “Quando o site fica meio assim [capenga] é porque está vindo coisa grande”. Realmente, o sobremusica voltou do carnaval devagar, com todas as nossas atenções voltadas para a formação de mesas, os apoios, reuniões para parcerias, fechar o esquema para passagens, e tudo que é problema urgente para sair tudo o mais maneiro que possível.

 : : : : : : Mas o que é importante dizer é que o carnaval foi só mais uma chance de perceber que o Rio tem público disposto a sair de casa para se divertir, tem oferta de música, e não tem organização. Na quinta, antes do carnaval, saí no bloco Escravos da Mauá, que parou a Avenida Rio Branco com o samba mais bonito desde 2003, quando cantou a esperança de um novo governo popular. Dessa vez, foi o pragmatismo, disposto a mudar, sem indignação gratuita em cima do muro. No sábado, acabei me rendendo à praia – também rica em troca de idéias e projetos. Fora o sol e o mar. No domingo, a tradição me fez desfilar pelo Simpatia Quase Amor. Isso apesar de um atraso ter me impedido de ver a chegada do bloco na Vieira Souto, a avenida da praia, quando o sol ilumina e a visão do mar faz o carnaval ser ainda mais lindo.
 : : : : : : Ao tentar me revezar entre blocos e chegar no Que Merda é Essa, umas quatro ruas depois, mas não à beira-mar, eu parei no carnaval do Binário. No calçadão, seguindo firme a tradição, tocavam o repertório até que o povo invadiu o microfone para cantar Poeira e o que mais os outros estados do Brasil tinham para oferecer ao Rio em folia. Bailão-caraoquê com duas baterias, três guitarras e sintetizadores, mais ou menos isso. E sol forte. A viagem nem foi culpa de cerveja nenhuma. Parei, dei um tempo, e entre um bloco e outro caí no mar.
 : : : : : : Desnecessário dizer que o espírito não se aperta nas multidões do Rio, quando em festa. De noite, a Charanga 3D, e o rock batendo tambor em marcha para cada um viajar com mais Skol na cabeça pela onda que lhe convier, sem cantoria, só paticundum. Sob os pés, Copacabana.
 : : : : : : O telefone não parava de tocar, era gente entre hippies fantasiados e marchinhas de tradição, batucadas bronzeadas entre o coco e o maracatu no fim da ladeira, multidão no Centro do Rio, bloco old school em festa popular. Só a Lapa, como bem lembrou o amigo Rodrigo Pinto (ante-ontem, entre chopps), é que não organizou o baile cheio de bambas de outros anos. Fez falta. Uma programação nobre, em praça aberta, em um dos berços do samba carioca: esse ano a Prefeitura não bancou. Fora evento em si não ter rolado, era mais uma forma de dividir público e espalhar as lotações que entopem blocos. Afinal, alegria não falta.
 : : : : : : E eu nem estou falando da Marquês de Sapucaí.

 : : : : : : Saindo do Carnaval, dois showzinhos no Estrela da Lapa, a casa afilhada ao - em vias de extinção - Mistura Fina. Primeiro, o Momo, que ao vivo vira o que eu e o Bito decidimos ser o George Harrison de pijama. Bom show, o repertório do disco bem complementado com versões para o Clube da Esquina e outros americanos. Faltou um pouco de ensaio, achei – aquela história de apresentação que ainda está em começo de estrada. O outro foi o do Kassin +2, com som bem ruim para intranqüilidade do líder da vez e do roadie Gabriel Muzak. Eu ia escrever desespero, mas sendo quem é, seria um exagero. Intranqüilidade ficou justo. Show bom, clima de ensaio aberto, o charme da timidez e da falta de jeito, e um repertório maneiríssimo... E casa razoavelmente cheia, nas duas terças.
 : : : : : : Claro que muitos eram convidados, o clima inclusive era meio esse, mas mesmo com pouca divulgação teve gente saindo de casa para ver esses artistas. E o show começou cedo, por volta das dez horas, nos dois casos. Pontualidade e respeito ao público. Quer dizer, tem alguma coisa no ar, é uma questão de acertar ponteiros, dar continuidade, fazer andar.
 : : : : : : Ontem, foi festa Phunk, possivelmente a última no tradicional clube do Bola Preta. Lotado, filipeta informando que vai rolar Phunk deluxe muito maior, com Marcelinho Dalua, na grande Fundição Progresso. Ou seja, nomes se juntando, circulando, e enchendo casas. Não são exemplos isolados.
 : : : : : : Empolgação, um novo começo de era? Acho que tem um pouco de tudo. Mas ouvir mais e melhores opiniões sempre fortalece a visão dos fatos. Por isso, o conselho que eu te dou é colar lá na PUC, na quarta-feira, e ir se planejando para as outras semanas. O Música Chappa Quente quer mais é isso.

Sobrebaboseiras



Se não bastasse um, ele ainda quis ouvir os dois... Agora é contigo. Vai encarar?

**********************
Vamos aderir a companha "Se escreve meu nome assim:"
SOBREMUSICA
Sem acentos. De preferência com a mesma caixa de letra em todas elas (SOBREMUSICA ou sobremusica). Quem conseguir, ganha direito a sortear um nome bonito pro seu próximo site na mesma caixinha na qual nós tiramos esse...

10.3.07

Auto-jabá

WWW.CHAPPA.COM.BR

Dia 14
PUC-Rio (Auditório Pe. José Anchieta)

CADEIA PRODUTIVA DA MÚSICA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Convidados Confirmados:
Sérgio Sá Leitão (BNDES)
Arthur Bezerra (SEBRAE-RJ)
Sydney Sanches (advogado, um dos responsáveis pelo estudo Cadeia Produtiva da Economia da Música, do Instituto Gênesis)
Bruno Levinson (Humaitá Pra Peixe)
Rodrigo Lariú (midsummer madness)

PÓS-JORNALISMO: BLOGS E INTERNET 2.0

Convidados Confirmados:
Diego Assis (G1)
Felipe Vaz (Overmundo)
Celso Fonseca (ger. conteúdo Terra)
Berna Ceppas (produtor musical)
Roberto Azoubel (antropólogo)

21 de março
UFRJ (Auditório Dourado)

RÁDIOS ON-LINES E PODCASTS: de ouvinte a programador

Convidados Confirmados:
Maestro Billy (ABPod)
Paulo Daudt (Multishow)
Alexandre Amorim (Mix FM)
Guilherme Werneck (Estado de S. Paulo)
João Cavalcante (Casuarina)

YOUTUBE, MYSPACE, NAPSTER, iTUNES: AS NOVAS PLATAFORMAS ON-LINE

Convidados Confirmados:
Alexandre Matias (Trabalho Sujo)
Gisela Castro (ESPM)
André do Valle (FGV)
Marcelo Ferla (jornalista)

28 de março
ESPM

ARTISTAS S/A


Convidados Confirmados:
Marcelo Castelo Branco (executivo da indústria fonográfica)
André Barcinski (jornalista)
Mauro Benzaquem (empresário artístico)
Luciano Marsiglia (revista BIZZ)
Leoni

NOVOS CONSUMIDORES E NOVAS FORMAS DE MARKETING

Convidados Confirmados:
Lúcio Ribeiro (Popload)
Jerome Vonk (ESPM)
Léo Feijó (Casa da Matriz)
André Eppinghaus (Prole Inovações)
Marcello Silva (Red Bull)

04 de abril
UERJ (Teatro Noel Rosa)

MERCADO INDEPENDENTE: EXPERIÊNCIAS E VIABILIZAÇÕES

Convidados Confirmados:
Fabrício Nobre (presidente ABRAFIN)
Paulo André Pires (Abril Pro Rock)
Gabriel Marques (Moptop)
Ricardo Cruz (Rolling Stone)
Gabriel Thomaz (Autoramas)
Carlos de Andrade (presidente da ABMI)

O DIREITO AUTORAL DA NOVA MÚSICA

Convidados Confirmados:
Creative Commons
Paulo Rosa (presidente da ABPD)
Felippe Llerena (iMúsica/ABMI)
Bruno Natal (URBe)
Antonio Carlos Miguel (O Globo)

Para saber mais informações sobre cada convidado confirmado ou sobre o evento, www.chappa.com.br

*************************
Formô?

7.3.07

MÚSICA CHAPPA QUENTE


Enfim, depois de um ano trabalhando em cima de um projeto, é hora de botá-lo na rua. O MÚSICA CHAPPA QUENTE é o primeiro de uma série de projetos da CHAPPA, que por sua vez é uma ação para promover o desenvolvimento sustentável da indústria da música.

Esse trabalho começou há um ano. Quem acompanha esse modesto site a mais tempo, pode perceber o envolvimento e interesse do SOBREMUSICA pelas questões ligadas à indústria da música como um todo. Entretenimento e negócios – e a mistura desses dois – sempre foram nossos maiores estímulos. Nesse sentido, temos a sorte de acompanhar o momento mais fértil que o setor já viveu. Mudanças tecnológicas, comportamentais, Napster, YouTube, Second Life... A cada 3 meses, uma nova pancada estimulando a cabeça. Começaram a surgir alguns debates sobre esses temas pelo mundo. Logo, chegaram ao Brasil. Se o formato de debate parece, para muitos, esgotado, o assunto e o dinamismo da mudança nos faziam crer que ainda havia muito a se falar, se discutir, pensar.

Vivendo tudo isso, foi surgindo a CHAPPA e o MÚSICA CHAPPA QUENTE. Além do SOBREMUSICA, estão envolvidas nele a Tecnopop, a Rinoceronte Produções e a Lunuz. Cada uma veio com um histórico diferente, mas com o objetivo em comum de trazer a música para o centro das discussões como negócio viável. Sobretudo no Rio de Janeiro. Bossa Nova, rock, eletrônico, samba, pagode, funk, ska, reggae, hip hop, carnaval...

A chegada dos Jogos Pan-Americanos faz os olhos da cidade voltarem para si. A cultura não pode ser vista só como entretenimento. É também, mas vai além. O Hutúz Rap Festival mostra isso. O AfroReggae também. E o que dizer da Lapa lotada? Muitos outros idem. Além do valor social que a música pode representar numa cidade como o Rio de Janeiro, há ainda o valor econômico. As indústrias criativas já representam cerca de 7% de todo o PIB mundial. Cada vez mais aumentam os investimentos nesses setores. O Fashion Rio e sua Fashion Business já se tornaram fundamentais para a cidade. A música não pode fazer o mesmo por si?

É mirando nisso que damos a largada numa série de ações. O MÚSICA CHAPPA QUENTE será uma série de debates, em ambiente acadêmico (quatro universidades), que vai trazer para o Rio de Janeiro alguns dos principais nomes da atual indústria da música brasileira. Os convites foram feitos à empresários, músicos, jornalistas, publicitários, telefônicas, portais, advogados, professores, empresas públicas e privadas...

Todo mundo que participa da indústria musical de alguma forma está representado. Esse termo – "indústria musical" – é muitas vezes confundido com indústria fonográfica. Talvez porque ao longo da segunda metade do século eles tenham, de fato, se confundido. Mas desde 1996, com o advento do MP3, não se pode mais pensar assim. A indústria fonográfica agora é parte, e não sinônimo de indústria da música. O fonograma se junta ao videoquê, ao videogame, ao celular, ao videoclipe na internet, ao arquivo de áudio, e a uma série de novos formatos para o consumo de música. Pago ou não, regularizado, tudo se abre para discussão. Os independentes cresceram. Não vendem tanto quanto, é verdade. Mas talvez já empreguem mais. Nessa história, quem é mais importante? Os dois. Os três. Os quatro...

Tratando todo mundo de igual pra igual, vão se sentar às mesas de debate nomes como ABPD, Creative Commons, O Globo, Multishow iMúsica, revista Bizz, revista Rolling Stone, BNDES , SEBRAE, ABPod, portal Terra, portal G1, Overmundo, Midsummer Madness, Rádio Janela, C.E.S.A.R, ABRAFIN, ABMI, Paulo André Pires, Fabrício Nobre, Moptop, Berna Ceppas, Autoramas; alguns dos principais jornalistas de musica do Brasil, como Lúcio Ribeiro, Alexandre Matias, Antonio Carlos Miguel, Bruno Natal e Marcelo Ferla; empresários como Léo Feijó, Mauro Benzaquem, André Barcinski; professores como Gisela Castro, Jerome Vonk e André Valle; publicitários como André Eppinghaus; advogados como Sydney Sanches; entre outros que esqueço agora e que já peço desculpas por isso. É muita gente.

Pra ajudar em questões como essa e pra informar muito mais, está no ar o http://www.chappa.com.br/ . Lá, é possível saber todas as informações referentes ao evento. Junto com o amigo e redator de primeira, Fábio Andrade, vamos enchê-lo de conteúdo que mistura música e negócios. Independentemente de vínculos, achamos que esse é um tipo de canal que falta no Brasil.

Aproveitando, pedimos desculpas pelos últimos dias meio capengas do SOBREMUSICA. Parodiando nosso amigo Bruno Natal, quando o site fica meio assim é porque está vindo coisa grande. É o caso. Bem como ele no URBe, e mais tantos outros, vamos nós crescendo a partir de um blog, talvez formando uma geração de qualquer coisa que o tempo poderá dizer. Sinal dos tempos que vivemos e tentamos, modestamente, ajudar a criar.

**************************
Aproveitamos e pedimos ajuda de todos os nossos 14 leitores para divulgar o MÚSICA CHAPPA QUENTE e para se inscreverem no site do evento.

1.3.07

A novidade veio dar à praieira

Sobrenovidadeiros

Em tempos de pós-jornalismo fica difícil saber pra que serve um jornalista de música e como é que deve se comportar um. Web 2.0, blogs pernósticos... O que é informação privilegiada? O que é trair uma fonte? Quem é fonte de quem quando todo mundo é fonte de tudo? São perguntas complicadas. Cada vez mais me pego pedindo pra não me falarem em off algo que posso descobrir como uma notícia legal amanhã. Praticando o esporte do bom mocismo, vamos falar então que o Lee Perry vai estar no Abril Pro Rock 2007. Legal. Talvez ele venha para tocar no Rio, mas isso ainda não está certo. (Ou está?)

Um e-mail da produção do festival chegou informando 'oficialmente' que além de Lee Perry - que já cancelou shows por sentir maus presságios a caminho do aeroporto, como na última vinda agendada ao Brasil - , no APR 2007 Marky Ramone vai tocar com o Tequila Baby, que o Sepultura vai voltar pela terceira vez ao festival e que os Mutantes vão à terra que mais faz jus aos experimentalismos pops iniciados por eles lá atrás.

Ok. Tá dito.

********************
Sei que não é nada, não é nada, mas só pra fazer fofoca então vamos dizer que o Carbona também vai pro APR 2007, apesar de ainda não estar na tal lista enviada pela produção.

Carbona, Tequila Baby, Abril Pro Rock, Marky Ramone, Sepultura, Mutantes... Em que década que eu estou?


Enfim, a casa própria
Perda :: Dorival Caymmi
Dorival Caymmi :: Compilação de vídeos
Show: Momo, no Cinemathèque
Site:: OEsquema
Agenda :: Momo, Hoje!
Aviso: Última Digital Dubs na Matriz
Entrevista: Fabrício Ofuji, produtor do Móveis Col...
Vídeo: Reckoner, de Gnarls Barkley
Vídeo: L'Espoir des Favelas, de Rim'K

abril 2005
maio 2005
junho 2005
julho 2005
agosto 2005
setembro 2005
outubro 2005
novembro 2005
dezembro 2005
janeiro 2006
fevereiro 2006
março 2006
abril 2006
maio 2006
junho 2006
julho 2006
agosto 2006
setembro 2006
outubro 2006
novembro 2006
dezembro 2006
janeiro 2007
fevereiro 2007
março 2007
abril 2007
maio 2007
junho 2007
julho 2007
agosto 2007
setembro 2007
outubro 2007
novembro 2007
dezembro 2007
janeiro 2008
fevereiro 2008
março 2008
abril 2008
maio 2008
junho 2008
julho 2008
agosto 2008
Current Posts

- Página Inicial

- SOBREMUSICA no Orkut



Envio de material


__________________________________

A reprodução não-comercial do conteúdo do SOBREMUSICA é permitida, desde que seja comunicada previamente.

. Site Meter ** Desde 12 de junho de 2005 **.