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Bernardo Mortimer
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Bruno Maia
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26.12.07

Incontestável

Não sou lá muito de listas e, a cada ano que passa, fazer listas anuais me parece fazer menos sentido, já que a enorme maioria das coisas que descubro e me envolvo não tem nenhum comprometimento com os 12 últimos meses.

Também não achei o novo disco do Radiohead nada além de bacana. Mas não há como contestar qual foi o lançamento do ano. Ainda mais, quando você vai no Last.FM, procura as dez faixas mais ouvidas na última semana, e encontra isso aqui.



Alguma dúvida?

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Quem ainda tiver algum interesse sobre as minhas parcas preferências musicais de 2007, a boa é ouvir o Aleatório desta semana... Domingo, 30/12, 22hs, na Multishow FM 

25.12.07

O Livro Multicolorido de Karnak

Nós Somos Umbigo Do Mundo

      Não faz muito tempo, eu escrevi aqui a tristeza que é o fim de uma banda. O Karnak acabou há alguns anos, por total falta de adequação ao mundo que experimentava por vias pop e zappianas. A banda de André Abujamra, ou do filho de Ravengard, era virtuosa e coletivista, sem individualismo ou cabeçudisse. Tocava pouco fora de São Paulo, a não ser pelo currículo que fez lá fora. Ou seja, o problema era o Brasil, mesmo, se dar ao trabalho de escutar a mistura de piada e viagem feita com a competência de instrumentistas fantásticos.
      Aqui neste filme (é um longa, portanto aperte o 'full' para ver em tela cheia e ajeite a cadeira em uma posição mais confortável), os karnaks contam um pouco da trajetória acidentada até o auge, quando tocaram para um bilhão e meio na Muralha da China, o que não fica claro se ocorreu em 1940 ou 2004, mas que importa. O melhor é mesmo a música fazer o sentido dela.
      Enfim, feliz natal.




Nada a ver

       A notícia é que o Barba substituiu o Callado, na bateria do Canastra. Depois do Los Hermanos, Barba tinha voltado ao circuito de shows underground do Rio, e agora passa a acompanhar a banda de Renato Martins, ex-Tequila, uma das influências e referências do início da vida da banda que tornou Barba um cara mais famoso. O Marcelo Callado saiu do Canastra, ao que tudo indica, para se concentrar na Do Amor, banda que tem ainda o guitarrista Bubu, ex-baixista de apoio do Los Hermanos. E que adota um pouco do humor nonsense e qualidade do Karnak, embora mais pra um lado tropicalista, a meu ver.
      Enfim, feliz natal.



Nada a ver


      Apesar da voz meio Robert Smith, o que já tá enchendo um pouco, gostei bem dessa banda. Black Kids.



      Enfim, feliz natal.




Nada a ver


       Morreu Oscar Peterson, um dos grandes pianistas do século XX. Aqui vai um dueto, entre tantos, que ele - uma das principais mentes à frente do bebop e integrante do lendário JATP (Jazz At The Philarmonica) - vai voltar a fazer lá onde só existe música e sensações. Peterson é o de vermelho, acompanhado por Count Basie, frisado aí de bigode branco.



       Enfim, feliz natal.

24.12.07

Feliz Natal

De leve, passamos por aqui só pra dar um alô...

SOBREMUSICA está aproveitando a última semana do ano para descansar (muuuito pouco, é verdade), comemorar o saldo final super positivo de 2007 e reorganizar outros projetos que já entram atropelando em 2008. Neguin nesse site é meio workaholic, vocês já perceberam, né...

Enfim, Feliz Natal a todos que forem de 'feliz natal'! Saravá geral!

21.12.07

Homenagem

Inaugurada na frente do antigo bar do Pina de Copacabana, no Recife. Mais do que merecida...


Dica e foto do Bruno.

20.12.07

Show: Turbo Trio no Oi Futuro

Quanta Baixeza





      Já, já, um texto.


Nada a ver

      Selo sobremusica de qualidade.

18.12.07

Humaitá Pra Peixe 2008

Programa de Verão


      Pelo décimo quarto verão, o Humaitá Pra Peixe aporta na cidade. Mas repara bem que dessa vez é diferente: é o mês inteiro, todo dia a partir da primeira sexta-feira. Além de show, vai rolar debate (PAPO DE BAR), entrevista ao vivo (TALK SHOW), oficina (WORKSHOP) e lançamento de disco (LANÇAMENTO DE DISCO, rerrê).
      O ano passado foi o primeiro da parceria sobremusica-Humaitá, que continua agora com uma inversão de funções. O Bernardo passa a ser da equipe do festival, assinando textos e coberturas no site do HPP, e o Bruno mantém a cobertura independente por aqui, em um formato livre.
      Isso explica em parte o sumiço do Bernardo nas últimas semanas (todo mundo notou, né?) e em parte um mês de janeiro só nas costas do Bruno (esse Bernardo é mestre em livrar a cara dele). Mas há de ser por um bom motivo. A gente já acha que é.

04 – Raphael Gemal / Roberta Sá - BADEN POWELL às 19hs
05 – Do Amor / Vanguart - BADEN POWELL às 19hs
06 – Cabeza de Panda / Maquinado - BADEN POWELL às 19hs
07 – Toni Garrido + David Moraes - TALK SHOW NO CINEMATHÈQUE às 21hs
08 – Indústria Fonográfica: Presente, Passado, Futuro - PAPO DE BAR NO MOFO às 18hs
09 – Dunga, baixista - WORKSHOP NO ESTÚDIO BE HAPPY às 18hs
10 – Os Outros - LANÇAMENTO DE DISCO NO OI FUTURO às 19:30hs

11 – Silvia Machete / João Brasil - BADEN POWELL às 19hs
12 – Manacá / Frank Jorge - BADEN POWELL às 19hs
13 – Darvin / Strike - BADEN POWELL às 19hs
14 – Moreno Veloso + Kassin + Domenico - TALK SHOW NO CINEMATHÈQUE às 21hs
15 – Festivais e Festivais - PAPO DE BAR NO MOFO às 18hs
16 – Fernando Magalhães, guitarrista - WORKSHOP NO ESTÚDIO BE HAPPY às 18hs
17 – Columbia - LANÇAMENTO DE DISCO NO OI FUTURO às 19:30hs

18 – Superguidis / Érika Martins & Telecats - BADEN POWELL às 19hs
19 – Songoro Cosongo / Z'Africa Brasil - BADEN POWELL às 19hs
20 – Macaco Bong / Jay Vaquer - BADEN POWELL às 19hs
21 – Mar’tnália + Paulinho Moska - TALK SHOW NO CINEMATHÈQUE às 21hs
22 – Fomentando a cena - PAPO DE BAR NO MOFO às 18hs
23 – João Barone, baterista - WORKSHOP NO ESTÚDIO BE HAPPY às 18hs
24 – Vulgo Qinho & Os Cara - LANÇAMENTO DE DISCO NO OI FUTURO às 19:30hs

25 – Oswaldo G. Pereira / Fino Coletivo - BADEN POWELL às 19hs
26 – Moyseis Marques / Diogo Nogueira - BADEN POWELL às 19hs
27 – Show surpresa!!! - BADEN POWELL às 19hs
28 – Rodrigo Maranhão + Pedro Luis - TALK SHOW NO CINEMATHÈQUE às 21hs
29 – Artista: Onde estou? Para onde vou? - PAPO DE BAR NO MOFO às 18hs
30 – Chico Neves, produtor musical - WORKSHOP NO ESTÚDIO 304 às 18hs
31 – Quito Ribeiro - LANÇAMENTO DE DISCO NO OI FUTURO às 19:30hs

      As inscrições para as oficinas estão abertas no site.

17.12.07

Show: Nação Zumbi, no Circo Voador

A Alma e A Fome







       O show começa com Bossa Nostra, e o refrão-palavra-de-ordem "Eu levei minha alma para passear". Antes de puxar o hit do disco anterior, Futura, e do que veio antes desse, Nação Zumbi como a banda, todos já estão pulando, enlouquecidos. Sem as incertezas das primeiras apresentações de outras turnês recentes, a banda que muitos consideram a melhor do mundo mostra que estrada é diferente de carreira é diferente de estúdio.
       Não como o fim da temporada de shows de Futura, a quarta música já é uma do repertório da época de Chico Science. Melhor assim, não fazia mesmo sentido separar uma primeira metade da apresentação de 98 pra cá, e uma segunda com a fase anterior ao acidente do dia 2 de fevereiro de 97. Até Maracatu Atômico, música que foi incluída em Afrociberdelia por sugestão posterior à gravação do disco, em 95 (lançado em 96), entra na lista de executadas.
       O Rio é dos melhores palcos para o Nação Zumbi, e o show mostra que aqui eles estão em casa - não é só uma frase que DuPeixe fala por falar. Pela reação do público, pela lotação do Circo Voador, pelo barulho que a saideira com Otto e B Negão no palco provocam em Da Lama Ao Caos, foi um showzão. E foi mesmo. Um show que não esfria em nenhum momento do percurso dos pernambucanos, ou seja, todos conhecem e gostam de qualquer fase. A história ali de cima do palco é também a história de boa parte de público, formado não exatamente por adolescentes.
       Por todo esse respeito, fica também um pouco da dificuldade em avaliar o que é este Fome de Tudo, o primeiro disco do Nação Zumbi na Deckdisc, uma gravadora nova e conhecida pelo investimento no que dá certo. De cara, a oferta pela banda tinha o produtor Mario Caldato, que na década de 90 renovou o som de Beastie Boys e Beck, e já nos anos 00 esteve por trás de sucessos de crítica e público como Marcelo D2 e Marisa Monte. Fome de Tudo não tem o charme experimental do Futura, nem é calorento como Nação Zumbi (o disco) ou guetificado e esquisito como Rádio S.Amb.A. A opção é pela guitarra com pedais mais de timbragem do que de efeitos, por muitos refrães, e o grande acerto: por melodias vocais. A grande mudança que o último trabalho dos pernambucanos traz é justamente valorizar a voz de um cantor que, ao assumir o lugar de Chico Science, foi muito comparado. DuPeixe sempre respondeu falando pouco, cantando falado, sem se fazer nem de estrela nem de coitado. Agora, segundo entrevistas recentes, ele canta linhas melódicas que ascendem e descendem porque aprendeu a não ler as letras na hora de gravar. Com tudo decorado, a voz voa livre.
       É uma grande mudança, quase uma revolução surda no som do mangue, mas não é o suficiente para colocar o disco à altura da carreira da banda. É ruim? Longe disso, muito acima de boa parte do que se considera bom no cenário brasileiro. Mas também não passa perto da média que o próprio Nação Zumbi construiu desde Da Lama Ao Caos, em 94. O que tem o Fome de Tudo a deixar de legado, mais do que três ou quatro músicas com mais fôlego, é justamente a consolidação de um novo nível do vocalista que pouco a pouco vinha passando por bobagens repetidas como a de que ele aprende em cima das próprias limitações.
       DuPeixe concentra sabedoria no meio do palco, sem sorrisos, sem palavras a mais. Assume o canto falado e com ele levanta ou acalma o público. Duas turnês antes, a festa do afrobeat era a referência para uma apresentação em que cada integrante da banda tinha momentos à frente de todos, microfone, dança, luzes. O guitarrista Lucio Maia, o mais incendiado de todos, até improvisava um "editorial" em cima das notícias da semana, antes de emendar Coco Dub, quase solo. Agora, não. O microfone até troca de mão, mas ninguém tem dúvida de quem leva para onde os rumos do coletivo. DuPeixe tomou conta do Nação Zumbi, sem ser um líder de ego inflado tradicional, e com uma serenidade que está acima deste disco, e à altura da banda que defende.
       Ainda é, para mim, a melhor do mundo, e parte significativa da disposição deste site em existir. No mínimo, boa parte da educação que resulta nos pensamentos deste BM aqui.

14.12.07

Chappa: Newsletter Novembro

Liberdade, Igualdade e Fraternidade




      "A internet é uma nova fronteira, mas não tem que ser um faroeste high-tech, uma zona sem lei onde se pode pilhar o que quiser em um ambiente de impunidade". Foi com essas palavras que, em meio a uma série de reformas, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, anunciou a maior política pública de proteção à propriedade intelectual do mundo até agora. Associações internacionais ligadas à indústria tradicional aplaudiram a medida, mas a oposição também foi forte.
      A idéia ainda é um projeto de lei, que deve ser votado no Congresso no primeiro semestre de 2008. O texto prevê que o cidadão francês que for descoberto fazendo um download ilegal será avisado uma, duas vezes. Depois, terá o acesso à Internet proibido. Um novo órgão público será criado para essa fiscalização, e será presidido por um juiz. O grupo de estudos que criou o projeto de lei é liderado por Dennis Olivenne, dono da rede multinacional de megalivrarias francesa Fnac, e autor do livro Free is Theft (De graça é roubado). Também participaram artistas, associações das indústrias da música e do cinema e grandes servidores de internet.
      Para o presidente da IFPI (Federação Internacional da Indústria Fonográfica) John Kennedy, em entrevista ao New York TImes, "trata-se da mais importante iniciativa para se vencer a guerra contra a pirataria até agora". Kennedy elogia a liderança e a visão de Sarkozy, que estaria reconhecendo a importância da índústria criativa para a economia ocidental.
      As críticas a Sarkozy vêm principalmente de associações de usuários de internet e, mais importante, de associações de proteção ao consumidor da França. O presidente francês é acusado de falta de visão ao tratar igualmente bens materiais e imateriais, e de desconsiderar a história da informação digital.
      O argumento de proteção à cultura tem um sabor especial no país que inventou a liberdade, a igualdade e a fraternidade. Foi usado em governos anteriores, por exemplo, para medidas como a proibição de língua estrangeira em peças de publicidade e em documentos comerciais. Na mesma época, ali do lado, na mesma Europa, o Ministro da Cultura britânico, Chris Smith, em vez de legislar sobre invasões estrangeiras, adotava uma política de incentivo à formação do que chamou de 'clusters'. A idéia é que uma atividade cultural tem um poder maior do que a da expressão artística em si: revitaliza espaços, revaloriza terrenos, cria empregos em áreas complementares, movimenta a economia de forma ampla, enfim.
      Em um raciocínio análogo e 2.0, afinal uns dez anos se passaram, as novas medidas que podem regular os downloads seriam um tiro no pé para o próprio negócio da música, que é o que interessa aqui. Como o britânico Smith defendia, incentivar alternativas funcionaria mais do que proibir a novidade. Não é possível medir o quanto um download para conhecer um artista contribui para a posterior compra do disco dele.
      Mas se for para olhar as escalações recentes de grandes festivais franceses, europeus, e inclusive brasileiros, ali estão vários artistas que ainda não lançaram disco formalmente, ou que recém-lançaram. Um bom exemplo em novembro, foi o Planeta Terra realizado em São Paulo, cuja curadoria mirava sobretudo em artistas cujas forças vêm da internet e da comunicação viral como Lily Allen, Rapture e Cansei de Ser Sexy. Artistas que foram conhecidos justamente nas trocas para lá e pra cá de mp3, e que nessa nova rede de divulgação justificaram uma escalação para tocar na frente de milhares de pessoas. Empregos, contratos, movimentação de riquezas, e porque não, afinal de contas, boa música para divertir o público enquanto ele consome bebida, comida, usa cartão de crédito, celular, roupas, acessórios...
      Além disso, há uma questão pragmática que envolve grandes corporações como Google, Microsoft, Apple, entre outras, que se beneficiam em outra ponta da cadeia econômica de um conteúdo que é gerado pela mesma massa de internautas que baixa ilegalmente conteúdos protegidos. Sem dúvidas, a troca rápida de arquivos é um dos serviços mais utilizados por quem está na internet e uma das causas da rápida consolidação como mídia mais efetiva do planeta. Em que medida uma eventual onda de exclusões e eliminações de usuários na rede, não diminuiria também a quantidade de dinheiro gerado nos provedores de acesso, nas ações dos serviços de busca e dos sistemas operacionais que reinam absolutos em todo o mundo, graças a facilidade que a troca ilegal de arquivos criou para a propagação e consolidação de suas marcas? Não há como se esquecer que a mola da internet é o usuário comum e bani-lo é um risco econômico. Neste primeiro momento, a maioria das grandes corporações acenam favoravelmente à medida, mas fica a dúvida sobre até onde essa posição se mantém, caso suas receitas comecem a ser afetadas pela queda do número de usuários e por uma possivel migração destes para servidores piratas de acesso.
      Outro efeito colateral da lei, se aprovada, poderia ser sentido pela organização Creative Commons. Se a penalidade é para quem baixar material ilegal, artistas interessados em usar a internet como meio de se chegar ao público podem passar a adotar formalmente a licença. Seria um incentivo a oficializar a postura do licenciamento a livre reprodução para uso não-comercial, em outras palavras. O que, na maior parte das vezes, tem acontecido informalmente, sem a licença. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, publicada no início do mês, Chris Anderson, o conceituado editor-chefe da revista Wired e criador do conceito da "Cauda Longa" dizia que "baixar música de graça não é igual à pirataria". Parecia antever o aquecimento desta discussão.
      As conseqüências da medida não páram. Mais uma possibilidade que se abre seria a multiplicação de uma das importantes notícias do rico mês de novembro: mais um grande artista utiliza legalmente uma plataforma de internet para o lançamento de um trabalho novo. Desta vez, foi o projeto de animação/música Gorillaz, com a gravadora EMI, que usou o site de relacionamento MySpace para fazer chegar com exclusividade aos consumidores 10 das 23 músicas do novo disco do grupo, em todas as partes do planeta. Neste caso, só valia ouvir as músicas no site, nada de baixar, mas isso é uma questão mais de adequar o modelo de acordo com a vontade do freguês. Ou melhor, do artista.
      E são os artistas, mais do que as grandes ou pequenas gravadoras, que estão descobrindo o Leste selvagem, a China. No gigante amarelo que simplesmente ignora direitos autorais de criações ocidentais, bandas têm apostado na relação direta com os consumidores. Se as gravadoras não querem, os artistas vão e partem em turnê, negociam ringtones e experiências similares, e montam a barraquinha para vender camiseta, trilha de propaganda, videogame...
      Por fim, a propósito, e de volta à França, o que vinha se desenhando uma ameaça pode finalmente tomar corpo. Se quem manifestou de cara o apoio às medidas francesas foram os defensores de direitos de propriedade intelectual, e quem se manifestou contra foram os defensores dos direitos dos consumidores, está aí um confronto a ser observado. Direito a propriedade intelectual como conhecemos contra direito do consumidor como tem evoluído. Só para constar, entre as quarenta e uma assinaturas do grupo de estudo que elaborou o projeto de lei francês, não há nenhuma de qualquer representante do público.



      Pois então, mês de dezembro corrrendo, e mais uma newsletter entrando no forno. Quer receber? Quer indicar um assunto pra próxima? Fique à vontade aí no comentário.

11.12.07

Videoclipe :: Moptop, "Bem melhor"

Lembra da "Maratona Moptop"? Na época, algumas pessoas cobraram ver as imagens registradas ao longo daquela matéria... Resolvemos, então, juntar parte delas com outros registros que eu já tinha feito em shows da banda ao longo dos anos e dar vida ao que vocês poder assistir aí embaixo. Pra fechar bonito o primeiro disco dos caras, finalizamos o videoclipe (ou seria o webclipe?!?) de "Bem Melhor". Enjoy it!

"Bem melhor" (videoclipe)

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Agradecimentos especiais a Eduardo Levy, pela paciência, gentileza e generosidade de sempre. Edição e finalização redondas!

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E o último show da Moonrock Tour no RJ é hoje, às 22hs, no Teatro Odisséia. Na minha modesta opinião, é imperdível.

Moptop :: "Bem melhor" (ao vivo) - [trailer]

Então, como eu estava dizendo...



O lançamento será amanhã, aqui no SOBREMUSICA.

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Só lembrando que amanhã rola também o encerramento da Moonrock Tour, no Teatro Odisséia. Lista amiga e outras informações em moptop.com.br

9.12.07

Acontece :: Moptop

Depois de quatro anos, sendo os últimos dois dentro de uma grande gravadora, o Moptop vai encerrar o primeiro ciclo da banda nesta quarta-feira no Odisséia. O show é especial por vários motivos e, sobretudo nesses tempos em que mais bandas acabam do que surgem, é uma ótima oportunidade pra se celebrar a música e a raça de quem consegue sobreviver.

Rodrigo Curi prometeu levar panetones. Mário vai se vestir de Papai Noel. Fora outras surpresas... Bebidas a venda no local.



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Aliás, se lembra da "Maratona Moptop"? Pois então... Peraí, depois eu conto.

4.12.07

CD :: Os Paralamas do Sucesso ao vivo no Rock in Rio

Showzaço! Discaço! Toda a lenda que envolve o histórico show dos Paralamas na primeira edição do Rock’n Rio corria o risco de ser abalada com a notícia de que o registro da apresentação chegaria às lojas, mas definitivamente não é isso que acontece.

Foram duas apresentações dos Paralamas naquele festival e a segunda delas deu origem a este álbum. Ouvido sob a perspectiva que 22 anos impõe, a história do rock brasileiro reaparece como em um trabalho de arqueologia. Camadas se descascam e chega-se no essencial, na raiz de muitas histórias. Os Paralamas já eram extremamente talentosos, mas visivelmente aprendiam a ser uma banda. Algumas músicas, cujo arranjo definitivo já está em nossos ouvidos, reaparecem em suas versões originais e tornam possível perceber a evolução delas e, por conseqüência, da própria banda. Pra quem começou a ir a shows dOs Paralamas já na década de 90 é uma chance ímpar de entender ainda melhor uma história que já se achava saber de cor.

Quem já tocou em banda sabe - e quem não tocou pode imaginar - o quão difícil é se fazer um rock com pressão e dançante sendo um trio. O casamento da bateria com o baixo tem que ser muito sólido porque senão surge um vazio ao longo dos solos, que por sua vez também devem estar entregues a um grande guitarrista, sob o risco da mediocridade ficar evidenciada na ausência de outros sons. No alto da testosterona de seus 24 anos, os três se desdobram. Acompanhados apenas de uma palmeira como cenário, eles sobem diante de 200 mil pessoas, que tinham ido lá pra ver os grandes nomes internacionais, e não aqueles magrelinhos que tocavam toda a semana pelos palcos da cidade. Ainda assim, Herbert paga o esporro pela falta de educação de parte do público, exige respeito, marca território, conquista liderança, esbanja simpatia e – pior de tudo! – ainda põe todo mundo pra dançar e cantar. Uma pá de hits em sucessão e mais uma pá de outros que virariam sucessos ainda maiores depois dali. Vale lembrar que o show foi só dois meses após o lançamento do segundo disco, o clássico “O Passo do Lui”. Apenas “Óculos” estava nas rádios. “Meu erro”, “Mensagem de amor”, “Ska”, “Fui eu”, “Assaltaram a gramática” ainda eram conhecidas por poucos, mas já suficientemente fortes pra levantar a platéia.

Outra que ninguém conhecia era “Inútil”, do Ultraje a Rigor. Tancredo Neves havia sido eleito presidente naqueles dias. A comoção pela escolha de um presidente civil pelo Congresso Nacional ainda se misturava à raiva de não tê-lo elegido nas urnas. Ao microfone, o jovem vocalista de óculos vermelhos manda: “já que a gente não sabemos escolher presidente, já que escolheram pela gente, a gente vai tocar uma música de um grupo genial de São Paulo...”. E pelos poucas manifestações da platéia percebe-se que poucos sabiam o que viria pela frente. Depois dessa introdução, fica fácil sentir a força que a letra da música tinha naquele momento. O choque que causara em quem não a conhecia era óbvio. O show toma sentido histórico para além da questão do mercado de entretenimento no Brasil. A partir dali, o Ultraje apareceu para o país. A partir dali, “Inútil” viraria o hino do novo momento político e ajudaria no processo que nos conduziu à convocação da Constituinte meses depois.

Voltando ao aspecto musical, a influência do reggae comandada pelas mãos de Bi Ribeiro dá a noção exata da importância desse sujeito para o gênero no país. É só lembrar quais eram os discos que estavam sendo lançados por essa geração naquele momento e a diferença musical dos Paralamas grita. A quantidade de informações era inversamente proporcional à quantidade de cabeças no palco. No “Passo do Lui” já dava pra perceber a questão do reggae, mas não tão evidentemente até pela própria mixagem do disco. As pessoas que gravavam os novos grupos não tinham os ouvidos sintonizados nas mesmas estações que esses músicos. Eram os mesmos técnicos que vinham gravando toda a MPB dos anos 70 e não ouviam The Cure, The Police, The Clash, Bob Marley... Nada disso. Com o registro ao vivo, a pressão do baixo e o swing crescem muito mais. Já João Barone dita a cadência e os andamentos com a segurança de um baterista experiente. A influência de Copeland ainda está acentuada, mas o que mais chama a atenção é o papel de maestro que ele cumpre, acelerando e segurando, como se a platéia fosse um brinquedo simples de conduzir. Conhecendo-se as gravações originais é ainda mais fácil perceber essas mudanças no andamento de acordo com o momento do jogo.

O CD tem onze faixas, mas três (“Ska”, “Vital” e “Química”) tiveram dificuldades na recuperação do áudio, então vieram encartadas em mono. Mais do que prejudicar, elas acabam ajudando a dar liga à sonoridade da época, mesmo sendo lançado em 2007. É muito bom ouvir uma banda que erra, uma mixagem que põe a guitarra no talo durante os solos – a ponto de quase distorcê-la –, é bom sentir o rock como algo ao alcance de qualquer um que queira pegar uma guitarra e divertir os amigos. Sem choro, sem maquiagem, sem dores de cotovelo exageradas pelo modismo. Às vésperas do show no Maracanã, no qual os Paralamas vão abrir para o Police, é uma boa oportunidade de refletir sobre a banda mais rica da história do rock brasileiro. Em um país sem memória, o que não é indie e hype acaba sendo diminuído. Mais do que lamentar a não vinda de Beck para abrir os shows no Brasil, há que se comemorar o fato de termos uma banda com essa história para nos brindar. Certamente, muitos argentinos prefeririam ter os Paralamas do que o Beck na abertura do show de lá. Santo de casa não faz milagre a olhos de paisagem. Atualmente, os Paralamas continuam sendo uma grande banda, mas que, por todas as questões que o cercam, perderam público. Os shows têm estado mais vazios - afinal eles não estão na moda - mas os três ainda arrebentam. Com certeza, diante de um público tão grande como o que terão no sábado, eles vão botar tudo abaixo. Hits atrás de hits, carisma sob carisma. Não duvidem que o índice de diversão no show deles pode ser bem maior do que no do Police.

E tudo começou ali, no Rock in Rio de 1985. Foi esse show dos Paralamas que mudou a história do rock e do mercado de entretenimento no Brasil. Dali em diante nada mais foi igual e foi bem melhor assim.


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Bônus tracks

"Você também tava dançando, né?!"


Entrevista para Ilze Scamparine e, já nos créditos, a promessa da entrevista que nunca aconteceu.


"Na nova República, ninguém é inútil!"


"Vital e sua moto"

3.12.07

Supertrunfo Rock Nacional

E depois do brilhante War in Rio, a nova dica de brinquedo pra esse natal é o Supertrunfo do Rock Nacional, dando seqüência à série iniciada no Supertrunfo da MPB. A novidade é que dessa vez o jogo já veio completo e com as cartas devidamente numeradas, pronto pra jogar! Mais um para a seção "óbvio e genial".

Música de segunda

Nessa onda de revival, o Brasil recupera mais um velho sucesso. Dessa vez é o clássico "Não se vá", da inesquecível dupla Jane & Herondy.


Aliás e a propósito, quem se lembra das previsões no fim do ano passado?

2.12.07

Chappa: Newsletter Outubro

Definitivamente, Nada Será Como Antes

      Tentando tirar o atraso, aqui vai a newsletter do chappa de outubro, um mês de grandes festivais patrocinados por aqui, e de grandes viradas na indústria lá fora. A de novembro tá no forno para ser disparada a qualquer momento, e você querendo entrar na lista é só botar o nominho e emailinho no comentário que o sobremusica faz o meio-campo. Certo?

      E não é que tudo aconteceu em outubro? Setembro indicava que a indústria estabelecida vinha negociando e reconquistando espaços na cada vez mais aberta cadeia produtiva da música. Acordos foram fechados com sites gratuitos, e a subcultura dos softwares de música e vídeo na Internet ia dando um braço para as quatro grandes gravadoras.
      Mas veio outubro e o quadro ficou bem mais complexo. Começou lá no dia primeiro mesmo, com o Radiohead anunciando o sétimo disco. A notícia mal tem um mês, mas já é velha: cada um paga o quanto acha que deve e pode baixar as músicas. A banda diz que em média, o preço que receberam foi quatro libras, e foram uns um milhão e meio de pedidos pelas músicas. Fora os que baixaram o disco em sites alternativos, seja de troca de arquivos ou de simples download. Na fila do arco-íris do Radiohead, bandas como o Nine Inch Nails e o Oásis já deram sinais de que a idéia é boa.
      Outro golpe forte no modelo das gravadoras foi a guinada de Madonna. A artista de números milionários foi uma das primeiras a profissionalizar o esquema por trás da página dela no myspace, e pensou direitinho como lançar o último disco dela em pleno palco secundário do Coachella, um festival indie da Califórnia. E agora o que? Assumiu de vez o papo de que é nas apresentações ao vivo e no merchandising que está o pote de ouro, e assinou um contrato com a LiveNation, empresa que organiza turnês. Depois do disco que ainda deve para a Warner, vai lançar três novos por essa produtora, mas o foco mesmo será viajar o mundo em cima de um palco, com a lojinha de souvenirs acoplada.
      No mês do já tradicional Tim Festival, uma série de outros festivais com atrações pop internacionais foi confirmado: o Planeta Terra, o Eletronika e o Nokia Trends, em novembro, o Motomix, em dezembro. Sem contar com a confirmação da vinda do Police ao Maracanã, amplamente coberta pela grande mídia. Ao lado do mercado de celular, um importante portal de Internet entrou na organização de um festival, e começou com uma das melhores escalações dos últimos anos.
      Outubro também foi o mês em que uma série de sites de troca de arquivo saiu do ar, e o mês do processo em que uma mulher de trinta anos foi condenada a pagar uma multa por ter subido arquivos de música em um site de troca. E é na justiça que os internautas que baixam música vão brigar. O Pirate Bay, site que tem 2 milhões de acessos diários, decidiu usar o direito legal a liberdade para abrir um processo contra EMI, Universal, Sony e Warner. A acusação é que as quatro estariam conspirando contra a existência de um serviço que divulga informação livre. Algo como uma releitura 2.0 do direito do consumidor de Internet.
      A corte sueca está com a palavra, e as atenções de boa parte dos novos consumidores de música estão voltadas para lá. Mais do que ganhar um ou outro, pode sair de lá uma nova interpretação para esses tempos de tantos palpites e leituras das coisas, Tempos de nova música. Tempos de novas oportunidades.


Enfim, a casa própria
Perda :: Dorival Caymmi
Dorival Caymmi :: Compilação de vídeos
Show: Momo, no Cinemathèque
Site:: OEsquema
Agenda :: Momo, Hoje!
Aviso: Última Digital Dubs na Matriz
Entrevista: Fabrício Ofuji, produtor do Móveis Col...
Vídeo: Reckoner, de Gnarls Barkley
Vídeo: L'Espoir des Favelas, de Rim'K

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