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27.4.05

Androginia e arrogância no Recife (O Placebo esteve lá!)

(de Recife)

O mês de abril registrou a passagem de uma das maiores turnês já realizadas no país por uma banda internacional no auge da carreira. O trio inglês Placebo veio divulgar seu quinto álbum, a coletânea "Once more with the feelings", e realizou oito apresentações por aqui, todas em cidades diferentes. O Brasil foi a última escala de uma turnê latino-americana que já tinha passado por Chile, Argentina e México. Esses foram os únicos shows do Placebo previstos para 2005. A turnê brasileira foi viabilizada por uma empresa de telefonia móvel, que promoveu um concurso de bandas novas e deu aos iniciantes o prazer (inimaginável para quem está acostumado a tocar em qualquer lugar) de subir em um palco grande e de er um show encerrado por uma banda do status do Placebo. A grande novidade que a banda trouxe ao cenário nacional foi o uso da tão falada mesa D-Show, da série Venue, da Digidesign (empresa que faz o Pro-Tools). Cercada de cuidados, a mesa, digo, a banda, desembarcou no Brasil via Recife. A apresentação no festival Abril Pro Rock, no dia 15 de abril, foi a primeira no país. Para a bela iluminação do show, a equipe técnica da banda utilizou o mapa de luz do próprio evento, feito por Arthur,da PA Audio e Cia, e uma mesa Whole Hog PC com um laptop acoplado. Todos os presets eram feitos neste laptop e a parte externa servia mais para se ter um melhor controle em tempo real. O excesso de cuidado com o equipamento chegava a soar como arrogância. Os técnicos não falavam com ninguém, apenas com Mário Jorge Andrade, sócio da PA Áudio e Cia, empresa responsável pelo sistema de som do festival, e mesmo assim para utilizá-lo como mediador entre o que eles precisavam e o que era possível se oferecer. Com a imprensa, eles não aceitaram conversar. Nenhum técnico brasileiro estava autorizado a encostar na mesa. "Não passamos nem perto", disse um deles. Ao chegar no Centro de Convenções, onde o evento foi realizado, aconteceu o episódio mais delicado da passagem da banda por Recife. Apesar do áudio do festival estar a cargo da PA Áudio e Cia, os ingleses contavam com a Gabisom, que ficou responsável pelos equipamentos durante a turnê brasileira do grupo. Ao chegarem no Centro de Convenções e verem as 6 caixas milo, da MeierSound, mais oito subs de cada lado colocadas pela Gabisom, os ingleses não quiseram nem testar a potência e a qualidade, simplesmente mandaram descer tudo e trocar. Segundo eles, o acertado eram 12 caixas ao invés das seis que lá estavam. Apesar das argumentações de que aquilo seria suficiente para o local e para o som da banda, não houve acordo. A equipe da PA Áudio e Cia, muito constrangida, disponibilizou seus equipamentos, os mesmos que foram utilizados pelo resto do Abril Pro Rock, e com ele o show foi feito. "Nós não entendemos nada, porque o equipamento que a Gabisom colocou aqui era da melhor qualidade. Pensei comigo: 'Esses ingleses estão malucos!'. Não sei se havia necessidade dessa troca toda. A gente ficou impressionado de eles não quererem nem testar.¿, contou Mário Jorge Andrade. "Nós ficamos apreensivo pois sabemos que os caras só trabalham com top de linha e que o material da Gabisom também era da melhor qualidade, mas no final eles (os ingleses) gostaram, vieram agradecer", finalizou Mário. A estrutura da banda veio toda pronta. Eles só utilizaram o PA do evento e o mapa de luz. o O sistema de monitor veio todo da Inglaterra, por exemplo. A banda não usa caixas de monitor, o trabalho é feito pelo sistema In-Ear da Shure, do modelo PSM-700, com fones E5. Afora isso, a única coisa que eles usaram foram sub-woofers e sides individuais, da Gabisom. Assim, os músicos conseguiam mais pressão e não ficavam dependendo só dos fones. A mesa de som Venue D-Show foi ligada na housemix 1 à mesa Midas XL-200, a principal do festival. Segundo Mário Jorge Andrade, os ingleses não mexeram muita coisa da configuração original. "Eles apenas aumentaram o volume do sub, dos crossovers e tocaram assim. Não mexeram muito.", contou Mário, que além de sócio da PA Audi e Cia, foi o coordenador da housemix 1. Uma das grandes novidades que a mesa traz e que encantou Mário Jorge foi a possibilidade do uso dos plug-ins digitais do Pro-Tools, ao vivo. Apesar disso, a banda continua usando pedais e amplificadores normalmente no show. Poucas horas antes do show, a banda continuou seu desfile de arrogâncias, e mandou a produção avisar aos jornalistas que queria o backstage vazio enquanto eles estivessem por lá. Não seria permitida nenhum tipo de aproximação, nem fotografias além das previamente acertadas, durante as três primeiras músicas da apresentação. Sendo assim, durante o show do Los Hermanos - que subiram ao palco antes dos ingleses - todos foram retirados de lá. O show em si foi um belo espetáculo. O trio se mostrou muito competente no palco, bem como seus técnicos fora dele. Como era de se imaginar, o som do Placebo foi, disparado, o melhor do três dias de festival. Ao contrário do que aconteceu na Argentina, quando houve reclamações do som no início da apresentação de Buenos Aires, em Recife correu tudo bem. O mesmo pode ser dito da iluminação, que como toda boa banda inglesa que se preze, criava mil e um climas, valorizando as canções. Musicalmente, o show foi melhor aos olhos dos fãs que se amontoaram nas primeiras filas e cantaram todas as músicas, do que para os leigos que foram ao Centro de Convenções do Recife para conhecer o som do trio. Depois de uma hora e meia no palco, a banda se despediu, os técnicos de som agradeceram e o Placebo seguiu por terras brasileiras, levando consigo um maravilhoso equipamento, muito talento para utilizá-lo e uma certa dose de prepotência e arrogância. E tudo isso, faz parte do show deles.


BOX PLACEBO NO BRASIL
15/04 * Recife (Centro de Convenções)
17/04 * Salvador (Concha acústica)
19/04 * Porto Alegre (Fábrica Máquinas)
21/04 * Florianópolis (El Divino)
23/04 * Brasília (Concha Acústica)
26/04 * Campinas (Red Eventos)
27/04 * São Paulo (Credicard Hall)
29/04 * Rio de Janeiro (Claro Hall)


Organização e muita qualidade no som do Abril Pro ...
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