Guitar heroes...
2008 começa com o aparente fim da guitarra ou, sendo menos radical, com o surgimento da segunda era do instrumento mais tradicional do rock. E quem indica isso é a Gibson, tida por muitos como a mais popular e mais cobiçada marca de guitarras do planeta. A fabricante anunciou, no fim de 2007, o seu novo modelo, o HD.6X-Pro, sob o design da clássica Les Paul. Com o novo modelo, a forma de se tocar guitarra muda tão radicalmente que chega a ser dificil considerar que se trata de uma... "guitarra".
As novidades começam pelas possibilidades cinematográficas que permitem a afinação automática do instrumento (sim, ele se afina sozinho!) e de se trocar o tipo de afinação com apenas alguns toques nos botões, que passam a ter funções de touchscreen. Mas sobre esses pontos, mais do que a explicação em palavras vale (e muito!) ver os vídeos.
"Tradicionalmente" a guitarra é um instrumento com uma saída de áudio, sob a qual os guitarristas inserem seus efeitos, texturas, distorções, etc. A grosso modo, no novo equipamento, cada corda passa a ter sua saída própria e este sinal pode ser trabalhado independentemente dos das outras cordas. Cada uma tem um captador próprio. Para isso tudo funcionar, o pulo do gato está no que eles chamam de Breakout Box (BoB), uma espécie de placa de som que já transmite os sinais separados para algum outro periférico onde se vá trabalhar.
A BoB é externa à guitarra, mas fica acoplada via cabo ethernet e transmite com qualidade digital, com redução de ruídos e mantendo o nível do sinal por maiores distâncias. Além disso tudo, há a possibilidade de exportar separado os sinais das três cordas mais graves em um canal e o das três agudas em outro, sem falar nos formatos tradicionais em mono, estéreo e analógico. Na prática isso significa que a possibilidade de explorar a guitarra se multiplica de uma forma absurda. Pode-se, por exemplo, colocar em cada corda um efeito, um timbre e uma tensão, diferente das outras, e gerar um hibrído que não conseguimos nem imaginar o que seja ou que possa vir a ser. Por isso, a afirmação de que surge um novo instrumento. Essa ampliação de limites aproxima um pouco os guitarristas dos DJs, por exemplo. Quem carregar uma guitarra, além de tocá-la, vai ter que manusear uma espécie de mixagem em tempo real. Serão novos instrumentistas, com um conhecimento e prática muito diferente das que ouvimos até hoje. Será impossivel, por exemplo, comparar Hendrix com um novo virtuose que surja neste novo instrumento, justamente por isso: ser um novo instrumento.
Essa coisa linda aí está a venda em poucas lojas desde dezembro. Feliz ano novo.
As novidades começam pelas possibilidades cinematográficas que permitem a afinação automática do instrumento (sim, ele se afina sozinho!) e de se trocar o tipo de afinação com apenas alguns toques nos botões, que passam a ter funções de touchscreen. Mas sobre esses pontos, mais do que a explicação em palavras vale (e muito!) ver os vídeos.
"Tradicionalmente" a guitarra é um instrumento com uma saída de áudio, sob a qual os guitarristas inserem seus efeitos, texturas, distorções, etc. A grosso modo, no novo equipamento, cada corda passa a ter sua saída própria e este sinal pode ser trabalhado independentemente dos das outras cordas. Cada uma tem um captador próprio. Para isso tudo funcionar, o pulo do gato está no que eles chamam de Breakout Box (BoB), uma espécie de placa de som que já transmite os sinais separados para algum outro periférico onde se vá trabalhar.
A BoB é externa à guitarra, mas fica acoplada via cabo ethernet e transmite com qualidade digital, com redução de ruídos e mantendo o nível do sinal por maiores distâncias. Além disso tudo, há a possibilidade de exportar separado os sinais das três cordas mais graves em um canal e o das três agudas em outro, sem falar nos formatos tradicionais em mono, estéreo e analógico. Na prática isso significa que a possibilidade de explorar a guitarra se multiplica de uma forma absurda. Pode-se, por exemplo, colocar em cada corda um efeito, um timbre e uma tensão, diferente das outras, e gerar um hibrído que não conseguimos nem imaginar o que seja ou que possa vir a ser. Por isso, a afirmação de que surge um novo instrumento. Essa ampliação de limites aproxima um pouco os guitarristas dos DJs, por exemplo. Quem carregar uma guitarra, além de tocá-la, vai ter que manusear uma espécie de mixagem em tempo real. Serão novos instrumentistas, com um conhecimento e prática muito diferente das que ouvimos até hoje. Será impossivel, por exemplo, comparar Hendrix com um novo virtuose que surja neste novo instrumento, justamente por isso: ser um novo instrumento.
Essa coisa linda aí está a venda em poucas lojas desde dezembro. Feliz ano novo.
2 Opine:
fim da guitarra de modo algum! o apreço, digo, tesão descontrolado de guitarristas por coisas vintage indica mais que, assim como o vinil e os amps valvulados, a guitarra tradicional não deve desaparecer tão cedo!
Concordo com o Premeditado. Esse tipo de guitarra com características digitais existe há mais de vinte anos. A Casio já fez isso no início da década de 80 e até hoje são lançadas guitarras cm captadores hexafônicos e saída USB. O som das guitarras, essa moda, muda de tempos em tempos. Fruto do surgimento de novos efeitos, novas marcas etc. Mas o som clássico, com Gibson ou Fender em amps, valvulados, Marshall ou Fender, voltam ao topo sempre. Grupos com longa vida são exemplo disso. U2, para citar um que está mais na memória da maior parte dos leitores, usa sons eletrônicos, efeitos na guitarra, mas o The Edge sabe fazer uma boa e velha guitarra gritar com força de rock. Ou seja, a inovação da afinação automática pode mesmo ser o futuro, mas as características de guitarra sintetizadora são apenas mais um passo de uma longa evolução que, diga-se de passagem, agrada apenas a uma pequena parte dos guitarristas e, acredito, do público.
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