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Bernardo Mortimer
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22.7.08

Devendra, Ja Rule e o BRIC

Sem falar na Natalie Portman - óbvio –, uma questão muito rápida me veio a mente assistindo o clipe de Carmensita, do Devendra, que é o tal do BRIC. Brasil, Rússia, Índia e China. O bloco dos quarto países emergentes que mais pressão pode exercer na economia e na política mundial, já vem percebendo que além da inserção nas discussões políticas, há um novo momento de aproximação (e por vezes de apropriação) cultural que os envolve. Ok,  CSS não é uma banda brasileira, vai dizer. Ou que os clichés do samba do Snoop Dogg, das praias do Black Eyed Peas, da Bossa Nova do Sergio Mendes e do tropicalismo do Caetano Mutantes não são novidades, nem vem de agora. Mas a busca das referências culturais pela “matriz” são e sempre foram uma forma efetiva de se medir a importância política e influência de determinado país no cenário mundial. A Disney tá aí pra não me deixar mentir.

Mas vamos ao clipe do Devendra que me fez pensar essas bobagens. Engraçadinho, mas nada demais...

 

Bollywood é a referência que já vem virando cliché tanto quanto a praia de Copacabana. Aliás, essa indústria indiana, que também está tendo uma série de mostras pelo Brasil desde o ano passado, já andou flertando com nossas terras recentemente. O filme Dhoom:2 teve cenas rodadas por aqui.

Vá lá, o Devendra já é chegado numa esquisitice-terceiro-mundista, não contaria muito para essa questão que levanto aqui. Mas conta sim, até porque muito do valor que ele traz consigo vem de a rapaziada do G8 precisar achar que se relaciona com o resto do mundo e ver nele alguém que os representa nesse papel. Mas ok, vamos considerar que nesse caso trata-se apenas da aproximação estética. E aí vem show do Ja Rule na Rocinha também… Aquele papo, né… gueto, periferia, vencer o sistema, ser exemplo e shake ya ass, babies! Para o hip hop norte-americano que Ja Rule representa, o discurso é totalmente desvinculado de qualquer assunto que esteja além de sexo e ostentação de poder. Melhor ainda só se uma coisa estiver vinculada a outra. E aí vem a apropriação. Apropriação do discurso, do cenário, da miséria enquanto style. Veja como ele grita "Rocinha favela" enquanto algumas câmeras de alta resolução registram as popuzudas brazucas se amontoam em cima dele, poderosão...

 

Não há nenhum tom de queixa nisso tudo aí que cito não. É só uma observação mesmo, uma questão que já vimos acontecer nos anos 40 e que está renascendo agora com suas novas caras. Nesse momento, entre os integrantes do BRIC, são as culturas brasileira e indiana despertam mais interesse, apesar das Olimpiadas de Pequim e da pasteurização dos símbolos do comunismo soviético, sobretudo na Europa Ocidental.

Há que se ficar atento. Pode ser uma grande roubada ou uma oportunidade.

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Eu sei. Você sabe. Mas ainda assim é bizarro: o Devendra pega a Natalie Portman.


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