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20.9.06

Rock'n Mall


Moptop
"Adeus" (acústico)
dir: Bruno Maia
sobremusica_tv


Uma noite no Fashion Mall. Lojas caras, gente chic, quadradinhos marrons sobre o chão cinza. Aquela escadaria tradicinal. E o rock. Seria difícil para Sid Vicious imaginar uma banda de rock se permitir tocar num lugar daqueles sem cometer atrocidades e quebrar todas as vidraças. Rock no shopping só nos clipes da Avril Lavigne e do New Radicals. E sempre foi cretino. Rock no Fashion Mall, então?!?!? A relação mais estreita que aquele shopping tem com o rock é a cena do Dado Villa-Lobos (de novo ele, hehe) descendo uma daquelas escadas que ligam o estacionamento ao segundo piso, no clipe de "Angra dos Reis", da Legião Urbana. Até hoje me pergunto o que aquele take quis dizer...

Ontem o Moptop bem que tentou. Vestindo seus belos all-stars surrados, eles tocaram tendo a joalheria Natan de fundo e a H. Stern a frente. O set seria acústico. Mas chegando lá, de acústico mesmo só o violão do vocalista Gabriel Marques. E mesmo assim, um violão folk devidamente plugado. A platéia era composta sobretudo por amigos e gente do cenário independente carioca, que, a priori, não costuma ir muito ao Fashion Mall. O show era de graça, mas a galera não apareceu. E agora, sim, a pergunta do Bruno Levinson, produtor do evento, faz mais sentido: Cadê o público??!! Ontem era uma boa oportunidade. Vá lá o horário ingrato, vá lá a localização do Fashion Mall.

O palco era muito pequeno, é verdade. Assim como São Conrado, aos olhos de 98% dos cariocas, é um bairro de passagem (fica num vale entre a Barra e a Gávea), o espaço disponível para a rapaziada tocar era numa passagem entre os dois corredores do segundo andar. Estreito como só, valeu a brincadeira do Gabriel, horas antes, ao me encontrar: "E aí, Bruno?! (abraços)... Tem que ver só o palco, gigante, a orquestra já tá toda lá."

No show, a banda se saiu bem. Como era de se imaginar, acústico foi só a denominação básica. Os arranjos continuaram bem parecidos, só que agora tocados num violão folk. Este, aliás, é o instrumento preferido de Bob Dylan, a nova referência no show do grupo. "Like a rolling stone" apareceu muito bem executada (e cantada) e apontou o que pode ser um bom caminho para o grupo fugir das, já chatas, comparações com Strokes. A influência da cultura norte-americana é muito grande sobre Gabriel, principal compositor da banda. Nada mais justo, já que ele viveu 10 anos de sua vida lá e não tem obrigação nenhuma em homenagear Luiz Gonzaga. E nisso, Dylan pode ser a good new road para os caras continuarem a desenvolver e evoluir o som da banda. Esta música já tinha sido muito bem apresentada por Gabriel em sua participação no programa Claro que é rock, do Multishow, apresentado por Frejat. Tomara que continue.

A apresentação não acrescentou muito ao que a banda vem fazendo. Às vésperas do lançamento oficial do disco, serviu mais como uma confraternização com amigos e fãs mais devotos. A aparição de "Adeus" no repertório foi outra grande (e agradável) surpresa. A balada é muito bonita e a sua falta sempre foi sentida nos shows. O resultado ficou legal e vale a pena investir mais nela. Sem falar que ela tem um solo de guitarra arrebatador no final.

Uma hora depois do fim do show do Moptop, rolou show da banda Damas, no muito mais generoso palco da livraria New Books. Comandada por Andrea Thompson, ex-vocalista da finada banda Pólen, o grupo investe num pop-rock meio Leoni, meio Zélia Duncan, que eles definem como "Pop incrementado, MPB endiabrada". Não empolga. A cozinha da banda é muito bem comandada pelo excelente baterista Guga Coelho e pelo tecladista Gui Marques, que foi uma grata surpresa, com suas intervenções pequenas e delicadas. Mas chegando na frente, não empolga tanto. Falta resolver se é MPB ou se é rock, porque atualmente não é nenhum nem outro. Nem empolga adolescentes indies, pela falta de uma guitarra e de um baixo mais presentes, e nem se destaca como MPB pela temática das letras ainda adolescentes. Andréa pode até seguir rumo a um espaço na tal da chamada 'MPB' (sic), porém teria que adequar mais sua voz a este formato. Ela ainda parece um pouco incerta sobre isso. Ou talvez, pelo menos, não combinando o jeito que ela canta com a forma que a banda toca. Houve uma certa evolução vocal desde os tempos de Pólen, mas parece que ainda ela não montou a banda que sirva melhor ao seu registro vocal e às suas composições.

Basicamente, foi assim a noite de rock no Fashion Mall.


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