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Bernardo Mortimer
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12.4.07

DFA 1979, Panic! At the Disco, Gabriel Benni

Semiótica

      O melhor de um videoclipe é enriquecer com imagens o que a música, por vezes, já tava ali te dizendo. Achei três exemplos que revelam muito do subconsciente de três artistas diferentes para pensar um pouquinho o que é esse tal estudo dos símbolos e imagem na produção contemporânea de clipes.

      Pra começar, o rock eletrônico canadense do Death From Above 1979, que bota uma mulher bonita sem cabeça com um efeito mal feitíssimo de chroma key no peito. Não só a louvação do sexo sem compromisso, mas a festa das preliminares sem o ato em si. É quase um quadro surreal da suruba sem consumação. E os movimentos manipulados da moça só afastam qualquer possibilidade de alguém realmente se envolver com a lingerie bege.



      Depois, outro coito interrompido. Só que emo. Na onda de paixão adolescente platônica, a tristeza e desilusão do amor é trágica. O namorico de piquenique vira traição sem que ninguém encoste em ninguém - a não ser por mímica. Bonito, mas igualmente sem êxtase.



      E, finalmente, o nonsense do reggaetón italiano de Gabriel Benni. Começa com uma piscina inflável amarrada a vários balões brancos que em vez de voar, aterrissa no chão, ao lado de um dicionário aberto na palavra enchufa, que quer dizer tomada. Tipo, encaixe. O som é de igreja. Não tenho como desconfiar do que pode passar numa cabeça que faz o clipe começar assim, mas isso é só o início. Disso vai para uma capela obviamente picareta, e daí para o começo de verdade: uma espécie de festa na piscina - onde a piscina ou é a inflável do primeiro plano ou um poço vazio e meio sujo.
      O clima é do que o tal Benni deve imaginar ser a festchenha particular de um novo-rico de segunda linha. Ele reclama dos estresses da vida sentado em poltronas muito maneiras. Em volta, um conjunto de meninas com carinha de quem tá gostando demais. De biquini, elas pulam em cima de uma bola, tomam banho de chuveiro, rodam bambolês, e "make love to the camerrá", assim com sotaque francês de desenho animado mesmo.
      Entre a fabulosa canastrice dos trenzinhos que o italiano faz com as moças, da garrafa de champanhe, e das meninas usando o terno e a gravata do patife-reggaetón, o que mais me chama a atenção é o porque de uma empregada gordinha demonstrar com a própria tomada o que enchufa realmente quer dizer - afinal a sutileza pode dificultar a compreensão - usando máscaras de vaca e de raposa. De vaca e de raposa. Será que foi a experiência da empregada que, de fato, e no fim das contas, botou o bigodinho para enchufar? Eis o mistério...

1 Opine:

At 02:09, Anonymous Anônimo said...

acho que o primeiro clipe não é do dfa 1979,é do MSTRKRFT.
pode ter confudido ja que JFK é do death from above e mstrkrft.

cega3571@gmail.com

 

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