Entrevista: Felippe Llerena (iMúsica)
Felippe Llerena transita de forma ampla pela indústria musical brasileira. Além de ter um selo independente, a Nikita, e ser um dos conselheiros da ABMI (Associção Brasileira de Música Independente), ele transita junto às grandes gravadoras com as quais negocia parcerias para o portal iMúsica. Com a experiência de quem consegue ver os dois lados dessa moeda, ele deu algumas das suas respostas para o CHAPPA.
(por Bruno Maia)
:: Depois da revolução digital, a indústria da música ficou mais forte ou mais fraca?
FL: A completa revolução, na verdade, aconteceu na área da criação musical e distribuição, que se tornou a maior aliada do artista independente – ainda mais com a queda do custo de gravação e a facilidade de acesso às novas tecnologias. A indústria digital só tende a crescer, entretanto a do disco ficou muito fragilizada e impotente, pois o modelo não mais depende da via crucis “artista - gravadora - estúdio - marketing – loja”.
:: O pagamento de direitos autorais para os artistas sempre foi um problema no Brasil. A distribuição digital pode acrescentar alguma nova perspectiva a esta questão?
- Não acredito que o pagamento de direitos autorais sempre tenha sido um problema, pelo contrário. Melhorou e muito nos últimos anos. Os autores passaram a contar com fortes aliados de uso legal a partir da proliferação de novas fontes de utilização para a música (videogame, dvd, cinema, karaokê, celular, download, execução pública, etc). A distribuição digital tende somente a crescer. Temos que ficar atentos é com o controle que deve ser adotado para que a distribuição de direitos seja justa.
:: Quais são os principais gargalos jurídicos que ainda existem para a distribuição digital no Brasil?
- O maior gargalo, na verdade, é educacional. Os usuários de música na internet pensam que conteúdo audiovisual é de graça. Não houve um ensinamento apropriado para adequar este usuário e hoje estamos sofrendo as maiores conseqüências. A questão jurídica ainda é um problema, mas não chega a ser o maior de todos. Acho que a formação de hábito uma das maiores questões a se resolver. Quando as pessoas pensam que música é de graça, por que deveriam comprar?
:: De todas as mudanças que se pregam na nova configuração da indústria da música, qual você acha que é definitiva e qual é apenas balela?
- Definitiva: User generated media. Balela: que vai acabar o CD e as gravadoras. (A&R é uma sabedoria de anos)
:: Você costuma ouvir podcasts? Tem algum favorito?- Tem um que eu escuto que é de uma rádio inglesa. Esqueci o nome correto agora.
Só a título de "recordar é viver", a comunidade do SOBREMUSICA no Orkut continua aberta a novos "friends". Uhhu. Chega aê.
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