Aviso: Última Digital Dubs na Matriz
A Última
É amanhã, 13 de agosto, na Matriz.
'O Digitaldubs começou em 2001, quando a cultura sound system ainda era rara, senão nula no Rio de Janeiro. A festa na Casa da Matriz foi um divisor de águas para movimentar a cena, criar o ponto de encontro. Méritos para o Daniel K, Leo Feijó e sua trupe, que apostaram na idéia – que quase todo esse tempo teve produção de Joca Vidal.
'Mas, apesar de homônimo, o Digitaldubs (e não "a Digital", como muita gente vem falar comigo) é um sound system com mil e uma funções, além de ser uma festa. No Largo do Machado funciona o Muzambinho, nosso estúdio, onde é feita a maioria das gravações e a produção dos nossos discos e de artistas agregados (como Ras Bernardo) ; temos o selo independente Muzamba; distribuímos vinis de artistas estrangeiros; produzidos shows e turnês nossas e de outros artistas; e ainda temos muitas idéias!
'O fim da festa veio abrir um espaço para este "outro" lado do Digitaldubs. Em setembro, chega o "Funk Milk Riddim", nosso terceiro disco (em cd, vinil e mp3), que vai ser lançado com shows em várias cidades do país; seguimos pelo segundo ano com a "Aula Reggae", projeto da Ciranda de Espetáculos em escolas públicas; e também uma turnê no exterior.
'O sound system segue a todo vapor. Como diria MPC, nosso tempo de Matriz foi muito bom, super importante para a evolução do Digitaldubs e de vários DJs, MCs e cantores que participaram da festa. Ajudou a mostrar uma realidade muito mais abrangente do reggae na cidade, e gerando ecos desse trabalho em novos sound systems que apareceram no Rio e no Brasil.
'A festa do dia 13 - a última! - marca toda essa fase positiva. Então é também uma celebração - apesar da pontinha de tristeza de perdemos esse contato direto com o público, e o nosso encontro semanal de amigos, tão divertido. Na próxima quarta, teremos a participação da turma toda: Nabby Clifford, do Ras, Jeru Banto, Lápide, Victor Binghi-I, Sista Wolf, Biguli... Vai ter uma exposição enorme de fotos, flyers e outras coisinhas com os melhores momentos.
'E a galera mais próxima tá querendo curtir até o último segundo e de repente ainda fazer um after! Eu mesma já comprei 4 garrafas de champagne (apesar de não beber). O meu clima para a derradeira noite de Matriz é (o reggae que me desculpe, mas vou puxar um funk): "pode passar o rodo e me mandar embora, que eu vou ficar dançando lá do lado de fora!". Jah bless you all'.
Dominique Valansi, produtora da e do Digital Dubs
'A festa do Digital teve início num bate-papo informal entre eu e Leo Feijó [dono da Casa da Matriz]. Ele deu a idéia da festa, ofereceu a casa e perguntou se não queria produzir. Aceitei na hora por que já fazia algumas paradas com a galera do Digital. Primeira edição contou com o finado Quinto Andar, tava meio vazia, mas foi classe. Depois disso a festa degringolou: vários gringos abraçaram o dub, uma cabeçada migrou da decadente cena do rap carioca, outros da cena reggae io-iô. O dub entrou em questão, foi capa de jornais e revistas, virou meio modinha. Muitas bandas surgiram na cola, muitos MCs apareceram. DJs fizeram carreira. O Rio (quiçá o Brasil) nunca tinha visto nada igual: produções inteligentes e exclusivas tomavam conta da pista. Soundclashes pipocavam... era a boa de quarta! Mesmo com futebol. A pista 2 foi celeiro dos mais variados artistas nacionais e internacionais e Nepal foi o escolhido para comandar a pista. Era chegar e ser feliz. Minha carreira como produtor e DJ deslanchou. Fomos para o Odisséia, Casarão dos Arcos... O Digital foi muito pra São Paulo, Brasilia.... Neguinho de outras cidades ficava de cara. Veio 1, 2 discos do Digital. Filme, clip... Até que tomei um outro rumo e no meio de 2007 deixei tudo na maior responsável por isso: Dominique Valansi - que, com sua simpatia e tesão em fazer acontecer levou tudo nas costas, na raça. Era de se esperar que uma festa de "reggae" no Rio não durasse tanto. Os tempos eram outros, a novidade não era mais nova, o buteco da esquina não lucrava mais. Hora de dar um tempo, por cima. Mas as lembranças dali continuam fortes como os sub graves. Que Jah os abençoe. Que Jah abençoe a música jamaicana e brasileira. Que Ele nos abençoe...'!
Joca Vidal, primeiro produtor da festa
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