Programa Ensaio, com Chico Buarque
A benção Tom, Saravá Vinícius...Hoje à noite, desprentesiosamente trocava eu de canais pelo decoder da TV a cabo, quando cruzo com um rapaz buchechudo, de bigodinho, cabelos desgrenhados e violão em punho no canal 17. O rosto podia até deixar dúvidas, mas o branco e preto das imagens, o jogo de luz e sombra, as respostas sem perguntas, não. O programa era o clássico "Ensaio", de Fernando Faro. Um banho de modernidade televisiva feito há mais de 30 anos. Nada na TV brasileira (principalmente naquela especializada em música) atual chega aos pés do charme, do encanto e da modernidade daquele programa.
Ah, o entrevistado (?) era Chico Buarque de Hollanda. Não tenho dados mais precisos, mas chutaria que o programa é de 1975, senão 74. Foi nesta época que, para driblar a censura, o rapaz assumiu o codinome de Julinho Adelaide para assinar três músicas (Acorda, amor, Jorge maravilha e Milagre brasileiro).
O raciocínio de Chico parecia meio confuso, perdido na fumaça das tragadas excessivas que dava ao longo do programa. Contudo, antes de ser um problema, a fumaça do cigarro aumentava o charme das imagens em preto e branco. Para quem gosta (de música, de Chico ou de televisão) foi um desbunde. Vê-lo tentar achar os acordes de suas próprias músicas, sem sucesso na maioria delas... Parecia até eu tentando tirar àquelas pérolas no violão aqui de casa. Não há muito o que falar de um programa desses.
Se alguém não sabe que programa é esse de que falo, vale a pena conferir o DVD "Ensaio - Elis Regina" (Trama * 2004). E torcer para que os outros programas da série, como este de Chico, estejam à venda em breve também. Vale tanto pelo acervo musical que ali está, como pela aula de televisão e bom gosto (e televisão-de-bom-gosto[!]) que Faro dá. Impress(Emoc)ionante.
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Enquanto escrevia: Chico Buarque de Hollanda Vol.3 (1968)
Enquanto revisava: Chico Buarque de Hollanda Vol. 1 (1966)
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Inevitável : Depois de escrever o "Vibezone * Parte 2" (próximo texto, se continuares descendo a barra de rolagem), foi impossível não ouvir o programa e lembrar do Dibob falando que se sentia influenciado pela obra de Chico. Ai ai.. Perdoe a eles, Tom. Eles não sabem o que dizem. (Se não entendeu este pós-texto, mas quis entendê-lo, leia o texto que vem abaixo.)
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