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Bernardo Mortimer
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Bruno Maia
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19.9.05

Moby no Rio (tá frio, tá não)

É, vai... música eletrônica pode ser legal. Vá lá que Moby não é exatamente o que há de mais radical em música eletrônica (ah, esse meu ranço preconceituoso...), mas o careca fez um show bem bacana no Rio, sábado passado.

O americano subiu ao palco com 50 minutos de atraso, mas, em compensação, com um som perfeito. Uma senhora equipe e uma afinadíssima banda servem ao DJ roqueiro, que, em estúdio, prefere gravar, ele mesmo, todos os instrumentos. O mais bacana foi ver um cara, que originalmente é DJ, tentando bancar o rockstar! . Foi notória a falta de intimidade dele com a função. Ao mesmo tempo, a timidez do "garoto" erguendo sua guitarra, completamente sem jeito, foi o maior charme da coisa. Moby passou as oito primeiras músicas correndo de um lado para o outro do palco, gritando sozinho, tentando conquistar a platéia.

Definitivamente não precisava. Antes mesmo de subir ao palco, Moby já estava com o jogo ganho. Quem se despencou, naquela chuva, para o Riocentro ou era ator global ou era fãzão mesmo. Ou as duas coisas. As bases eletrônicas são disparadas por um computador (um powerbook G4) comandado pelo engenheiro de som, a 50 metros de distância dali. As texturas e climas, que ligavam o rock-pop com a eletrônica, foram desenhadas pela ótima tecladista Lucinda Butler. Joy Grant, a cantora black que dividiu o centro das atenções com o próprio Moby, foi outro charme da noite. Com aquele ar de diva do jazz, ela cria frases que remetem ao gênero e também ao gospel americano.

O repertório de Moby desceu bem para não-iniciados como eu. Para os fãs, então, nem se fala... muitos cantando as músicas do início ao fim. O ponto fraco ficou por conta dos covers. O repertório em si foi bacana (Creep do Radiohead, Whole lotta Love do Led Zeppelin e Break on Through do The Doors), mas as execuções ficaram beeeeem abaixo do minimamente empolgante.

Sempre simpático, Moby atendeu aos pedidos do sobremusica e posou para uma foto exclusiva, momentos antes do show (graças a uma falha da segurança e ao repórter entrão). Saudou o público várias vezes e se "apologizou" por não falar português e por ser governado por Mr. Bush (ovação!!!). Despediu-se tirando fotos do público. Pediu para que todos levantasssem as mãos, dissessem "xiiiis" e ficassem bem bonitos. Agradecido, disse à platéia que podiam ficar tranqüilos pois estavam, todos, muito sexies. Que bom que esse show passou por aqui.

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Vale dizer que o Moby atualiza, com muita frequência, o seu site com fotos tiradas ao longo da turnê. Vai lá e confere se você apareceu!
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A equipe toda de Moby é muito simpática, parecem acompanhar o chefe. O único senão fica por conta de um segurança argentino (oooohhhh!! por que será?!) grosseirão e antipático que parecia ter sido contratado para a turnê sulamericana e gritava com jornalistas como se falasse com cachorros de rua... Lamentável.

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Lamentável também foi a idéia de se fazer aquele show ali. Vá lá, a Oi patrocinava o show, então ele não podia acontecer no Claro Hall, mas por mais que a cidade esteja sem muitas opções de locais para eventos desse porte, ainda tinham outros. Os poucos ingressos vendidos (6 dos 18 mil) já faziam prever um certo fracasso de público. Na véspera do show, o produtor responsável Luiz Oscar Niemeyer disse que isso era normal já que quem vai a este tipo de show, deixa para comprar em cima da hora.

Ora, ou eu sou muito bobo mesmo e não entendo nada de organização de eventos, ou se você tem um evento, cujo público decide ou não por ir em cima da hora, é de se imaginar que as condições do tempo sejam fatores determinantes para a "decisão de compra". Sendo assim, enquanto me encaminhava para o Riocentro, pensei com meus botões: "será que sou só eu que, quando está chovendo, desisto de ir a eventos a céu aberto?".

Descobri que não.

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Li no Globo e fui informado pela assessoria de imprensa que uma "cidade" para música eletrônica tinha sido construída para o evento, o que muito me empolgou e foi decisivo na minha decisão de ir. Entre outras coisas, iriam haver 18 tendas! criando um clima ímpar.

Bem, as tendas eram só 12. Todas de alimentação.

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Metade do público pagou entre R$ 50 e R$100. Outra metade era "vip" e lotou o camarote. Pelo menos, os vips não eram tão bestas e desceram pra assistir o show junto do palco, poupando a banda do constragimento de ter metade da frente de palco cheia e metade vazia.

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A chuva não curte o Moby. Primeiro, ela caiu forte na cidade para interferir sobre a "decisão de compra" (pff) do carioca e incentivar muitas pessoas a não irem ao show. Depois, criou várias poças no asfalto do Riocentro e muita lama nos gramados que levavam a platéia do (muito distaaaante estacionamento) até o espaço do show. Na hora que o show começou, a chuva, como se estivesse entediada, foi embora, não quis ver o Moby. Quando a banda saiu do palco, a chuva voltou como se quisesse botar todo mundo pra correr. A banda voltou para o bis... a chuva parou, pensou... e no finalzinho voltou, como se estivesse muito brava com aquela intromissão e caiu forte de novo. Para uns, lavando a alma. Para outros, expulsando. As luzes do palco em tons verde-amarelo anunciavam o fim. E foi legal ter sido assim.

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Marcelinho Dalua e Patife também agradaram bastante este ignorante em música eletrônica. Mas não vou escrever mais, senão vira tortura com vocês.

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Pequeno polaroid carioca
Quase no fim da apresentação de Marcelinho Dalua (que abriu a noite), o DJ mandou seu hit, em parceria com Seu Jorge, a versão de Construção, de Chico Buarque. Enquanto rolava a introdução com aquele "dão din, dão dão, dão diiin, dão dão, dão diiiin", um dos seguranças, se abraçando para proteger da temperatura que só caía, cantava on his own: "Tá frio, tá não, tá friiio, tá não, tá friiio". Boa!

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R$15,00 para estacionar?!?!?! E ainda por cima parar o carro a quase 1km do lugar do show e ter que ir andando na chuva?!?! Viva a falta de respeito e o assalto institucionalizado.


Lendo o Reverendo
Posso apostar que não vai me decepcionar
É rock ou é eletrônico?
Essa é para o Bernardo!
Coméquesefaz sendo um só?
Happy bithday to you,
Acabôôôô, aaa ca bô... Acabôôôô...
Não É Brincadeira: Estou Nervoso
Saldo = - R$ 50,00
Chove

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