Show: Jorge Benjor, em Colônia
Num belo dia, Jorge Ben achou por bem se chamar Benjor. Uma obra primo- rosa e rica em todos os aspectos davam-lhe o direito de fazer o que quiser, até mudar de nome. Só que a decisão carregava um pressuposto que viria a se confirmar: Jorge Ben nunca mais.
Recebido como grande estrela – que é – no palco do Summer Festival, realizado em Colônia, Benjor fechou a tarde- noite. No palco, NaurÊa (SE), Roberta Sá (RN) e Berimbrown (MG) o sucederam. O show foi uma grande celebração, a banda do Zé Pretinho – ou, se preferir, Little Black Joe, como ele fazia questão de repetir – ia lavando a alma das mil e muitas pessoas que apareceram para prestigiar o evento de música brasileira. Jorge não revela a idade, mas como ele já estava fazendo onda no Beco das Garrafas em 1961, não é difícil imaginar de quem ele seja contemporâneo. E nesse quesito, ele está bem melhor que Mick Jagger, a voz ainda segura e o carisma transborda.
Mas o Jorge Ben não estava mais lá. Hoje em dia, o show do Zé Pretinho e sua banda nada mais é do que uma ótima banda fazendo versões de baile para os grandes sucessos. A loucura rítmica e a mistura de influências brasileiras, africanas e americanas foram substituídas por um arranjo quase idêntico para as, cerca de, vinte músicas apresentadas. Não tem mais novidade, é só botar um hit, enfiar uma estrutura de funk americano setentista, uma metaleira cascuda empurrando tudo e todos pra frente e deixar com a galera. Tetê terete tês irresistíveis, ô ária ariôs de levantar a mãozinha e vamoquevamo.. A famosa mão direita desconcertante de Jorge também raramente aparecem. Em alguns poucos momentos ele puxa um riff matador de sua indefectível Fender Telecaster vermelha para introduzir as músicas. Na maior parte do tempo, sua mão direita funciona mais como um grande acompanhamento carregando o contra-tempo. O “s” puxado, de língua presa, foi concertado no palco por uma correção fonoaudióloga, mas nada charmosa. (Trocando duas palavrinhas com ele no fim do show, pude constatar que o "defeito"do "s" só está curado quando canta. )
E a festa estava ótima mesmo assim.
Depois da terceira música, já se percebe que as músicas vão ser todas iguais, mas também se vê que isso não importa diante do fato de que uma noite inebriante é iminente. Daí, você escolhe: ou fecha a cara e sente falta das antigas ou cai na bagunça. A segunda opção é bem melhor. O pouco de Ben, sem jor, que ainda se vê está muito no repertório. “Menina mulher da pele preta”, “Os alquimistas estão chegando”, “Mas que nada” – com direito a “Alô Black Eyed Peas, alô Sérgio Mendes, estamos na área” - , “O telefone tocou novamente”, “Por causa de você, menina”, “Chove chuva”, “Umabarauma” “Fio Maravilha” e muito mais... Pensa um hit do rapaz, pois é, tava lá também. Jorge Ben conduziu a festa até o limite, 22hs, quando o som tinha que parar. Na Alemanha é assim. Olhando para o relógio, avisava a sua banda quantas músicas ainda cabiam. E enfileirava. Só gol de placa. E dá-lhe metaleira e pôr neguinho pra dançar!
O grande segredo de Jorge está escondido dentro da letra de “País Tropical”. Ele pode não ser um band leader, é um rapaz de mentalidade mediana, mas mesmo assim, feliz da vida porque não deve nada a ninguém, tem razões de sobra para transbordar simpatia, poder, algo mais e alegria.
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Recebido como grande estrela – que é – no palco do Summer Festival, realizado em Colônia, Benjor fechou a tarde- noite. No palco, NaurÊa (SE), Roberta Sá (RN) e Berimbrown (MG) o sucederam. O show foi uma grande celebração, a banda do Zé Pretinho – ou, se preferir, Little Black Joe, como ele fazia questão de repetir – ia lavando a alma das mil e muitas pessoas que apareceram para prestigiar o evento de música brasileira. Jorge não revela a idade, mas como ele já estava fazendo onda no Beco das Garrafas em 1961, não é difícil imaginar de quem ele seja contemporâneo. E nesse quesito, ele está bem melhor que Mick Jagger, a voz ainda segura e o carisma transborda.
Mas o Jorge Ben não estava mais lá. Hoje em dia, o show do Zé Pretinho e sua banda nada mais é do que uma ótima banda fazendo versões de baile para os grandes sucessos. A loucura rítmica e a mistura de influências brasileiras, africanas e americanas foram substituídas por um arranjo quase idêntico para as, cerca de, vinte músicas apresentadas. Não tem mais novidade, é só botar um hit, enfiar uma estrutura de funk americano setentista, uma metaleira cascuda empurrando tudo e todos pra frente e deixar com a galera. Tetê terete tês irresistíveis, ô ária ariôs de levantar a mãozinha e vamoquevamo.. A famosa mão direita desconcertante de Jorge também raramente aparecem. Em alguns poucos momentos ele puxa um riff matador de sua indefectível Fender Telecaster vermelha para introduzir as músicas. Na maior parte do tempo, sua mão direita funciona mais como um grande acompanhamento carregando o contra-tempo. O “s” puxado, de língua presa, foi concertado no palco por uma correção fonoaudióloga, mas nada charmosa. (Trocando duas palavrinhas com ele no fim do show, pude constatar que o "defeito"do "s" só está curado quando canta. )
E a festa estava ótima mesmo assim.
Depois da terceira música, já se percebe que as músicas vão ser todas iguais, mas também se vê que isso não importa diante do fato de que uma noite inebriante é iminente. Daí, você escolhe: ou fecha a cara e sente falta das antigas ou cai na bagunça. A segunda opção é bem melhor. O pouco de Ben, sem jor, que ainda se vê está muito no repertório. “Menina mulher da pele preta”, “Os alquimistas estão chegando”, “Mas que nada” – com direito a “Alô Black Eyed Peas, alô Sérgio Mendes, estamos na área” - , “O telefone tocou novamente”, “Por causa de você, menina”, “Chove chuva”, “Umabarauma” “Fio Maravilha” e muito mais... Pensa um hit do rapaz, pois é, tava lá também. Jorge Ben conduziu a festa até o limite, 22hs, quando o som tinha que parar. Na Alemanha é assim. Olhando para o relógio, avisava a sua banda quantas músicas ainda cabiam. E enfileirava. Só gol de placa. E dá-lhe metaleira e pôr neguinho pra dançar!
O grande segredo de Jorge está escondido dentro da letra de “País Tropical”. Ele pode não ser um band leader, é um rapaz de mentalidade mediana, mas mesmo assim, feliz da vida porque não deve nada a ninguém, tem razões de sobra para transbordar simpatia, poder, algo mais e alegria.
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Só não sei porque o endereço do site oficial registra é jorgeben.com.br e não jorgebenjor.com.br . Vai entender...
1 Opine:
Só pra completar, musicalmente falando, o trabalho do Los Sebozos Postizos, apesar denao ser sensacional, é mais generoso musicalmente com a obra de Jorge.
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