Curumin no Humaitá Para Peixe
Índio Japa Caboclo de Cavaco Bota a Galera Para Dançar
Curumin chegou ao Rio sem muito mais do que uma primeira vinda discreta, um currículo de baterista do Arnaldo Antunes, e turnês pelos Estados Unidos. Tinha, sim, uma banda the Aipins pronta para dividir as ações, principalmente quando Guizado assumia o trompete e no baixo de Lucas Marins. E isso bastou para o bailão do primeiro dia de festival.
Com um riso quase sarcástico no rosto, o índio japa caboclo... entrou, cumprimetou a todos em cima de uma base pré-gravada, e foi para a bateria. Lá, puxou a entrada dos músicos. O riso continuava no rosto. Não era só uma pilantragem performática, era também contentamento com a casa cheia, as meninas dançando ali na frente do palco, e a cidade Rio o acolhendo.
O Rio é parte sólida do repertório do paulista, seja na escolha do funk pré-Marlboro (será que existe isso?) Feira de Acari, ou simplesmente na eminência de Tim Maia ali entre os ecos e delays de tudo: a voz, as programações, o cavaquinho elétrico, o solo de metal. Quando, ainda no começo do show, se levantou das baquetas e ofereceu Guerreiro, o hit da persistência meio insolente de um Macunaíma que se dá bem, Curumim abriu definitivamente o canal entre palco e público. Tem no myspace.
Dali, partiu para uma mais calma, para falar de amor. E é meio que nisso que evolui o discurso do artista. Amor, ficar junto, achar o lugar sem pressa nem desistência, aproveitar, e fazer direito. Like a Virgin, de Madonna, é mais uma afirmação esperta. Se o cara ali da platéia entender o humor, tudo certo. Se não, só ouve e dança que tá certo também.
Do passado, lembrou de Cadê Meu Mocotó, e de hoje convidou B Negão. “A primeira vez que eu vim ao Rio, eu chamei esse cara, agora tenho que chamar de novo. Assim, quando ele for pra São Paulo, me chama também.” A descontração sobe o palco, e o samba-soul-funk contemporâneo ganha a guitarra do funk core de Funk Até o Caroço, com todo mundo cantando junto.
Não falta estrada à apresentação, tudo caminha com a ginga de uma serenidade cósmica, um músico se apoiando no outro, com uma série de trocas de posições inclusive. E Curumin à frente. Samurai do samba elétrico, mestre-sala de uma bandeira soul, pulso com delay de uma bateria nota dez, que venha o que vier, a festa numa boa estará pronta. Vê se não perde a próxima.
2 Opine:
fala, bernardo.
pô, me programei para ir a esse show do curumin mas por causa do ensaio dos djangos, tive que ir direto para jacarepaguá.
como o inicio das gravações lá no yuka já foi marcado, não poderíamos desmarcar esse ensaio.
espero ter a oportunidade de ver o curumin em breve. o cara agora é internacional.
e espero também logo logo te dar notícias do disco novo do djangos.
beleza???
um abraço do fã do sobremusica.
aguardo ansiosamente, homobono. Um abração, numa boa,
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