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Bernardo Mortimer
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Bruno Maia
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4.1.07

Esquentando

No fim de 2006, o sobremusica recebeu o primeiro convite para 2007. Fui convidado para colaborar com a produção de conteúdo para o site e zine do festival Humaitá Pra Peixe. Juntamente com o 'chefe' Joca Vidal (fora toda a equipe do HPP, Bruno, Gabriel, Domi, Léo, etc...), produzi um material que já começou a entrar na rede.

Começar 2007 com um festival desse porte na primeira semana é esquentar as turbinas pra voar alto nos próximos doze meses. De cara, na sexta, dois nomes que são referência na idéia de misturar hip hop e 'brasilidade' vão passar pelo palco do Sérgio Porto: Curumin e A Filial. Sábado tem o Ordinário Groove Combo (base do Binário + Iky e Aori) e o novo trabalho do Rio Maracatu, a banda Lapada.

Domingo é o dia do rock nesta edição do HPP. Na primeira semana, Rockz e Scracho inauguram o programa. O Rockz com o som contudente, dançante, bem-feito e com uma base de músicos calejada por anos no cenário independente. O Scracho chega trazendo uma horda de fãs, como representante da "Geração Sarau".

Quem visitar o site do HPP, poderá ler todos os textos que eu já produzi nos releases das bandas ou nas conversas com os músicos, além de encontrar mais uma penca de outros acepipes. Ao longo do festival, conforme os shows forem acontecendo, duplicarei alguns os meus textos aqui e escreverei outros lá, na cobertura dos shows.

Apesar do envolvimento profissional que terei com o festival este ano, as coberturas do sobremusica acontecerão independentemente disso, capitaneadas pelo Bernardo. É ele quem vai escrever aqui se banda tal foi boa ou não, se a produção funcionou ou não, enfim... Tudo que se espera de um quem se propõe a ter um olhar crítico - e sempre construtivo -, como é o sobremusica.


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Textos originalmente publicados em www.humaitaprapeixe.com.br

fotos de divulgação. Direitos Reservados
Rio Maracatu

Às vésperas do carnaval de 1997, com a morte de Chico Science, o país perdeu o principal nome da revitalização e modernização do maracatu. Naquele ano, a festa popular teve um quê de luto em Olinda, onde o cantor sofrera o acidente fatal. Um grupo de cariocas passou o carnaval por lá e acompanhou tudo isso de perto. Na volta ao Rio de Janeiro, já conhecendo melhor o maracatu, começaram a arquitetar aquele que seria o primeiro grupo do gênero fora de Pernambuco.

A trajetória do Rio Maracatu passou por pequenos ensaios na Lagoa, pela criação de oficinas na Fundição Progresso, pela ajuda na difusão da cultura nordestina pelo Rio de Janeiro e acabou sendo reconhecido pelas principais nações de maracatu de Pernambuco. Em 2003, instigados pela diversidade da formação musical dos integrantes, resolveram ampliar a atuação do grupo e criaram uma banda. Além de quatro percussionistas, o projeto conta com guitarras, bateria, violão, baixo e dois vocalistas, num total de dez músicos.

Nesse novo formato, o Rio Maracatu lançou o CD Lapada, em 2006. A produção foi feita com todo o cuidado nos estúdios da Rádio MEC, que foi a responsável pela viabilização deste trabalho. “Nós gravamos até no estúdio sinfônico, com calma e podendo chamar o Pedro Luís, que é nosso parceiro há muito tempo, pra produzir”, conta o percussionista Bruno Abreu.

Com a criação da banda, passou a haver uma separação entre as atuações do bloco e do grupo. “Batizamos a banda com o nome do disco: Lapada. Mas como ainda não deixamos de usar o nome do grupo, nós assinamos os shows como Rio Maracatu Lapada e os eventos do nosso bloco como Bloco do Rio Maracatu” , explica Bruno.

O trabalho do Lapada sintetiza mais claramente as misturas da herança nordestina com a música carioca moderna. “Todos temos influências diversas, do rock pesado ao jongo. Isso aparece no disco e o resultado do nosso som dialoga com o que nomes como Lenine, Fernanda Abreu, Pedro Luís têm feito. Um funk carioca, mas que não é exatamente o funk dos morros. É um som regional moderno. E é claro que Chico Science ainda é uma grande referência”, explica Cachaça (viola e cavaquinho). Completando uma década sem Chico, o show do Lapada no HPP busca mostrar que a herança criativa do cantor continua viva e renovada.


Rockz

A diversão se escondeu nas cores vibrantes do som do Rockz.

O grupo, que surgiu em meados de 2005, só começou a se apresentar em 2006. Graças aos muitos amigos que os integrantes colecionaram no cenário underground carioca, ao longo de anos de ralação em outras bandas, o processo dessa vez foi mais rápido. Todos os músicos são velhos conhecidos do público alternativo da cidade. Três deles, inclusive, já tocaram anteriormente no Humaitá Pra Peixe: Nobru Pederneiras (guitarra) e Pedro Garcia (bateria) com o grupo Cabeça, nas edições de 1995 e 2003, e Gabriel Muzak (guitarra), com o Funk Fuckers, em 1995 e 1997

. A formação do quinteto é completada por Daniel Martins (baixista) e pelo performático Diogo Brandão (vocalista), ambos advindos do Benflos, outro grupo conhecido da cena alternativa carioca. Diogo, por sinal, é dono de um carisma ímpar. Ele defende muito bem as letras sarcásticas e levemente provocantes do grupo. Cheio de movimentação, olhos vidrados, o vocalista incorpora os personagens que canta. Por mais que se note a influência de bandas clássicas como Beatles, Stones e The Who, o resultado do som do grupo é um rock dançante que se parece mais com os grupos contemporâneos do que com os de outrora.

Os riffs matadores de guitarra são, junto com a atuação de Diogo, o grande charme do Rockz. Músicas como “Colorbar”, “Confesso que errei” e “Essa mulher” são pura faísca.

O primeiro ano de trabalho do quinteto coincidiu com o lançamento de uma música de Caetano Veloso homônima ao grupo. “Mas o dele é Rocks, com ‘s’. O nosso é com ‘z’”, corrige Nobru Pederneiras, para completar em seguida: “Ele é um gênio. Só espero que um dia a gente possa sentar numa mesa pra conversar sobre isso”. E aí, Caetano? O convite está feito.


Scracho

O quarteto carioca Scracho chega ao Humaitá Pra Peixe celebrando um fenômeno muito particular do rock carioca nesta década: a Geração Sarau. Com a diminuição do número de casas de shows, de médio porte, que abrem espaço para artistas novos, os grupos de rock encontraram espaço nos saraus dos colégios particulares.

São eventos que, algumas vezes, já não cabem no pátio das escolas, de tão grandes que ficaram. O guitarrista Gabriel Leal reconhece esse fenômeno. “É verdade, nós fizemos e ainda fazemos muitos shows desse tipo. É muito legal porque, muitas vezes, os pais não deixam os filhos saírem, ficam com medo. No colégio não tem problema. Os pais confiam. Isso nos possibilita ter contato com um público que talvez nunca fosse nos ver”.

Somado ao potencial da internet, os saraus possibilitaram uma atuação independente mais bem estruturada para muitas bandas. A comunidade do Scracho no Orkut já supera a marca de 12 mil pessoas. O grupo não tem site, mas aposta em um fotolog para impulsionar a carreira. “Muitas vezes eu vejo os sites das bandas e acho tudo muito impessoal. A dinâmica do fotolog permite uma outra aproximação com o público, que pode nos ver e interagir escrevendo”, opina o guitarrista.

Coincidentemente (ou não), a banda surgiu em um colégio carioca. Depois de algumas mudanças de formação, o grupo atualmente conta com uma baterista, Débora Deicher. “É lógico que não dá pra fazer as mesmas piadas que se faria se ela não estivesse conosco. Mas a escolha dela foi simplesmente porque foi quem mais atendeu às nossas necessidades, além de gostar muito de reggae, que é um caminho que a banda está tomando”, diz Gabriel. Além deles, tocam na banda Diego Miranda (vocalista) e Caio Corrêa (baixista). Recentemente, o reggae vem sendo incorporado ao som do grupo, que sempre teve influências como Blink 182 e New Found Glory.

Para o grupo, 2006 foi um ano de plantar sementes: foram seis meses de pré-produção, quatro de gravação para o primeiro CD, que deve ser lançado em março. Além disso, a turnê do Scracho passou pelas maiores casas de shows do Rio, por vários estados do nordeste, Minas Gerais, Paraná e São Paulo. “Foi um ano de preparação para 2007. Esperamos agora conseguir levar nosso som para o maior número de pessoas possível”. Para isso, eles terão uma grande chance logo na primeira semana do ano, no Humaitá Pra Peixe.

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É isso então. A partir de amanhã, às 19hs, toda sexta, sábado e domingo. Nas segundas tem a gloriosa Batalha de MCs na Melt. Tudo isso até janeiro acabar.

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Parabéns ao Ronaldo Lemos, novo presidente mundial do iCommons. Acompanho o trabalho dele há um tempo e, por isso, não me é surpresa que ele seja reconhecido dessa forma. O cara é um prodígio e mostra que não é só em futebol que o nome 'Ronaldo' vai bem não... Além do que, agora eu posso tirar a onda de que assisti ao Roskilde ao lado do 'presidente mundial do ICommons'... Oh que onda...


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