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27.4.07

Notícias do Cenário Independente

Os Nuggets do Fim do Século


      Sabe o que é um nugget? É, isso mesmo. Em 1972, a Rhino Records lançou nos EUA uma compilação em dois discos com o que dois indivíduos achavam ser o essencial da psicodelia americana entre os anos de 65 e 68. Caso interesse, a dupla era o guitarrista da Patti Smith, Lenny Kaye, e o dono da Elektra Records, Jac Holzman. Isso, a coletânea do essencial de um momento específico do rock, ficou sendo o primeiro nuggets da história.
      Não dá pra saber ao certo como foi surgir esse nome, mas o meu palpite era que por se tratar de uma coletânea psicodélica, eles quisessem um nome que desse uma idéia de pedaços gostosos de alguma coisa maior. O gosto pelo nonsense deve ter ajudado na aprovação da sugestão.
      De um jeito ou de outro, a idéia deu certo. Críticos gostaram, gente normal comprou, e até em uma lista de 200 melhores álbuns da história da Rolling Stone, o 'Nuggets: Original Artyfacts From the First Psychedelic Era' entrou. Mas demorou até o ano 2000 para que o lp duplo fosse digitalizado em cd pela mesma Rhino Records. E feito isso, outros nuggets vieram. O segundo era uma coletânea do mesmo período, mas só com músicas psicodélicas de fora dos EUA, Mutantes entre os contemplados.
      A idéia de nuggets ainda foi usada pelo menos três outras vezes pela gravadora.

      Essa volta toda, eu dei para chegar aqui no Brasil. A idéia foi de Gabriel Thomaz, do Autoramas. Organizar o melhor da coleção dele de quinhentas demos e lançar. A proposta foi prontamente aceita pelo dono do selo midsummer madness, Rodrigo Lariú. Vai sair na internet, e em fita. É, em fita. Afinal, magnetismo tem a ver com tudo isso. O nuggets brasileiro vai se chamar Fim de Século (soa Ramones?) e não deve terminar nessa primeira edição - aliás, com lançamento marcado para o dia primeiro de maio. Preparare-se para Raimundos com bateria eletrônica, Acabou la Tequila e Pato Fu pré-históricos, Oz, Cabeça, Graforréia Xilarmônica, Eddie. De repente, mais pra frente, rola um Djangos, um Los Hermanos (o momento é bom para homenagens), Gangrena Gasosa...



Nada a ver

      Por falar em Gabriel Thomaz, o Autoramas tá na Europa. De sexta passada até o meio do mês que vem, rola Bélgica, Holanda, Espanha, e muito Portugal. Porque às vezes a gente fica falando de myspace e Cansei de Ser Sexy, e na verdade rolam outros exemplos de uso da internet para fazer uma banda legal sair do país e fazer girar a roda do som brasileiro. E eu tô falando de cultura, economia, negócios, trocas. E, no caso, rrrrock.



Nada a ver

      E a letra de Fred 04 para a nova música do mundo livre s/a, que vai dar para baixar no site da Monstro, logo mais, à noite. Muito legal ver uma banda com mais de dez anos de estrada repetindo experiências de uso inteligente da internet. Nova música é isso, mesmo que o artista seja um velho conhecido.

CHO SEUNG SONG (Requiem para virtuais vítimas e atiradores)

O sol nunca se põe nos infinitos domínios da microsoft
todos sabemos que é só uma inocente e singela corrida
Tudo é seguro nos liberais domínios da tecnolife
mas por uma razão qualquer eu só consigo ver macrosangue
(escorrendo dos dedos tétricos que preparam nossos castos bigmacs)

Então eu estou voltando pra China, nunca é tarde
mas antes queria levar um lote de vocês pra um longo passeio
quem tem que viver encurralado, bye bye peixinhos dourados, bye bye

Consciência ambiental com as menores taxas do pregão
mas algo me incomoda, não sei, deve ser o cheiro de ódio
(que exala de suas turbinadas sementes)
Dolar em baixa comprime os preços nos mercados emergentes
mas quem não conhece o fim dessa piada
maldita maratona sem linha de chegada
Satélites rastreiam nossos passos
portanto eu realmente não sei
quanto tempo ainda temos pra limpar as mãos antes que o anjo/rede/NBC
nos liberte desse tenebroso anonimato

Então eu estou voltando pra China, nunca é tarde...(refrão)

O sol nunca se põe...
todos sabemos que é só uma corrida de vantagens




Nada a ver

      E por falar em Monstro, olha a escalação do Bananada, lá no site deles. Um monte de banda do Centro-Oeste como Mechanics (GO) e Violins (GO), o rock bêbado e mal-encarado do Super Hi-Fi (RJ), a desconstrução debochada da Graforréia Xilarmônica (RS), o punk raivoso do Devotos (PE), o dub afro-caribenho do Coletivo Rádio Cipó (PA), os olhos vidrados do Rockz (RJ), a segunda onda mineira metal Udora, atrações estrangeiras, gente que eu ainda não ouvi como Pública (RS) e Stereoscope (PA), além dos donos da casa do MQN (GO). Fabrício Nobre em ação, véio.

1 Opine:

At 14:45, Blogger Otaner said...

Por falar em fita-demo do Djangos,
eles disponiblizaram na rede uma demo
deles ao vivo em curitiba, chamada
100 cortes, de 1997. Pra quem quiser:
http://rapidshare.com/files/16063617/Djangos_-_100cortes.rar.html
E tomara que a próxima edição desse
fim de século tenha Djangos, Funk
Fuckers, Zumbi do Mato e Cabeça! (se
já não tiver nessa)

 

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