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30.5.07

Entrevista: CEO's do Last.FM (Martin Stiksel e Felix Miller) * parte 1

Foi anunciado mais uma grande compra nesse segundo boom da internet. A bola da vez é a Last.FM, comprada pela CBS. Depois das negociações da Google na compra do YouTube por US$1,7 bi, a bagatela de US$280 milhões parece até uma ninharia. Mas certamente não é, ainda mais se diferenciarmos que o Last.FM já tem um modelo de negócio mais encaminhado, que respeita direitos autorais e tal..., ao contrário do YT.

No meio de abril, entrevistei por e-mail os CEO's do Last.FM, Martin Stiksel e Felix Miller. Além de comandarem a empresa, que funciona humildemente com uma equipe de 20 e poucas pessoas num prédio comercial em Londres, eles são os criadores da coisa toda, junto com Richard Jones, o terceiro sócio. Quer dizer, ex-sócio, porque agora pertence tudo à CBS. A promessa é de que a lógica do negócio, a equipe e a identidade visual serão mantidas. Na época, eu não estava convicto de que fosse momento para publicá-la. Ficou engavetada aqui, mas diante das notícias de hoje, dei uma arrumada na casa e trouxe o papo pra cá.

Apesar das respostas curtas, foram muitas perguntas. Por isso, vou colocar em duas partes. A segunda não deve tardar. Ainda essa semana pinta aqui.

(por Bruno Maia)

:: Você costumava tocar em bandas punks, que nunca tiveram um grande sucesso popular. Viver de música era um sonho que você sempre teve? E comandar a Last.Fm hoje em dia preenche esse sonho ou você é mesmo um músico frustrado?

Martin Stiksel: Nós, primeiramente e mais do que tudo, somos fãs de música. Então é incrível poder dar algo de volta aos artistas e aos selos/gravadoras com os quais trabalhamos e poder ajudar outros fãs de música a encontrarem algo excitante.

:: Pra você, qual é o principal ponto do negócio Last.FM?

MS: Mudar a forma como as pessoas encontram e consomem música pra sempre.

:: A parceria de vocês com o Pandora para a criação do Pandora.FM é a evidência de uma visão diferente de mercado, que vê os outros atores como aliados, mais do que como concorrentes que devam ser eliminados. É por aí mesmo? Por que uma parceria com o Pandora?

MS: O Pandora é apenas uma rádio de recomendações. Nós fazemos muitas outras coisas. Somos uma rede de relacionamentos sociais, um catálogo de músicas, recomendadores de shows, então, não estamos numa competição com eles.

:: Richard Jones, o outro sócio, não era propriamente um amigo de vocês quando desenvolveu o plug-in AudioScrobbler, ainda na universidade. Como vocês chegaram até ele? Você estavam procurando ou simplesmente aconteceu por acaso?

Felix Miller: Nós lemos sobre ele no jornal e percebemos que estávamos em busca das mesmas coisas…

:: Vocês ainda procuram novas idéias nas universidades ou isso não é mais necessário?

MS: Richard é uma excessão. ;) Um em um milhão.

:: Como o serviço de vocês mudou desde a primeira versão até o dia de hoje?

MS: O Last.FM mudou radicalmente. Cresceu muito, tanto em objetivos como em visão, por mais de quarto anos...

:: Quantos usuários estão inscritos no service atualmente?

MS: Atualmente nós temos mais de 20 milhões de visitas únicas por mês

:: Não é muito comum encontrarmos um grande negócio mundial na Internet que não esteja baseado no Vale do Silício. Como é trabalhar em um negócio on-line na Inglaterra? O mercado tecnológico é suficientemente forte?

FM: Londres é o melhor lugar pra se fazer qualquer coisa com música. É a milhas e milhas dos Estados Unidos! E a cena “tech” é bem saudável por aqui também...

:: Como funciona o sistema de mapeamento das preferências de cada usuário? Quais são as principais informações usadas pelo sistema de recomendação de vocês?

MS: O sistema é dirigido pelo usuário. São mais de 500 milhões de vezes por mês que os nossos usuários nos dizem que música eles estão escutando e nós baseamos toda a recomendação num dispositivo que contabiliza essas informações.: pessoas que escutaram esse artista e também aquele outro...

:: Como a maioria dos negócios na internet, no começo vocês precisaram de injeção de capital de fundo de investimentos. Já se trata de um negócio lucrative ou ainda não?

MS: Nós começamos sem dinheiro absolutamente nenhum e conseguimos 1 milhão de usuários. Só aí é que tivemos aporte desse capital para aumentar a escala do negócio. Sobre lucros, não irei comentar.

:: Como é a relação de vocês com as grandes gravadoras?

MS: Nós acabamos de fechar uma parceria com a EMI e a Warner Music. Todas as músicas delas estão disponíveis para audição no Last.FM.

:: Sobre o Tuneglue. Você pode explicar essa parceria com a EMI e Amazon? É um projeto pioneiro com essas características, não é? Como ele funciona.

MS: Tuneglue é um exemplo do poder dos dados de recomendação do Last.fm. Você pode explorar informações dos artistas, começando de um que você conheça e o Tuneglue te apresenta outros similares... E assim as descobertas se seguem…

[n.e: Explicando um pouco mais, o Tuneglue é um projeto da EMI que utiliza as informações do banco de dados do Last.FM para que o usuário navegue por informações dos mais diversos artistas, inclusive os não-EMI. A diferença é que para os seus músicos, as informações são mais completas e direcionadas para o consumo de produtos via Amazon]

1 Opine:

At 23:29, Anonymous Anônimo said...

Esses caras da Last.fm vieram com tudo!

 

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