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Bruno Maia
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7.7.07

Entrevista: Brandon Flowers, The Killers


A tal da surpresa...

Muita gente o acha convencido e pretensioso. No encontro de 20 minutos que o SOBREMUSICA teve com o vocalista e líder do The Killers, ele transbordou simpatia e acessibilidade. A produção vetou qualquer foto ou câmera. Brandon estava sem fantasias, vestido como um carinha normal, de 26 anos. Respondeu às perguntas sem grandes pudores. A entrevista foi promovida pela organização do Tim Festival (aquele, lembra?), que entrou em contato me convidando a participar dela ao saber da cobertura que estaria fazendo para o SOBREMUSICA, para o G1 e para a próxima edição da Rolling Stone. Junto comigo estiveram os jornalistas Bernardo Araújo (O Globo - RJ) e Juliana Girardi (Gazeta do Povo - PR), que viajaram à convite da operadora.


Seguem as perguntas feitas por mim ao vocalista.


Bruno Maia: A primeira coisa a se perguntar é o seguinte. Você já esteve alguma vez no Brasil? Houve um boato de que você esteve por lá em 2000. Isso tem alguma coisa de verdade?

Brandon Flowers: (risos) Não, eu nunca estive no Brasil. Eu sonho com isso. Eu gostaria de ir à América do Sul em geral. O meu irmão passou um tempo no Chile. Estou muito empolgado pra descer por lá em outubro.

BM: A banda começou em 2002. Olhando para trás, você acha que as coisas aconteceram rápidas demais para vocês?

BF: Sim, foi muito rápido. Mas enfim, a gente fica feliz por isso.

BM: Como você vê a sua geração de bandas? Há algo de similaridade entre os trabalhos de vocês?

BF: Pra mim, são ótimos grupo. Eu acho que deve haver muita coisa parecida nos nossos trabalhos, apesar do resultado ser muito diferente. Porque nós nascemos na mesma época, crescemos ouvindo as mesmas coisas, como David Bowie, New Order...

BM: E você acha que a fusão com a eletrônica é a marca desses tempos?

BF: Sim! Eu nasci em 1981, cresci ouvindo esse tipo de som. Então não é uma questão de tentar fazer um tipo de música, não. Essa é a música que eu faço naturalmente. Foi o que eu nasci ouvindo, o que meu irmão sempre ouviu.

BM: Neste fim-de-semana nós vamos ter o Live Earth acontecendo em vários países. O que você acha desse papo de que o rock pode ajudar a mudar o mundo? Essa história já é velha e não se sabe se é uma verdade ou não. Qual sua visão sobre isso?

BF: Sim, eu acho que pode mudar. Eu acredito que pelo menos o fato de unir tantas pessoas ao redor do planeta já é importante. Atualmente não se tem tantos líderes como se via nos anos 60. Não há John Lennons, não há Bob Dylans... Bono Vox é a melhor coisa que nós temos, ele faz tudo que está a seu alcance e isso é bom...

BM: Mas por que você acha que não existem mais esses líderes? Porque as pessoas não estão se importando tanto com essas questões, porque a diversão importa mais...

BF: Por causa de John Lennon e Bob Dylan. A gente colocou esses caras em um nível tão alto, que ninguém tem o direito – eu não tenho – de puxar essas questões para si. Porque se eu fizer, as pessoas vão me tirar de lá. Os jornalistas vão perguntar “quem é esse cara está achando que é? Ele acha que é o John Lennon? Ele acha que é o Bob Dylan?”. Então não mais há lugar para novas pessoas por lá.

BM: Mas você gostaria de estar lá?

BF: Sim, seria legal. Eu acho que seria algo muito positivo, mas ninguém vai permitir que isso aconteça. Os tempos são diferentes...

BM: The times they are a-changin...

BF: (risos) É na verdade, they have already changed! (eles já mudaram!)

BM: E sobre o Live Earth....

BF: É ótimo! Sim, é ótimo! Todo o planeta vai estar assistindo. Você pode ser um artista, pode ser um religioso... É obrigação de todos cuidar da Terra.

BM: Vocês são uma banda que já nasceu na era da Internet. Quando vocês começaram a tocar já existia download em todos os lugares e eu acho que você mesmo devia fazer downloads naquela época, para conhecer novos artistas, etc... Como você lida com isso hoje em dia, sabendo que alguém pode simplesmente querer ouvir sua música e não pagar por isso?

BF: É frustrante (risos)...

BM: Mas você costumava fazer downloads?

BF: Sim, eu baixei algumas coisas, mas... Eu não quero me defender, mas talvez eu fizesse aquilo só para conhecer e eu compraria o álbum se eu realmente gostasse. Eu teria ainda mais vontade de ter o disco, seria a primeira pessoa a querer comprar, abrir o encarte e ver as fotos... Eu ainda tenho esse fã dentro de mim... Mas enfim, eu não sei...

BM: E o que você acha sobre o clima que existe nestes festivais europeus?

BF: É legal. É como se fosse uma época de natal pra essas pessoas...

BM: E pra você?

BF: Pra mim? Bem, não vou dizer que é como se fosse mais um show qualquer, mas essa é a forma como eu devo tentar me relacionar com isso tudo porque eu ainda estou aprendendo muito sobre performance. Ainda não é uma coisa natural, mas eu continuo me esforçando para que seja.

BM: Você disse que não está satisfeito, mas como você percebe sua evolução ao longo do tempo?

BF: Eu queria ser mais confiante, mas acho que estou melhorando, eu tenho assistido... Eu vi algumas trechos das apresentações em Glastobury e em um show que fizemos na Noruega... Eu acho que ainda preciso melhorar, não me sinto muito confiante. Eu ainda não pareço com o Fred Mercury (risos)

BM: É uma pergunta clichê, mas inevitável quando se entrevista alguém que vá ao Brasil. Que tipo de imagem você tem em mente quando pensa no Brasil?

BF: A minha imagem sobre o Brasil é mais sexual. Isso é tudo que a gente recebe de informação. Não quero dizer que eu vou para lá para fazer sexo, mas sim que é um lugar em que há um aspecto mais sexual e esse tipo de coisa... Mas tem um show incrível que o Pet Shop Boys fez no Rio...

BM: Quando vocês estão em países como o Brasil, em que vocês não sabem muito a respeito, dá tempo de conhecer um pouco da cultura ou é mesmo, como você disse, só mais um show?

BF: Eu acho que no Brasil nós vamos ter algum tempo por lá para aproveitar. Eu adoro experimentar novas comidas. Eu não tenho medo, meu estômago é forte... (risos). Eu estou realmente muito empolgado! Estivemos no México algumas vezes e há muitas pessoas da América do Sul que vivem nos Estados Unidos. Na minha opinião, esses são os povos mais amistosos do mundo e eu fico muito empolgado de poder descer por aquela região.

BM: Mas na verdade, vocês realmente participam da escolha dos lugares onde vão tocar ou é apenas um agente que cuida da turnê internacional, que vai marcando e dizendo para vocês?

BF: Sim, sim... A gente negocia e diz o que queremos fazer ou não.

BM: E você tem algum amigo na América do Sul? Ainda que por causa do seu irmão...

BF: Ë, o meu irmão ainda tem muitos amigos que ele mantém contato...

4 Opine:

At 14:53, Blogger Bernardo Mortimer said...

Muito bom, éim?

 
At 16:27, Blogger r said...

Very naice!!

 
At 18:06, Anonymous Anônimo said...

well well

restless heart a promise land...

 
At 00:02, Blogger ethi the cure said...

mttt bom , adoraria bater um papo desses com o brandon.

 

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