Roskilde Festival '07 :: Primeiro dia
Martírio. Essa foi a palavra do primeiro dia do Roskilde Festival. Além do perrengue de andar 4 km carregando as bagagens (esqueça os ônibus!) na chuva, com direito a uma parada de 40 minutos para esperar por um táxi prometido que não veio, o espírito chegou por aqui estafado e o corpo exaurido. O ânimo foi voltando, em parte, ao longo do dia.
Já de cara, vi que o tal objetivo traçado dias atrás não seria atingido por completo. Hoje, enquanto digito tais linhas, perco o show do Stone Throw presents. Já perdi também todos os anteriores a eles, pela necessidade de voltar ao centro da cidade para abastecer a barraca. Mas parando de reclamar da vida e indo aquilo que move tudo por aqui, vamos falar de música.
O Arcade Fire eu perdi por um nobre motivo que vocês saberão amanhã. Se tudo der certo, saberão exatamente no primeiro minuto de amanhã, hehe. O primeiro show que consegui de fato assistir foi o do super competente LCD Soundsytem. “Daft punk is playing in my house” na lama virou catarse coletiva. Em “All my friends”, que no original foi gravada com as vozes de Alex Kapranos, do Franz Ferdinand, James Murphy também segurou a onda, mas faltou o charme do sotaque escocês.
Já o The Killers mostraram ser a banda de um homem só, o vocalista Brandow Flowes. Ele canta, toca teclado e baixo, numa mistura de Robbie Williams, com Fred Mercury e Peter Hook. Mas em carisma, ele fica devendo pra todos os outros. A apresentação teve muitas baladas e vários momentos conduzidos por Flowers ao teclado sem sintetizador. A platéia curtiu, mas não houve grandes excessos. Em “Somebody told me” a chuva apertou e trouxe um certo charme.
À esquerda do palco, alguns preferiam “brincar”no jardim de lama e outros esperar numa longa fila para entrar na área vip durante o show da Björk. No Roskilde Festival, “área vip” é um espaço destinado aos fãs que querem ficar mais perto do palco, mas sem serem comprimidos pela multidão. Assim, se evita novas tragédias como a do show do Pearl Jam em 2000. Para ser vip, não adianta mandar e-mail praquela assessora de imprensa amiga. Você precisa perder um show inteiro e aguardar na fila pra ver se rola de entrar.
A chuva não deu tréguas. Conforme o dia passava, mais pesado se tornava o caminhar. Tanto pelo desgaste natural ao longo do dia, quanto pelo estado do chão que se tornava mais aquático e pantanoso, quanto pelas roupas que se tornavam mais pesadas com o acúmulo de água. Na arquitetura do Roskilde, o palco Arena é o único que fica à esquerda do Orange. Entre eles, alguns corredores de stands, lojas de roupas, comida, etc. Ao fim da noite, esses corredores já estavam completamente alagados, sendo impossível ver o chão.
A Björk fez um show bonito, mas que não passa disso pra quem não é chegado. Cheio de cores, referências lúdicas, muitas luzes e uma orquestra de metais liderados por lindos flugelhorns. Em algumas faixas, o clima ficava próximo ao de uma apresentação numa igreja. Em outras, o caos absoluto das programações atropelava com raios projetados sobre a platéia e holofotes acessos na frente do palco, ofuscando o que acontecia lá em cima. Quando ela estiver por aí em outubro, em um palco coberto e “pequeno”, os detalhes visuais devem funcionar ainda melhor. Em termos de som, não deve ser muito diferente, porque a qualidade do sistema de PA por aqui é assombrosa. Desde o ano passado, quando ouvi o Roger Waters fazendo o Dark Side of the Moon, isso já tinha me impressionado. A apresentação da Björk requer tanto dos operadores de som quanto o do ex-Floyd.
Mais sobre os shows, pode ser lido no G1.
Hoje a correria começou cedo. Como disse, tive que reabastecer a barraca e vir fazer os primeiros textos do dia. Por isso, já perdi alguma coisa. O primeiro show seria o do The Sounds, mas admito a dúvida entre eles e o New Young Pony Club. Ah! Esqueci de incluir naquela lista de objetivos ver o The Brian Jonestown Massacre que todo mundo fala benzão. Lembrança providente de Pedro Seiler.
É isso. As fotos virão mais tarde, ok? Vamo que vamo.
*****************************
Só pra constar, mais uma vez, que o SOBREMUSICA veio ao Roskilde com o apoio do Kunststyrelsen.
Já de cara, vi que o tal objetivo traçado dias atrás não seria atingido por completo. Hoje, enquanto digito tais linhas, perco o show do Stone Throw presents. Já perdi também todos os anteriores a eles, pela necessidade de voltar ao centro da cidade para abastecer a barraca. Mas parando de reclamar da vida e indo aquilo que move tudo por aqui, vamos falar de música.
O Arcade Fire eu perdi por um nobre motivo que vocês saberão amanhã. Se tudo der certo, saberão exatamente no primeiro minuto de amanhã, hehe. O primeiro show que consegui de fato assistir foi o do super competente LCD Soundsytem. “Daft punk is playing in my house” na lama virou catarse coletiva. Em “All my friends”, que no original foi gravada com as vozes de Alex Kapranos, do Franz Ferdinand, James Murphy também segurou a onda, mas faltou o charme do sotaque escocês.
Já o The Killers mostraram ser a banda de um homem só, o vocalista Brandow Flowes. Ele canta, toca teclado e baixo, numa mistura de Robbie Williams, com Fred Mercury e Peter Hook. Mas em carisma, ele fica devendo pra todos os outros. A apresentação teve muitas baladas e vários momentos conduzidos por Flowers ao teclado sem sintetizador. A platéia curtiu, mas não houve grandes excessos. Em “Somebody told me” a chuva apertou e trouxe um certo charme.
À esquerda do palco, alguns preferiam “brincar”no jardim de lama e outros esperar numa longa fila para entrar na área vip durante o show da Björk. No Roskilde Festival, “área vip” é um espaço destinado aos fãs que querem ficar mais perto do palco, mas sem serem comprimidos pela multidão. Assim, se evita novas tragédias como a do show do Pearl Jam em 2000. Para ser vip, não adianta mandar e-mail praquela assessora de imprensa amiga. Você precisa perder um show inteiro e aguardar na fila pra ver se rola de entrar.
A chuva não deu tréguas. Conforme o dia passava, mais pesado se tornava o caminhar. Tanto pelo desgaste natural ao longo do dia, quanto pelo estado do chão que se tornava mais aquático e pantanoso, quanto pelas roupas que se tornavam mais pesadas com o acúmulo de água. Na arquitetura do Roskilde, o palco Arena é o único que fica à esquerda do Orange. Entre eles, alguns corredores de stands, lojas de roupas, comida, etc. Ao fim da noite, esses corredores já estavam completamente alagados, sendo impossível ver o chão.
A Björk fez um show bonito, mas que não passa disso pra quem não é chegado. Cheio de cores, referências lúdicas, muitas luzes e uma orquestra de metais liderados por lindos flugelhorns. Em algumas faixas, o clima ficava próximo ao de uma apresentação numa igreja. Em outras, o caos absoluto das programações atropelava com raios projetados sobre a platéia e holofotes acessos na frente do palco, ofuscando o que acontecia lá em cima. Quando ela estiver por aí em outubro, em um palco coberto e “pequeno”, os detalhes visuais devem funcionar ainda melhor. Em termos de som, não deve ser muito diferente, porque a qualidade do sistema de PA por aqui é assombrosa. Desde o ano passado, quando ouvi o Roger Waters fazendo o Dark Side of the Moon, isso já tinha me impressionado. A apresentação da Björk requer tanto dos operadores de som quanto o do ex-Floyd.
Mais sobre os shows, pode ser lido no G1.
Hoje a correria começou cedo. Como disse, tive que reabastecer a barraca e vir fazer os primeiros textos do dia. Por isso, já perdi alguma coisa. O primeiro show seria o do The Sounds, mas admito a dúvida entre eles e o New Young Pony Club. Ah! Esqueci de incluir naquela lista de objetivos ver o The Brian Jonestown Massacre que todo mundo fala benzão. Lembrança providente de Pedro Seiler.
É isso. As fotos virão mais tarde, ok? Vamo que vamo.
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Só pra constar, mais uma vez, que o SOBREMUSICA veio ao Roskilde com o apoio do Kunststyrelsen.
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