contato |@| sobremusica.com.br

Bernardo Mortimer
bernardo |@| sobremusica.com.br

Bruno Maia
bruno |@| sobremusica.com.br

13.9.07

CHAPPA :: Newsletter Agosto

Este texto foi disparado na newsletter do CHAPPA de agosto. Deu para ver que repercutiu em alguns lugares e levou essa discussão adiante. Aproveito o ensejo e o reproduzo aqui. Em breve, sai a de setembro.


O novo mercado da música


As mudanças que o mercado fonográfico vem atravessando nos últimos anos em todo o planeta parecem estar chegando ao Brasil. Nesse início de agosto, algumas indicações disso vieram à tona e merecem um olhar mais atento.

Para começar, a Warner Music anunciou a parceria com a Indie Records, pela qual ela se torna a representante internacional de todo o catálogo da empresa brasileira. A gravadora ainda lançou no mercado uma ação consistente de incentivo ao download legal nos moldes do que é praticado há tempos no exterior. Em parceria com a TicTac, a Warner está oferecendo músicas de seu catálogo para os consumidores da famosa balinha. A cada dois Tic Tacs comprados, o sujeito ganha um download. Em julho, a Trama anunciara que começaria a pagar aos artistas que alimentam o catálogo do TramaVirtual. A cada download que fosse feito, o respectivo artista recebe um determinado valor. Neste caso, o que viabiliza o negócio é a publicidade no próprio portal.

Ambas as alternativas trabalham com uma constatação inevitável: dificilmente o consumidor voltará a pagar diretamente por um fonograma. A música continuará tendo um papel comportamental decisivo para a cultura contemporânea e os interesses adjacentes a isso continuarão movimentando a produção fonográfica. O consumidor final continuará pagando a conta, mas provavelmente em outra ponta da cadeia. Ou no merchandising, ou no ingresso do show, ou numa caixinha de balas, numa latinha de refrigerante e onde mais se pensar.

De outro lado, praticamente simultânea a essas ações da Warner e da Trama, a Universal lançou um portal próprio para download de músicas via aparelho celular, com direito a comercial na Rede Globo e tudo... Funciona assim: o usuário envia uma mensagem para um determinado número e escreve “Universal”. Pronto, o catálogo da maior gravadora do planeta se abre para ele. É uma ponte direta com o consumidor, que pode parecer contraditória aos parágrafos anteriores e às promoções citadas, mas não é. A cadeia produtiva da música passou a ter um formato dinâmico e aberto, indo além do tradicional “artista-gravadora-lojista-público consumidor”.

Uma diferença, porém, é inegável na estratégia das três gravadoras citadas. A Universal está optando em ir ao mercado usando o próprio nome na frente e, com isso, fortalecendo sua marca junto ao público. É como se o consumidor se associasse diretamente a um “clube Universal” e não a um determinado artista. Já a Warner optou por simplesmente disponibilizar conteúdo para um patrocinador, que ao final da promoção pagará a conta pelos downloads oferecidos. Se não há, neste caso, uma vivência da marca “Warner”, por outro lado a empresa não se sobrepõe aos seus próprios artistas. Na propaganda de tv feita para esta promoção com a TicTac não há nenhuma citação à Warner, por exemplo.

Já a Trama opta por um caminho do meio. Tal qual a Warner, a gravadora paulista não sai com o nome à frente da oferta de downloads, mas a promove dentro de um ambiente próprio, no caso o portal. A marca Trama é vivenciada ainda que indiretamente e os artistas continuam sendo a mola do processo.

São três diferentes modelos que demonstram três formas diferentes de encarar o mercado fonográfico. Qual deles está certo ou é mais eficiente? Qual é o papel dos produtores de discos neste novo mercado fonográfico? Como desempenhá-lo? Como essas variáveis se aplicam aos pequenos selos? O mercado parece ainda não saber, mas as mudanças estão sendo sentidas no comportamento das empresas. Não há como negar uma tentativa de inovação por parte das grandes gravadoras nos últimos tempos. O tal CDZero da SonyBMG, mesmo com todas as questões que possa suscitar, não deixa de ser uma tentativa, tal qual as vendas casadas de músicas com aparelhos celulares.

Para quem ainda duvida de que o negócio da música não morreu, mais uma notícia desse início de agosto pode ajudar: a compra da EMI pelo TerraFirma. Para quem não sabe, este é um dos maiores fundos de investimentos britânico, com um currículo de negociações que superam a marca de R$70 bilhões, que pertence ao mega-investidor Guy Hands (eleito em 2000 como “Global Leader of Tomorrow”, no Fórum Econômico Mundial). Mais do que qualquer outro tipo de empresa, o principal norte de um fundo de investimentos é o lucro potencializado ao máximo. Alguns podem até não ver que este negócio ainda será lucrativo, mas o Guy Hands vê.

Onde tudo isso vai dar, só o tempo dirá. Há uma nova indústria se forjando a cada dia. É a nova música. São as novas oportunidades


Mark Ronson e (Amy Winehouse)
Show: Pato Fu no Odisséia
Blogs de bandas
La Tequila Acabou na Lapa
Acontece :: CineCUFA
Tim Festival 2007
sessão youtube
CD :: Plínio Profeta – Vol.1
Rolling Stone :: The Magic Numbers e Cartola
The Bounce

- Página Inicial

- SOBREMUSICA no Orkut



Envio de material


__________________________________

A reprodução não-comercial do conteúdo do SOBREMUSICA é permitida, desde que seja comunicada previamente.

. Site Meter ** Desde 12 de junho de 2005 **.