Rolling Stone :: Outubro/2007
Seguindo a tradição, recupero os textos que escrevi para a edição de outubro da Rolling Stone. O primeiro é sobre a banda carioca Maldita. A matéria foi publicada um pouco diferente do texto original, já que um dos ganchos era o show que eles abririam para o Marilyn Manson. No dia em que a edição de setembro ia para a gráfica, a participação da banda foi cancelada e, por isso, caiu. Dias depois, eles foram reescalados e, de fato, abriram o show do coisinha-ridícula, mas já era tarde e o texto acabou só saindo em outubro (sob o título "Juntado pedaços"), com mínimas alterações e um olhar em perspectiva sobre a tal apresentação. Explicado isso, segue o texto original, escrito para a edição de setembro.
Vamos por partes
É seguindo a filosofia de Jack, o Estripador que a Maldita desenha a própria carreira
“Quando se é criança, o maior sonho é crescer e ser independente. E é isso que estamos conseguindo”. A frase é de Coágula (nome artístico recém-adotado por Erich Mariani), vocalista da Maldita, e explica bem os caminhos desta banda carioca. Eles estão lançando o segundo disco (“Paraíso Perdido”) que não traz nenhum agradecimento no encarte: “No primeiro (“Mortos ao amanhecer”) a gente agradeceu a todo mundo e deu tudo errado. Os donos do selo (Nikita) brigaram na semana de lançamento e isso atrapalhou tudo. Mesmo assim, conseguimos vender as 3 mil cópias que foram prensadas. Dessa vez fizemos tudo sozinho e por isso não vamos agradecer a ninguém”, explica o baterista Vidaut.
Coágula é a mente por trás do grupo. No lançamento do primeiro disco, ele já era capaz de antecipar muito do que veio a ser o segundo. “E o terceiro já está na minha cabeça, vai se chamar ‘Nero’”. A estética que mistura rock com terror tem influências claras como Alice Cooper, Zé do Caixão e Skinny Puppy. Mas em “Paraíso perdido”, é Nine Inch Nails o que mais se percebe. Os bons resultados no circuito independente são sustentados especialmente pelo público de localidades periféricas. “Nesses lugares, há uma recepção muito maior à nossa estética do que nos centros badalados. Quem diz que esse tipo de som não tem público no Brasil, não sabe o que está falando”, afirma Vidaut.
Apesar de ter plena consciência de quem seja seu público por aqui, a ambição é sair do país. “Todo mundo que nos ouve diz que devemos tentar. Outro dia, o Andreas Kisser esteve conosco, adorou o som e falou a mesma coisa. Estamos começando a planejar e até já combinamos de tentar fazer algumas versões em francês e inglês”, conta o baterista. Enquanto esse dia não chega, o grupo vai tratando de aumentar o séqüito de fãs. No fim de setembro, eles abriram os shows da turnê brasileira de Marilyn Manson. “Atualmente não é mais uma forte influência, mas, especialmente para mim, o Manson foi uma grande referência quando montei a banda, apesar de hoje em dia nosso som ser bem diferente do dele”, avalia Coágula.
Vamos por partes
É seguindo a filosofia de Jack, o Estripador que a Maldita desenha a própria carreira
“Quando se é criança, o maior sonho é crescer e ser independente. E é isso que estamos conseguindo”. A frase é de Coágula (nome artístico recém-adotado por Erich Mariani), vocalista da Maldita, e explica bem os caminhos desta banda carioca. Eles estão lançando o segundo disco (“Paraíso Perdido”) que não traz nenhum agradecimento no encarte: “No primeiro (“Mortos ao amanhecer”) a gente agradeceu a todo mundo e deu tudo errado. Os donos do selo (Nikita) brigaram na semana de lançamento e isso atrapalhou tudo. Mesmo assim, conseguimos vender as 3 mil cópias que foram prensadas. Dessa vez fizemos tudo sozinho e por isso não vamos agradecer a ninguém”, explica o baterista Vidaut.
Coágula é a mente por trás do grupo. No lançamento do primeiro disco, ele já era capaz de antecipar muito do que veio a ser o segundo. “E o terceiro já está na minha cabeça, vai se chamar ‘Nero’”. A estética que mistura rock com terror tem influências claras como Alice Cooper, Zé do Caixão e Skinny Puppy. Mas em “Paraíso perdido”, é Nine Inch Nails o que mais se percebe. Os bons resultados no circuito independente são sustentados especialmente pelo público de localidades periféricas. “Nesses lugares, há uma recepção muito maior à nossa estética do que nos centros badalados. Quem diz que esse tipo de som não tem público no Brasil, não sabe o que está falando”, afirma Vidaut.
Apesar de ter plena consciência de quem seja seu público por aqui, a ambição é sair do país. “Todo mundo que nos ouve diz que devemos tentar. Outro dia, o Andreas Kisser esteve conosco, adorou o som e falou a mesma coisa. Estamos começando a planejar e até já combinamos de tentar fazer algumas versões em francês e inglês”, conta o baterista. Enquanto esse dia não chega, o grupo vai tratando de aumentar o séqüito de fãs. No fim de setembro, eles abriram os shows da turnê brasileira de Marilyn Manson. “Atualmente não é mais uma forte influência, mas, especialmente para mim, o Manson foi uma grande referência quando montei a banda, apesar de hoje em dia nosso som ser bem diferente do dele”, avalia Coágula.
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Além disso, ainda rolou uma resenha sobre o mais recente álgum da banda "Paraíso Perdido", uma matéria com Plínio Profeta (publicada sob o título "Aquele da Galileu") e uma listinha da Deize Tigrona escolhendo seus cinco funks preferidos de todos os tempos. Seguem aí...
Maldita - “Paraíso perdido” - 2,5 estrelas
O velho flerte entre o Deus e o Diabo
A cultura do rock-terror sempre flertou com as figuras satânicas e com uma espécie de contestação à figura de um Deus bondoso. Tal qual a diferença entre paixão e ódio é estreita, estes artistas acabam revelando em suas obras um encanto tremendo pelo divino, ainda que isso seja demonstrado pelo repúdio. Em “Paraíso perdido”, segundo disco da Maldita, isso é evidenciado pelas letras que remetem a anjos decaídos, entre elas, a própria faixa-título e outras como “Santos e pecadores”, “Anjo”, “Presença de espírito”e “Moribunde”. Outra que mostra este fetiche pelo divino é “Seu deus”, cuja citação ao pensamento nietzscheniano aparece no subtítulo “(a lei do eterno retorno)”, como se quisesse lembrar que, para eles, deus estaria morto. Viagens psicológicas e filosóficas marcam o disco, cuja sonoridade remete mais a Trent Reznor e seu Nine Inch Nails do que à Marilyn Manson. As interpretações de Erich Mariani (que resolveu adotar o alterego de Coágula) continuam teatrais e exageradas, como o mise en scène do gênero exige. Para quem gosta de uma brincadeira trash, esta aí uma boa diversão.
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De galhofeiro a produtor renomado
Mais de uma década e muitas parcerias depois, Plínio Profeta volta a se lançar
Na apresentação do VMB de 1996, Adriane Galisteu deu um tapa na cara dele. A razão da “agressão” era a música que liderava à parada musical da MTV naquele ano, “Eliane Galileu”, composta por Plínio Profeta. Diziam os versos: “Quem não comeu Eliane Galileu/ não tem telefone celular/ Quem não comeu Eliane Galileu/ não dirige um Jaguar”. “Nos shows, eu cantava Adriane Galisteu mesmo”, relembra Profeta, que hoje, aos 37 anos, está lançando o primeiro disco autoral. “Volume 1” nada tem a ver com a galhofa de outrora.
Mais de uma década depois da aparição relâmpago – impulsionada pela música que saiu apenas na coletânea “Paredão” –, até o consistente primeiro CD, Plínio Profeta se tornou DJ internacional, parceiro de muita gente boa e um dos mais disputados produtores do país. Fez desde Lenine até Kelly Key. A verve de produtor sempre falou mais alto do que a de frontman e é justamente isso que dá liga em um repertório tão eclético. “Eu acho que esse é o ponto. O disco tem todos os gêneros que eu ouço, porque acredito que as pessoas gostam de várias coisas diferentes. A unidade vem pela mão da produção”. Entre os muitos parceiros, Lucas Santtana e Xis são os mais presentes. A lista ainda inclui Davi Moraes, Pedro Luis, Donatinho, Jr Tostoi, Ganjaman e até o ator Selton Mello, entre outros. “Não é um disco com pretensão de me lançar no mercado, é apenas um trabalho de referência”, explica.
Não bastasse toda essa turma, Profeta se gaba por ter conseguido autorização de Roberto Carlos para gravar “Como é grande o meu amor por você”, que poucas vezes o rei autorizou para alguém. Em outubro, ele excursiona pela Europa lançando o álbum e atuando como DJ. “Não tenho prazo para fazer o segundo disco. Vou cruzando com as pessoas e qualquer dia sai”.
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Mais de uma década e muitas parcerias depois, Plínio Profeta volta a se lançar
Na apresentação do VMB de 1996, Adriane Galisteu deu um tapa na cara dele. A razão da “agressão” era a música que liderava à parada musical da MTV naquele ano, “Eliane Galileu”, composta por Plínio Profeta. Diziam os versos: “Quem não comeu Eliane Galileu/ não tem telefone celular/ Quem não comeu Eliane Galileu/ não dirige um Jaguar”. “Nos shows, eu cantava Adriane Galisteu mesmo”, relembra Profeta, que hoje, aos 37 anos, está lançando o primeiro disco autoral. “Volume 1” nada tem a ver com a galhofa de outrora.
Mais de uma década depois da aparição relâmpago – impulsionada pela música que saiu apenas na coletânea “Paredão” –, até o consistente primeiro CD, Plínio Profeta se tornou DJ internacional, parceiro de muita gente boa e um dos mais disputados produtores do país. Fez desde Lenine até Kelly Key. A verve de produtor sempre falou mais alto do que a de frontman e é justamente isso que dá liga em um repertório tão eclético. “Eu acho que esse é o ponto. O disco tem todos os gêneros que eu ouço, porque acredito que as pessoas gostam de várias coisas diferentes. A unidade vem pela mão da produção”. Entre os muitos parceiros, Lucas Santtana e Xis são os mais presentes. A lista ainda inclui Davi Moraes, Pedro Luis, Donatinho, Jr Tostoi, Ganjaman e até o ator Selton Mello, entre outros. “Não é um disco com pretensão de me lançar no mercado, é apenas um trabalho de referência”, explica.
Não bastasse toda essa turma, Profeta se gaba por ter conseguido autorização de Roberto Carlos para gravar “Como é grande o meu amor por você”, que poucas vezes o rei autorizou para alguém. Em outubro, ele excursiona pela Europa lançando o álbum e atuando como DJ. “Não tenho prazo para fazer o segundo disco. Vou cruzando com as pessoas e qualquer dia sai”.
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Lista Deize Tigrona
Top 5 do Funk carioca
1 - William e Duda - "Gata Funkeira"
2 - Cidinho e Doca - "Rap da Felicidade"
3 - Claudinho e Buchecha - "Rap do Salgueiro"
4 - Marcinho - "Princesa"
5 - Vinicius e Andinho - "Maria"
Top 5 do Funk carioca
1 - William e Duda - "Gata Funkeira"
2 - Cidinho e Doca - "Rap da Felicidade"
3 - Claudinho e Buchecha - "Rap do Salgueiro"
4 - Marcinho - "Princesa"
5 - Vinicius e Andinho - "Maria"
3 Opine:
Este comentário foi removido pelo autor.
Um exemplo de pessoa, tanto no profissional quanto no profissional. E aqui o único baba ovo é o Joca. Tudo é muito fraco por aqui.
Um exemplo de pessoa, tanto no profissional quanto no pessoal. E aqui o único baba ovo é o Joca. Tudo é muito fraco por aqui.
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