Chappa: Newsletter Outubro
Definitivamente, Nada Será Como AntesTentando tirar o atraso, aqui vai a newsletter do chappa de outubro, um mês de grandes festivais patrocinados por aqui, e de grandes viradas na indústria lá fora. A de novembro tá no forno para ser disparada a qualquer momento, e você querendo entrar na lista é só botar o nominho e emailinho no comentário que o sobremusica faz o meio-campo. Certo?
E não é que tudo aconteceu em outubro? Setembro indicava que a indústria estabelecida vinha negociando e reconquistando espaços na cada vez mais aberta cadeia produtiva da música. Acordos foram fechados com sites gratuitos, e a subcultura dos softwares de música e vídeo na Internet ia dando um braço para as quatro grandes gravadoras.
Mas veio outubro e o quadro ficou bem mais complexo. Começou lá no dia primeiro mesmo, com o Radiohead anunciando o sétimo disco. A notícia mal tem um mês, mas já é velha: cada um paga o quanto acha que deve e pode baixar as músicas. A banda diz que em média, o preço que receberam foi quatro libras, e foram uns um milhão e meio de pedidos pelas músicas. Fora os que baixaram o disco em sites alternativos, seja de troca de arquivos ou de simples download. Na fila do arco-íris do Radiohead, bandas como o Nine Inch Nails e o Oásis já deram sinais de que a idéia é boa.
Outro golpe forte no modelo das gravadoras foi a guinada de Madonna. A artista de números milionários foi uma das primeiras a profissionalizar o esquema por trás da página dela no myspace, e pensou direitinho como lançar o último disco dela em pleno palco secundário do Coachella, um festival indie da Califórnia. E agora o que? Assumiu de vez o papo de que é nas apresentações ao vivo e no merchandising que está o pote de ouro, e assinou um contrato com a LiveNation, empresa que organiza turnês. Depois do disco que ainda deve para a Warner, vai lançar três novos por essa produtora, mas o foco mesmo será viajar o mundo em cima de um palco, com a lojinha de souvenirs acoplada.
No mês do já tradicional Tim Festival, uma série de outros festivais com atrações pop internacionais foi confirmado: o Planeta Terra, o Eletronika e o Nokia Trends, em novembro, o Motomix, em dezembro. Sem contar com a confirmação da vinda do Police ao Maracanã, amplamente coberta pela grande mídia. Ao lado do mercado de celular, um importante portal de Internet entrou na organização de um festival, e começou com uma das melhores escalações dos últimos anos.
Outubro também foi o mês em que uma série de sites de troca de arquivo saiu do ar, e o mês do processo em que uma mulher de trinta anos foi condenada a pagar uma multa por ter subido arquivos de música em um site de troca. E é na justiça que os internautas que baixam música vão brigar. O Pirate Bay, site que tem 2 milhões de acessos diários, decidiu usar o direito legal a liberdade para abrir um processo contra EMI, Universal, Sony e Warner. A acusação é que as quatro estariam conspirando contra a existência de um serviço que divulga informação livre. Algo como uma releitura 2.0 do direito do consumidor de Internet.
A corte sueca está com a palavra, e as atenções de boa parte dos novos consumidores de música estão voltadas para lá. Mais do que ganhar um ou outro, pode sair de lá uma nova interpretação para esses tempos de tantos palpites e leituras das coisas, Tempos de nova música. Tempos de novas oportunidades.
1 Opine:
A Deusa ajuda a quem cedo madruga.
E olha eu aqui como o primeiro da lista. ^^
Pode por o meu nome lá: vinicius.renno@gmail.com
Quanto ao post, achei-o muito interessante. Mostra que a indústria da música está a cada dia mais obsoleta. Os artistas são criativos o bastante para inventar formas de não depender das gravadoras. Acho isso muito bom, pois sou a favor da livre distribuição de cultura, de todas as formas.
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