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Bernardo Mortimer
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Bruno Maia
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29.7.05

Viva os anos 80??


A melhor banda de 2004 em todas as listas que eu me lembro, de prêmio Claro a Popload passando pela Rolling Stone e etc., a banda que detonou a Primeira Guerra Mundial, o disco que ofuscou o Strokes, a maior atração do ano 2006 no Brasil (Rolling Stones na praia é pra gringo, ou não é?), o furo do último VMB, a mais nova banda de Glasgow...

O Franz Ferdinand (o disco) é o primeiro de Franz Ferdinand (a banda), que já avisou que lança antes do fim do ano o Franz Ferdinand (o próximo disco, com capa igual, mas de outra cor).
Antes de mais nada, já há de se reconhecer a coragem e o senso de humor dos escoceses, nascidos em uma Escola de Arte – um pouco como o Radiohead, o the Talking Heads, ou forçando um pouco o the Clash – de Glasgow – como o Belle and Sebastian, o Mogwaii ou o Teenage Fanclub.
Com aparência de banda de seriado enlatado, o Franz Ferdinand tem cara de anos 2000, antes de mais nada. Evocar o passado não é nele permanecer, obrigatoriamente. Com duas guitarras, um teclado eventual, baixo e bateria – você leu bem, sem seqüenciadores ou sintetizadores, portanto sem ser um novo New Order/Happy Mondays – e vigor de quem se diverte com o que diz, os escoceses clareiam o que Joy Division, Gang of Four e Talking Heads apresentaram há vinte anos.
De um, hmm, frescor, pra usar uma palavrinha na moda, de ‘Jacqueline’ (it’s always better on holiday/ so much better holiday/ that’s why we only work when we need the money), que escancara a juventude de um primeiro disco irresponsável e livre, até o máximo de sombra que o aproxima de the Cure (sem a mesma voz igual do Interpol, que fique claro) na acamada em teclados ‘Auf Asche’.
O objetivo principal de Franz Ferdinand (o disco, mas pode ler como se fosse a banda) é fazer dançar de olho fechado e boca apertada, se der pra conter a risada de alegria, com guitarras nos ouvidos, na cabeça, nas mãos vazias e por todos os lados. Frases dedilhadas, riffs fortes com alguma distorção e duetos simples e eficientes nos intervalos tonais são as armas do arquiduque do império austro-húngaro assassinado em 1914. Noventa anos depois, é ele que manda na matinê e na madrugada daqueles que sobreviveram a tudo menos ao tumulto de ‘This Fire’, que queima a cidade depois de um olhar. A voz fica mais aguda no desespero de uma fuga no refrão, e mais grave na declaração à menina. Na verdade, a culpa é das guitarras, claro: “this fire is out of control/ I’m gonna burn this city/ (...) Then I/ I’m out of control/ And I burn”.
Se os anos 80, que entre outras coisas viu nascer o culto ao dj, são o lado dançante da festa ferdinanda, não há de se ignorar o lado Pixies – entre o sujo e o rouco, mas principalmente algo punk e indie.
Está lá em ‘Take me Out’, ‘Michael’ ou em ‘Dark of the Matinée’ (que tem inclusive mudanças de andamento e frases graves de guitarra que poderiam lembrar ‘Here Comes Your Man’ e ‘Nomrod’s Son’ ou ‘Debaser’ menos gritado). E tem a frenética ‘Cheating On You’, de bateria disparada, com alguma coisa de tecnopop à la Factory de Madchester. Ou a quase triste ‘Come on Home’, bem tecnopop também, talvez mais pra Happy Mondays.
Se for pro lado retrô, os anos 80 não estavam nem na barriga da mamãe sexagenária quando rolava a origem dos vocaizinhos de ‘Tell Her Tonight’. Isso pra quem acredita naquela história de que, na música pop, uma década sempre recria a penúltima e nega a última...
‘40’’ tem que tomar muito sol pra se tornar um reggae, mesmo com o esforço de uma escaleta com overdub e delay, mas ainda assim dá uma ondinha que não se despreza.
Alex Kapranos, dessas caras que indicam um sujeito que não pode ser sério, é a face da diversão que marca a banda. Uma boa história pra isso foi a idéia de promover, na Inglaterra acho, um show em que era proibido a maiores de 18 anos a entrada (a não ser que fossem provassem ser os responsáveis). A piada, se é que a tua cabeça ploc-monster não entendeu, é com ‘The Dark of the Matinee’, uma das melhores músicas do disco. A molecada certamente tirou uma onda com os irmãos mais velhos.
Pronto, 57 minutinhos e meio, e o disco já recomeçou no ripite do cedeplei.


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Ah, se ela soubesse que quando ela passa...
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