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Bernardo Mortimer
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Bruno Maia
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2.1.06

Entrevista Sérgio Filho, do Gram (Parte 2)

Ainda para fechar a tampa de 2005, fazendo aquela arrumação na casa, publico a segunda (e final) parte da conversa que tive com Sérgio Filho, vocalista do Gram. Não houve um tópico "melhores dvd's 2005", senão, certamente, o "MTV Apresenta Gram" estaria lá. Na ocasião da publicação da crítica deste trabalho aqui no sobremusica, aproveitei para conversar com o compositor e líder deste grupo paulistano. A conversa foi realizada via embratel (ou foi via 31?! não lembro...), em 15 de outubro de 2005, e a primeira parte foi publicada em 1°de novembro de 2005. Agora, aproveitando a chegada da banda ao Rio de Janeiro para duas apresentações neste mês, colocamos no ar o que ficou faltando dessa conversa. A quem esperou e tanto me cobrou, peço desculpas. De fato, estive muito atrapalhado no fim do ano, com diversos trabalhos. Quem quiser reler a primeira parte da entrevista, é só clicar aqui.

Vamos lá?!


PARTE 2

sobremusica: Vocês tinham uma banda que cantava em inglês, antes de ter o Gram, chamada Mosva. No meio independente, é uma realidade que as bandas que fazem essa opção, sofrem uma pressão para cantarem em português. Isso, normalmente, ou vira uma pressão, e a banda acaba cedendo, ou vira um experiência traumática de resistir ideologicamente. Isso aconteceu com vocês? Como foi o processo de mudança?
Sérgio Filho: Sabe o que foi? Foram duas coisas que aconteceram. Quando a gente tinha o Mosva, o Lobão uma vez foi no IG, participar de um chat. Daí nós fomos lá falar com ele. ‘Ô, Lobão... Esse aqui é o nosso trabalho e tal...” Ele mandou (Sérgio imita Lobão, engrossando a voz):
- É em inglês ou português?!?!
- Inglês – eu respondi
- Então enfia isso no cu!

sm: Mas ele falou sério ou falou brincando?
SF: (risos) Ele falou sério, véio! Daí ficou uma hora falando:
- Inglês é o caralho! Vou fazer música para gringo ouvir?! Acho a maior merda isso aí... A língua portuguesa é riquíssima, quando você fizer em português, você me procura.
E o Lobão, você sabe como é... Ele começa a falar e não te dá nem espaço pra argumentar! Mas aquilo, de certa forma, ficou na nossa cabeça. Ele falou muito bem... Tanto é que no fim do papo a gente ficou puto, mas pensava: ele tem razão, né... Mas a gente não desistiu. Daí, uns dois meses depois, em 2002, a gente voltou para o Beatles Cover, o Beetles. E quando a gente tinha tocado no Cavern Club em 2001, nós fomos muito bem! O dono do Cavern, o Alex, falou que a gente podia ir tocar lá quando quiséssemos, nós ficamos amigos. Daí a gente fez um disquinho do Mosva e resolvemos ir lançar lá. Só que quando nós chegamos no aeroporto de Londres, onde só se pega o visto na hora, a gente não conseguiu. Ficamos umas seis horas lá esperando o pessoal da imigração ligar para o Cavern Club, localizar as pessoas, para confirmar que nós íamos tocar lá e depois iríamos embora. Aquilo me deixou muito puto. A gente arrumou tudo direitinho, estávamos com mil cd’s do Mosva na mala para vender lá. Iam ser dois shows do Mosva... Mas a gente não estava nem conseguindo entrar no país, depois até conseguimos. Naquele meio-tempo, eu estava sentado no aeroporto e só ficava ouvindo a voz do Lobão na minha cabeça dizendo: “Vou fazer música pra gringo ouvir? Meu país é aqui...”. Daí eu decidi que, assim que chegasse aqui, iria compor em português.


sm: Mas você pegou as músicas em inglês do Mosva e traduziu ou criou tudo novo?
SF: Não, tudo novo. Quando nós voltamos, o guitarrista saiu, foi trabalhar em Curitiba e isso deu uma caída na banda. Porque a gente tinha ido lá, tocado e... até vendemos bem os discos, teve o cara de uma loja que queria comercializar os cd’s, mas nada sensacional, que mudasse a nossa vida a ponto de ir pra lá. Era sonho, né. Viver lá e de rock. Mas percebemos que aqui é bacana também. É tão prazeroso quanto, tão desafiador quanto, mas, às vezes, você demora a perceber isso. Só que o guitarrista foi embora e o baterista, que morava em Limeira, já estava querendo casar e não estava a fim de morar em São Paulo. Desmanchou-se o Mosva.
Entraram o Marco (Loschiavo), que é o outro guitarrista e o Fernando (Falvo), na bateria. Daí a gente já começou pensando nas composições em português. A própria mudança na formação influiu no fato de não se aproveitar mais o material do Mosva. O Marco trouxe uma outra pegada. O guitarrista anterior tocava demais, conhecia muita teoria musical. Já o Marco não sabe nada de nota, é mais emotivo, mais inusitado. Mudou muito, não tinha mais como se aproveitar nada do Mosva mesmo.

sm: E nesse início qual era a sua maior dificuldade na hora de compor em português? Você jogou muita coisa fora?
SF: Ah, sim. Minha maior dificuldade era o medo de ficar brega, piegas. A primeira letra foi “Vem você”, já em 2003.

sm: Quanto à presença do piano. No Brasil, não é comum as bandas trabalharem os arranjos em cima do pianão mesmo. Algumas até usam teclados, mas mais para somar e não de uma forma a colocá-lo como cerne da estrutura do arranjo como o Gram faz. Como isso se dá para vocês?
SF: A gente usa o mesmo truque do Coldplay e do Paul McCartney: temos um móvel e colocamos um teclado dentro dele. Ao invés de usar a estante, a gente usa esse móvel que é mais elegante. O timbre é o mesmo do piano da Roland que o Paul usou a vida inteira... Sempre o mesmo timbre no piano. Esse piano da Roland ninguém imita. E eu uso mesmo porque o Paul usava.

sm: Qual a maior dificuldade que vocês encontravam em arranjar assim?
SF: É que eu já trago a música no piano.
sm: Você compõe no piano.
SF: Sim, eu componho nele. Sempre. Eu não consigo criar na guitarra. O piano foi o meu primeiro instrumento. No Beatles cover, inicialmente, eu só tocava piano. Mas quando saiu o primeiro guitarrista, a gente resolveu ficar em quatro, igual a formação original. Daí, o (Marcello) Pagotto (baixo) me ensinou a tocar guitarra. Eu arranho a guitarra, eu não sei solar, por exemplo...

sm: Mas você tem duas Rickenbacker’s que é a guitarra dos sonhos de muitos guitarristas.
SF: É, eu tenho... (risos) Mas também por causa do Beatles cover... Eu gostava de tocar com o instrumento igual e sempre tive esse cuidado. Ficava grilado com o que as pessoas iam pensar. Eu queria fazer com que aquilo fosse realmente o mais próximo possível do que foi na realidade. Nunca vai ser, mas queria chegar o mais próximo possível. Por isso as guitarras também eram as mesmas.

sm: E ainda no assunto piano. Tem algum artista que vocês achem que o resultado da presença do piano é parecido com o que vocês fazem no Gram?
SF: Todo mundo fala que eu coloquei o piano para imitar o Coldplay. Mas não é. Vou botar o piano aonde?! Tem que ser no centro! Eu sou o vocal.
sm: Mas você acha que sonoramente vocês se parecem com o Coldplay?
SF: Não... Eles usam o piano de outra maneira...
sm: Que maneira?
SF: Eu uso o piano mais "Let it be", "Hey Jude", "Imagine"... mais para marcar o acorde, do que para arranjar a música. O Chris Martin dedilha mais. Até existem horas em que eu faço dedilhado, mas vou demorar horas para lembrar aonde. Então eu cubro mais a harmonia, porque nem sempre as nossas guitarras estão fazendo essa harmonia. Elas ficam mais brincando com a melodia. Com isso, a harmonia fica mais comigo, no piano, e com o baixo. Por enquanto também, pode ser que um dia a gente mude e faça diferente. Você pega "Clocks", por exemplo, e tem um solo de piano! A gente não tem solos... Então, é diferente. Mas eu gosto pra caralho do som dos caras e ouço muito Coldplay. Acho que a influência de Coldplay vem muito mais pela busca da melodia bonita do que pelo uso do piano.

sm: Então você reconhece a influência? Ou apenas acha que o resultado é que é parecido? Porque são duas coisas diferentes: ter influência e soar parecido...
SF: É, eu acho que o resultado não é parecido. Agora, influência, sim. Pode-se encontrá-las. Agora, não na questão do piano. O Paul McCartney quando tocava "Hey Jude" colocava o piano ali também...

sm: E pelo que eu posso perceber o seu maior ídolo se chama mesmo Paul McCartney, não é? (risos)
SF: Não... Não. Os Beatles todos.
sm: Igualmente distribuídos...
SF: É. Não tem nenhum que eu goste mais, todos são importantes. Eu gosto muito de Chico Buarque também. Acho tão foda quanto os Beatles. Talvez a antena dele seja menor, mas eu acho que ele fez coisas tão fodas quanto. As harmonias dele são foda. Fora as letras, né?! Até a interpretação dele eu acho fudida!

sm: Outra coisa que vocês falam no DVD de vocês, é que vocês ainda se consideram uma banda pequena, que quando vocês vão se apresentar dizendo que tocam numa banda, logo em seguida, vocês já completam a frase dizendo “mas não é conhecida ainda...”
SF: É, minha mãe quando vai falar que o filho toca numa banda tem que sempre explicar isso... (risos).
sm: Mas então. Vocês já lançaram um disco, já tem um DVD muito bem produzido, com a marca da MTV... Qual é o parâmetro que vocês usam para avaliar isso de “ser uma banda grande” e o que vocês precisam para achar que chegaram lá?
SF: Putz, eu também queria saber. Agora melhorou um pouco por causa do “MTV Apresenta”. Já tem mais gente que ouviu falar da gente e não só do gato... A gente sempre tinha que falar: “Ah, você lembra do clipe do gatinho que morre... Pois é...”
sm: Mas isso incomoda vocês de alguma forma?
SF: De maneira nenhuma. Não é porque fui eu quem fiz, mas eu acho que o clipe tem um valor para a gente. E é arte. Não é uma coisa passageira. A MTV sempre vai passá-lo. Muita gente vai se lembrar... É uma historinha, que está muito bem linkada com a música... Modéstia à parte, nessa eu acertei, peguei na veia! (risos!!)
sm: Eu também acho, cara. Parabéns! (mais risos!)
SF: (risos) Pois é, não é sempre que acontece, que você pega assim na veia. Não esperava que fosse ficar tão bom! Eu me tranquei aqui, ninguém sabia o que eu estava fazendo. Sabiam apenas que eu estava fazendo um clipe, mas não o que... Eu falei o roteiro meio por alto para os caras e fiquei aqui trabalhando. Enquanto eu ia fazendo, eu me arrepiava e pensava: “Meu, os cara vão chorar vendo isso aqui”. E de fato, o Riba (Luiz Ribalta, guitarrista) chorou... O pessoal se emocionou.
sm: Eu também, cara. Admito que me emocionei da primeira vez que vi.
SF: Pois é. De fato, aquela cena em que a gatinha mostra o número 1, é muito inusitada.
sm: É muito dramático! Muito pesado!
SF: Eu fui fundo mesmo. Pior foi na propaganda do DVD... Ali é pra matar o gato de vez! Ele se fode mesmo! Não tem mais chance!
SM: E a voz do pato na propaganda também é muito boa!
SF: É do nosso empresário! Hahahahahahaha!!! Eu pedi para ele fazer essa voz bem carregada. Ficou aquele negócio meio carioca. Com todo o respeito, mas o carioca tem mesmo essa coisa de ser mais esperto...
sm: Meio Zé Carioca, né?!
SF: É, no Brasil existe essa cultura em torno do pessoal do Rio...

(Explicação: Na tal propaganda do DVD, o tal pato, com quem a gata trai o gatinho no clipe, aparece na cama com ela, fumando depois de ter consumado o ato, assistindo o show do Gram na televisão e caçoando do casamento que ele mesmo arruinou.)

sm: Antes do clipe do gatinho, vocês tinham a ilusão de que depois de assinar com uma gravadora a vida de vocês iria mudar?
SF: Não, cara. A gente nunca achou isso. A gente achava que era uma ajuda a mais. Sabíamos que para o Gram ia ser muito difícil viver de música. Primeiro por causa do nosso estilo. Daí aconteceu também de sermos muito comparados ao Los Hermanos. Isso atrapalha. Às vezes ajuda, mas muitas vezes atrapalha.

sm: O que me incomoda é que, hoje em dia, qualquer banda que aparece o pessoal fala que é influenciado pelo Los Hermanos... É uma observação óbvia e que não quer mais dizer nada.
SF: É, isso aí tá foda! Eu acho que eles têm um puta valor, são bons pra caralho, grandes compositores... Melodicamente o Camelo e o Amarante são muito fodas, mas...
sm: Já houve algum contato com eles?
SF: Não, cara. Eu gostaria até. Queria conhecer para saber o que eles pensam da gente. Eles já devem saber que a gente existe, né?!
sm: Acho que já, já sim...
SF: Já deve ter chegado para eles que o Gram é o Los Hermanos paulistano, né? (risos)
sm: Eu já vi muita gente dizendo que o Ludov é igual ao Los Hermanos, sendo que Ludov e Gram não tem nada a ver. Então, como é que se atribui a mesma avaliação rasa aos dois?
SF: Pois é, Ludov e Gram não tem nada a ver um com o outro. Ludov, Ramirez, Moptop... Um monte de gente foi comparado a eles... O Mombojó... E não é assim, né? Tudo bem, eu até entendo que o Los Hermanos chegou primeiro, que fez essas músicas com letras e melodias pouco mais elaborada, desde a Legião... Mas porra, eu cito mais umas dez bandas: Ira, Legião, Paralamas, Titãs...

sm: Você falou de Moptop e Ramirez. Você curte o som dessas bandas?
SF: Eu não conheço muito, pra ser sincero...
BM: O Moptop eu acho foda.
SF: Pois é, todo mundo fala isso! Sobre o Ramirez eu também já ouvi ótimas críticas. Preciso ouvir. Eu ouvi o Reverse. Gostei mesmo e até liguei para o Daniel (Lopes) para conversar. Desde que o Gram começou a aparecer mais, eu passei a receber muita coisa, as pessoas vieram me procurar mais. Quando eu gosto da banda, eu ligo pra conversar.
SM: E você ouve tudo que chega até você?
SF: Ouço tudo. Só quando é muito ruim, não dá pra ouvir... Falta de suingue me desanima. Quando nem a bateria e o baixo conversam, quando não tem um drum and bass legal, eu paro.

sm: E quanto ao site. Há uma sintonia do conceito dele com o do resto do trabalho?
SF: Não, ali a idéia é diferente. Eu nunca tinha visto alguma coisa naquele sentido. É uma idéia do Marco (Loschaivo, guitarrista) que se inspirou numa campanha que ele estava fazendo na DM9 (conceituada agência de publicidade paulistana) quando ele trabalhou lá. Como era um conceito novo, a gente resolveu apostar. O site laranja ficou muito tempo no ar, até por isso aproveitamos para mudar um pouco.

sm: Explica o conceito do site...
SF: É todo mundo falando o que quiser. Pode falar bem ou mal da gente, ou falar sobre qualquer outra coisa, se utilizando de uma webcam. Eu assisto a todos. Ainda não estorou a quantidade e o espaço que a gente imaginou que fosse ter. Acho que se fosse no site do Los Hermanos já tinha acontecido.
sm: E muita gente não tem internet a cabo, não tem webcam...
SF: É, são várias dificuldades. A gente sempre soube que era um projeto um pouco a frente da hora, a frente do tempo dele. Não é nada genial até porque é uma idéia roubada, mas é a frente... Além das dificuldades técnicas, há o fato das pessoas não conhecerem o Gram, tem também que muita gente não tem assunto, não tem nada para falar – até porque estamos numa era em que as pessoas não tem muito do que falar. Mas já surgiu muita coisa boa. Teve uma menininha, muito bonitinha, tocando "Sonho Bom"... E eu acho que pelo fato de nenhuma banda ter aquilo, é importante você fazer algo novo, inventar um conceito... Essas coisas são importantes e é o que a gente vai buscar no segundo disco, não ser mais comparado ao Los Hermanos.

sm: Mas também há um cuidado para não ficar se prendendo nem se pautando por essas comparações, certo?
SF: É, a gente aprendeu que crítica é assim mesmo...
sm: Pois é. O jornalista, normalmente, tem que fazê-la num certo prazo, em um tal formato, com tantas linhas... É um trabalho, por vezes, muito complicado e injusto.
SF: E é a opinião de uma só pessoa. Então, no começo, eu me importava mais. Na primeira crítica negativa, eu fiquei muito mal. Eu fui fazer terapia, pra você ter uma idéia.
sm: É mesmo?
SF: É... Porque foram quatro meses só de elogios. A gente virou hypezinho em São Paulo. Daí, quando eu li essa crítica, do (Marcos) Bragatto, entrei em contato com ele na hora. Não para xingar, mas eu falei: “Bicho, você fez a primeira crítica negativa, não sei o quê... É ruim ouvir...” Acabou que a gente se conheceu, ficamos amigos... Quer dizer, amigos não, mas a gente se cumprimenta, conversa... Tem uma letra até, não vou falar qual é, que eu fiz em cima desse episódio. Vai estar no próximo disco. Não vou falar qual, mas você vai perceber (risos)... É porque pega um pouco na veia, daí eu não quero falar. Mas me inspirou muito na época.
sm: E isso ajudou a banda? Foi bom para vocês?
SF: Foi legal. Porque a crítica foi mais em cima de mim. Ele falou que o meu timbre de voz era de mau gosto, chato de ouvir e eu fiquei muito mal com aquilo, porque eu não gosto da minha voz. Sabe aquela história de vestir a carapuça? Pois é. E porque eu gravei a voz num dia só, a gente não tinha grana... Foi na correria, com um microfone lazarento que eu tinha em casa... Eu sei que eu posso fazer melhor, mas foi o que deu para fazer. Pegou muito mal, muito na veia em cima de mim. Com o tempo e com a terapia, eu fui entendendo que não dá para agradar a todo mundo. Eu já devia saber disso, porque eu já trabalhava com desenho e lá também é assim, não dá para agradar a todos. Nem os Beatles conseguiram. Isso foi entrando na minha cabeça com o tempo, fui vendo outras críticas negativas, fui absorvendo de outra forma, trabalhando melhor...

sm: Você faz aula de canto?
SF: Até isso eu fui fazer! Mas fiz só um mês. A pessoa com que eu trabalhei queria me impor um padrão de postura que não é o que eu gosto. Muito popzinho, muito Fama, sabe?! (risos). Daí eu saí fora, botei na minha cabeça que eu sei cantar, sim, sou afinado, sim... E meu timbre de voz é esse mesmo, o que eu vou fazer? Vou mudar meu timbre? É a minha voz, cara. Vou cantar com a minha voz e que se foda. Quem gostar, gostou.
sm: E a banda nessa história?
SF: Não, eles sempre me apoiaram. Desde o início, só quem não gostava da minha voz era eu. Eles sempre gostaram. Meu, foi uma coisa imbecil da minha parte ficar mal por causa daquilo. Não tem cabimento. Era a opinião de uma pessoa. Ao mesmo tempo em que ele falava mal, tinham vinte falando bem! Só que eu estava mal acostumado. E hoje, a crítica dele do DVD, que saiu na (revista) Laboratório Pop, é elogiosa. Elogia o DVD, mas não fala nada de mim. (risos). Só fala que o DVD é bom. Talvez ele continue achando a minha voz irritante, mas não falou nada. Mas, cara, é a opinião dele. Eu respeito, ele é um cara bacana, nos damos super bem. Na última vez que tocamos em um festival em Natal (MADA), ele foi para o evento na mesma van que a gente. Foi até engraçado.
sm: Bem, eu espero que as críticas do sobremusica não levem ninguém para terapia... (risos)
SF: Ô, loco! A de vocês é o contrário! Quando se está na merda, aí é a hora de levantar e ler aquilo. (risos) E do contrário, a gente também não se deslumbra muito fácil. Nós temos a noção de que o Gram pode acabar amanhã. Talvez por já sermos mais velhos, a gente já sabe dos perigos da vida...
sm: A média de idade de vocês é qual?
SF: Eu faço 32 no dia 29 (de outubro de 2005)...
sm: Parabéns, antecipado.
SF: Valeu. Então a gente já sabe que a vida é perigosa e que temos que nos preparar mesmo para uma eventual falha. Mas eu acho que não tem mais volta não. Eu confio muito. Eu tenho uma maneira de escrever que, eu confio, está indo pelo caminho certo. Eu estou pegando algumas manhas e macetes que me levam a confiar na minha técnica de escrever melodias... Eu confio muito nisso. Enquanto a gente estiver unido, vai ter disco. A gente se gosta muito, eu não me vejo sem eles e eles também não enxergam a banda sem um dos integrantes. Então, eu confio.
sm: Bacana, cara. Acho que é isso...

** Fotos retiradas do site da banda.

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Agenda Gram no Rio de Janeiro:
07/01/2006 - 20hs
QuebraMar Cultural
Avenida do Pepê, 32 – Barra da Tijuca

30/01/2006 - 22hs
Festival RockHour - Melt
Av. Rita Ludolf, 47 - Leblon

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Cadê o Bernardo?

3 Opine:

At 16:18, Blogger Abaixo de Zero said...

achei mto legal e entrevista. o gram é uma banda íntegra pra caramba. adoro o som deles. ah! o blog tb é mmmuito legal, ainda não conhecia. visitarei mais vezes.

 
At 17:04, Blogger Bruno Maia said...

putz! Que bacana que você gostou... Volte mesmo e nos ajude a divulg-a-lo!

Grande abraço!

Bruno Maia

 
At 00:57, Anonymous Anônimo said...

Amei! ^^
Obrigado por avisar via e-mail, muito atencioso.

Voltarei para visitar sempre, até vou recomendar para amigos.

Parabéns pelo trabalho!

 

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