Shows: Otto e Easy Star All Star
Quando o Momento Chega, Entra Sem Bater, Faz o Chão Tremer, Com Som de TrovãoSobre o palco, Kassin, Domênico, Garnizé e Davi Moraes dividiam as atenções com o dono do show, Otto. E, pairando invisível por ali, Martinho da Vila – mais especificamente Martinho da Vila de 1974, de “Canta, Canta Minha Gente”. Ao invés de ir com a banda de sempre – que inclui os fantásticos Fernando Catatau e Rian Batista, por exemplo, o pernambucano fez uma seleção de amigos e criou um clima de batuque de candomblé que nem no show de “Condomblack” rolava tão forte. Às vezes, as dificuldades criam peças lindas, e que não se repetem.
'Festa de Umbanda' era a homenagem mais justa e sincera que o galego podia ter feito, para além do baixo econômico e perfeito de Kassin, e dos tambores da dupla percussiva (tinha ainda o Domênino). O pouco de ensaio foi compensado pelo muito de improviso. Otto ainda passou por ‘Mateus Enter’, ‘Calango Vascaíno’ (ou foi ‘Malandrinha’?) e músicas dos três discos, com várias do “Samba Pra Burro”. Sempre como um mc à frente do baile de pontos de terreiro. Religião e sacanagem rapidinha.
Foi histórico para o dub carioca, uma movimentação das mais organizadas no cenário carioca dos últimos tempos, de Calbuque a Urcasônica, contando com Lucas Santana, Chico Dub e Meirelles digitaldubizado. A partir de agora, o dub vai ficar pop, e a responsabilidade é de que isso seja bom para o dub.
O Easy Star All Star coroou o trabalho de uma série de equipes de som trabalhando na formação de uma cena de troca de idéias e informações jamaicanas. Tudo devagar e forte como a fumaça subindo. Não há erro, o fogo é uma certeza. O set dos nova-iorquinos (e se você andou lendo isso aqui já sabe que eu to falando de irlandeses, centro-americanos, toasters e etc.) teve quarenta minutos de músicas próprias, entrou por quarenta e cinco minutos de reinvenção de Pink Floyd (batendo forte na mente, com vozeirão de negona, baixo magnético, sax com a pressão de naipe, e vozes que alteravam o clima original com todo o respeito que os clássicos merecem, e sem o medo que os atrapalham), e um bis de mais de meia hora de mais produção própria. Dessa vez, com um brinde: ‘Climbing Up the Walls’, do que está para ser lançado “Radiodread”.
Nada a ver
O texto já era para estar aqui há mais tempo, mas fiquei sem internet em casa. Perdões. E sugiro um pulo no urbe.
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