CD :: Rogério Skylab, "Skylab VII"
Escrever sobre um disco de Rogério Skylab não é das coisas mais simples. É evidente que o lance do cara é o uso da palavra. A música é um pano de fundo pra construção de uma poética bizarra. Vez por outra ele resolve utilizá-la como apoio para as loucuras que propõe em seu texto. Vem sendo assim e não há perspectiva de mudança no sétimo disco da série que leva seu sobrenome artístico. As músicas divididas com a galera do Zumbi do Mato só reforçam que Skylab já achou seu (não-)lugar. Um dos grandes méritos dele está em ainda conseguir provocar algumas risadas em que já riu daquela mesma piada antes. A culpa não é do Programa do Jô, onde o cara sempre vai para lançar seus discos. Mas é inevitável que a caricatura que toma forma ano-a-ano na TV se imponha com força e influencie na percepção que se tem da obra.
Skylab tem escrotidão suficiente pra sacanear a vaidade dos marombeiros do dia-a-dia em “Eu vou dizer”. Ou ainda pra provocar o ouvinte em faixas como “Qual foi o lucro obtido?”, afinal é de certo que você conhece pelo menos um exemplar da espécie que só mede a vida por esta pergunta. (“Comprei um fuzil AR15 por cinqüenta mil reais/ meses depois, vendi esse mesmo fuzil por 5 mil reais/pergunta-se/ qual foi o lucro obtido?/ Me casei, tive dois filhos, pago pensão e sou fudido/ qual foi o lucro obtido?/(...) Eu olho pra você, você olha pra mim/ Qual foi o lucro obtido?”). Mas Skylab também tem vícios suficientes para “estragar”(?) ou “consagrar” (?) o que poderia ser uma puta música, como “A última valsa”. Tudo depende da percepção.
Voltando ao papo da força do texto na obra de Skylab, isso é reforçado pela constante presença de trocadilhos, inclusive alguns caetanicos, que não passam batidos. Tais referências aparecem, por exemplo, em “O mundo tá sempre girando”, parceria com Maurício Pereira (Mulheres Negras). As bizarrices de “Eu chupo meu pau” e “Hei moço, você já matou uma velhinha hoje?” - pode rir, leitor amigo, pode rir... - você já deve ter ouvido em outro disco do cantor ou em alguma das entrevistas pro Jô. Ainda assim, elas te fazem rir de alguma forma. “Corpo e membro sem cabeça” também entra nessa lista, graças às singelas citações às pernas do Lars Grael, ao dedo mindinho do Lula e ao piru de um travesti operado. Todos dançando. E assim, nessa toada, Skylab toca sua sétima ópera. Você já ouviu antes, mas se quiser bisar, tá aí.
Skylab tem escrotidão suficiente pra sacanear a vaidade dos marombeiros do dia-a-dia em “Eu vou dizer”. Ou ainda pra provocar o ouvinte em faixas como “Qual foi o lucro obtido?”, afinal é de certo que você conhece pelo menos um exemplar da espécie que só mede a vida por esta pergunta. (“Comprei um fuzil AR15 por cinqüenta mil reais/ meses depois, vendi esse mesmo fuzil por 5 mil reais/pergunta-se/ qual foi o lucro obtido?/ Me casei, tive dois filhos, pago pensão e sou fudido/ qual foi o lucro obtido?/(...) Eu olho pra você, você olha pra mim/ Qual foi o lucro obtido?”). Mas Skylab também tem vícios suficientes para “estragar”(?) ou “consagrar” (?) o que poderia ser uma puta música, como “A última valsa”. Tudo depende da percepção.
Voltando ao papo da força do texto na obra de Skylab, isso é reforçado pela constante presença de trocadilhos, inclusive alguns caetanicos, que não passam batidos. Tais referências aparecem, por exemplo, em “O mundo tá sempre girando”, parceria com Maurício Pereira (Mulheres Negras). As bizarrices de “Eu chupo meu pau” e “Hei moço, você já matou uma velhinha hoje?” - pode rir, leitor amigo, pode rir... - você já deve ter ouvido em outro disco do cantor ou em alguma das entrevistas pro Jô. Ainda assim, elas te fazem rir de alguma forma. “Corpo e membro sem cabeça” também entra nessa lista, graças às singelas citações às pernas do Lars Grael, ao dedo mindinho do Lula e ao piru de um travesti operado. Todos dançando. E assim, nessa toada, Skylab toca sua sétima ópera. Você já ouviu antes, mas se quiser bisar, tá aí.
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