SMD: Na Cabeça da Chorona, The Feitos
Estética do EscrotoEm uma frase: The Feitos vai pouco além do próprio clássico. Não dá para falar do disco dos niteroienses sem fazer uma separação severa entre a primeira faixa do SMD e o resto. A música Disco do Roberto é um acerto do começo ao fim, no samba errado que serve de introdução, na entrada das distorções hard rock pré-grunge, e na letra nonsense de métrica algo deslocada que remete diretamente à Graforréia Xilarmônica - tanto quanto o solo de guitarra torto. Até o tu é conjugado. Tudo tem humor e qualidade, e a homenagem à Roberto acaba sendo até um elogioso desrespeito ao transtorno obsessivo compulsivo dele. Uma bela música marrom, sei lá.
O problema do disco é o que vem depois, que larga tudo que foi listado ali em cima, a não ser o nonsense e as guitarras distorcidas da época do Skid Row. Quanto às guitarras, nada a declarar: é isso mesmo que você tá pensando. Já o nonsense, ele perde a graça. É o caso de Gente Feiosa, Eu Perdi o Amor Pelos Meus Dentes (essa com um coro escondido: “vai chupar pau”) e Quero Ser Poser, mais para piadas escrotas do que para música. Ouvir uma vez pode funcionar, se o senso de humor estiver mais bobo, mas a segunda vez não faz sentido. O problema não é ser adolescente, Raimundos era legal, o problema é não ter com o que rir mesmo.
As baladas são melhores, há deboche, mas também duram pouco. Talvez ao vivo, se rolar um grupo de amigos igualmente dado a bobagens, dê para cantar junto e rir de Feios Mas Felizes, Gente Feiosa e Um Dia Você Vai Querer Me Beijar. Mas só talvez. E, há de se notar: há até afinação (o que nem sempre se repete nos shows, mas aí vai um pouco de purismo que não cabe bem).
Mulher Infiel é a parte melhor desse segundo pedaço do disco. A introdução volta a quase desencontrar instrumentos (como na Graforréia), o refrão é choroso como um Roberto Carlos corno que acertou, e assim, simplezinha, a música vai bem, e termina com duas mudanças de andamento quase latinas. O tosco, aí, tem humor. Trombetas, música que vem sendo destacada na Internet pela banda, também tem lá um charme, mas passa batida, sem muita importância. O mesmo pode se dizer da popzinha (a não ser pelo título comprido) Se Sua Irmã Quiser Não Há Nada Que Você Possa Fazer.
Ou seja, o que há de melhor no trabalho do The Feitos é menos do que o necessário para encher um SMD (mídia com formato de CD, mas mais barata e com menor capacidade). Daria para fazer mais bonito - ou menos feio, como eu acho que eles iam preferir - só no myspace ou no tramavirtual (embora em um e no outro só estejam lá duas faixas).
3 Opine:
Bernardo, graças à Jagga e a todos os Thundercats que a unanimidade é burra e você fez comentários pertinentes e lúcidos. Só resta agora convidá-lo a encarar um show da banda para confirmar o que você achou do disco ou mudar de idéia diante do palco. Abraço e sucesso com o blog.
GRANDE BERNARDO, SUA RESENHA DEFINE VC PERFEITAMENTE... VC DEVE SER UM DAQUELES CARAS CALÇA APERTADINHA, ESMAGANDO OS TESTÍCULOS..Q SEXY...UM CARA Q SABIA GANHAR AS GAROTAS..UAUAUAUUAUAUA....POSER!!!
PARABÉNS PELO BLOG!!! VC ESTÁ NO CAMINHO CERTO. FALANDO MAL DO Q A MAIORIA FALA BEM!!! É ASSIM Q SE CONSEGUE ALGUM DESTAQUE NA MÍDIA...DISCORDANDO DO ÓBVIO!!! NA CABEÇA DA CHORONA É FODA!!!!!O MELHOR DISCO DE ROCK'N ROLL FEITO NOS ÚLTIMOS TEMPOS!!! VALEU!!!
Hahahahahahah
Calça apertadinha apertando os testículos, Bernardo?
Que parada!
Mas The Feitos é legal.
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