Show :: Paulinho da Viola
fotos: Bruno Maia
O tempo do samba nem sempre é hoje, especialmente o de Paulinho da Viola. Em turnê, lançando o CD "Acústico MTV", ele se apresentou neste fim-de-semana no Morro da Urca. Sabe-se que foi justamente, nesta década em que não lançou nenhum álbum - a não ser o duo ao vivo com Toquinho em 1999 a coletânea do filme que o homenageou em 2003 -, ele virou lenda. Se não foram inexistentes as apresentações neste período, também não foram muitas. Normalmente ele cantava em lugares pequenos, sem muita divulgação, meio que de surpresa. De repente, pulou de volta para o trem do mercado.
Tudo aquilo parece destoar da leveza que o rosto e a voz de Paulinho impõem a quem lhe vê e ouve. São tempos quase antagônicos, sobretudo porque a presença de Paulinho não sugere a existência limitada que o conceito de "tempo" traz. E se há de ter que se localizar Paulinho em algum lugar do 'tempo', definitivamente não é no hoje do Acústico MTV. E ele sabe disso, mas não reclama. Do jeito que dá, se arruma no relógio que impuseram à sua obra. "Normalmente, quando os artistas são convidados pra esse projeto da MTV, há esse pedido de se buscar 15 sucessos da carreira e mais 4 ou 5 canções novas ou pouco conhecidas... Acho que isso acontece com todos, né...", ele divaga. A inocência é a arma de quem se esconde fora do tempo. O repertório que o obriga a voltar aos tempos idos das canções também o carrega pela própria memória e se tem algo que vale a pena, de forma ímpar nessa turnê, é o encontro que lhe impuseram com o ontem. Paulinho lembra os amigos, lembra os parceiros, lembra as histórias. Passa por Capinam e Élton Medeiros, Eduardo Gudim e Arnaldo Antunes. Marisa Monte e até Jair Rodrigues - que brinca se chamando de 'parceiro' por ter criado o "lá iá, lá iá" no final de "Foi um rio que passou em minha vida". É um projeto que aponta pra trás.
Talvez a idéia de embarcar na máquina do tempo que é o "Acústico MTV" seja justamente trazer Paulinho de volta ao mercadão pra viabilizar um amanhã produtivo. Foram as primeiras apresentações dele depois da morte do pai, César Faria, mas essa perda curiosamente não afetou o show, nem o sorriso, nem a mansidão de Paulinho. No palco há um tempo próprio dele, daquela obra. Os sambas espalhados pelos discos de pupilas como Marisa Monte e Teresa Cristina são o caminho mais fácil pra ele, apesar dessas canções não terem espaço no formato desgastado da eme-te-vê.
Como show dele não consegue ser ruim, esse é bom. A banda é boa, o repertório é genial, mas é limitador. Envolveram Paulinho nesse relógio ao contrário e ele samba como pode. Tenta entender em que porto está, querendo pegar o barco e partir pra outro lugar. Mas hoje, não. O tempo é outro.
Tudo aquilo parece destoar da leveza que o rosto e a voz de Paulinho impõem a quem lhe vê e ouve. São tempos quase antagônicos, sobretudo porque a presença de Paulinho não sugere a existência limitada que o conceito de "tempo" traz. E se há de ter que se localizar Paulinho em algum lugar do 'tempo', definitivamente não é no hoje do Acústico MTV. E ele sabe disso, mas não reclama. Do jeito que dá, se arruma no relógio que impuseram à sua obra. "Normalmente, quando os artistas são convidados pra esse projeto da MTV, há esse pedido de se buscar 15 sucessos da carreira e mais 4 ou 5 canções novas ou pouco conhecidas... Acho que isso acontece com todos, né...", ele divaga. A inocência é a arma de quem se esconde fora do tempo. O repertório que o obriga a voltar aos tempos idos das canções também o carrega pela própria memória e se tem algo que vale a pena, de forma ímpar nessa turnê, é o encontro que lhe impuseram com o ontem. Paulinho lembra os amigos, lembra os parceiros, lembra as histórias. Passa por Capinam e Élton Medeiros, Eduardo Gudim e Arnaldo Antunes. Marisa Monte e até Jair Rodrigues - que brinca se chamando de 'parceiro' por ter criado o "lá iá, lá iá" no final de "Foi um rio que passou em minha vida". É um projeto que aponta pra trás.
Talvez a idéia de embarcar na máquina do tempo que é o "Acústico MTV" seja justamente trazer Paulinho de volta ao mercadão pra viabilizar um amanhã produtivo. Foram as primeiras apresentações dele depois da morte do pai, César Faria, mas essa perda curiosamente não afetou o show, nem o sorriso, nem a mansidão de Paulinho. No palco há um tempo próprio dele, daquela obra. Os sambas espalhados pelos discos de pupilas como Marisa Monte e Teresa Cristina são o caminho mais fácil pra ele, apesar dessas canções não terem espaço no formato desgastado da eme-te-vê.
Como show dele não consegue ser ruim, esse é bom. A banda é boa, o repertório é genial, mas é limitador. Envolveram Paulinho nesse relógio ao contrário e ele samba como pode. Tenta entender em que porto está, querendo pegar o barco e partir pra outro lugar. Mas hoje, não. O tempo é outro.
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