3 Nada a Ver
Para Esvaziar a Cabeça de Pautas pela metadeNada a ver
Certas coisas dão bloqueio. Não adianta insistir, a mão treme, a cabeça se esvazia, a tela se mantém branca. Nada. Mas aí vem uma notícia no jornal, e quando dá no jornal é porque o assunto já tá velho.
Tem um sujeito que é fantástico, bom demais, do nível de Tom Jobim. E acima de Sérgio Mendes, Paulo Moura e Eumir Deodato. Portanto, um maestro. O nome do gênio é Moacir Santos, saxofonista em primeiro lugar. Do nível de um Victor Assis Brasil.
Esse cara é pouco conhecido por aqui – você já ouviu história parecida? – porque ainda novo, foi exercer o talento lá fora. No caso dele, nos Estados Unidos. Me recuso a entrar numa de dizer que o cara é portanto uma vítima. Se foi, é porque achou melhor. E se não voltou é porque acha melhor. Tudo na vida envolve decisões com perdas e ganhos, e é claro que nada é tão simples. Mas o Brasil ficou sem show de um gênio durante anos.
Coisas é um dos discos fundamentais da vida. Para além de listas dos não sei quantos melhores de não sei que categoria, é uma obra linda, forte, densa e pop, leve, de vanguarda, daquelas que caem bem na receita inequívoca do respeito à tradição popular com curiosidade sem concessões pelo moderno e erudito. Sim, tudo começou com Villa-Lobos. Todos os naipes de metais do Brasil que não são funkeados passam por ele – com ou sem a consciência do arranjador.
Pois bem, vou respeitar meu bloqueio e só te indicar isso. Existem pessoas livres. Você já tinha chorado com uma entrevista antes?
Nada a ver
Já cansei de ouvir mais uma vez o disco novo do Chico Buarque. Não gosto, é chato. Pronto.
Nada a ver
Reggae B toca a última terça de julho esta semana. Para quem entende de reggae, para quem acha que Kaya é o pior disco do Bob Marley, para quem acha que o reggae tá mais perto do rock ou do soul do que do forró, para quem entende a linha que começa no ska, passa pelo dance hall e dub, e vai para no reggaetón. Ou, em resumo, sem ioiô. Bidu e Marlon estão destruindo nos trombones, e um espetáculo de trombone ao som de reggae com Bi Ribeiro e João Fera em segundo plano não é pouca coisa para terça à noite.
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