Estudando os ruídos
Há um mês, o site Pitchfork - que hoje em dia é uma das maiores referências em informação musical do mundo - publicou uma entrevista com Tom Zé. A conversa em si já é boa, mas fica ainda melhor quando analisada sob o prisma dos ruídos da comunicação. Logo no início, o jornalista Joe Tangari registra esse desacerto explicando a engenharia que foi criada para que ele, que não falava português, fizesse uma entrevista com um Tom Zé, que não respondeu em inglês.
Alguns erros de tradução são evidentes e dão ainda mais charme à conversa. Falando com Tangari, ele disse ao sobremusica que a tradução de suas perguntas e das respostas de Tom Zé foram feitas por um português e não por um brasileiro. Isso explica o porquê de se traduzir "Tô ficando atoladinha" como "I'm becoming crazy".
Vale a pena lê-la. Tom Zé, desde que foi descoberto por David Byrne, é endeusado lá fora e talvez seja, junto com os Mutantes, o grande ícone internacional do tropicalismo. Talvez mais do que o próprio Caetano. A entrevista é bem divertida. Mais divertida do que a que o Tom Zé deu ontem para o Jô.
1 Opine:
A entrevista é sensacional, Tom Zé é um gênio. Engraçado notar uma certa defasagem, já que esse disco de que eles falam já tem mais um ano que foi lançado aqui no Brasil. Inclusive, já tem um álbum novo dele lançado mês passado, que é legal - mas não se compara à obra-prima que é o Estudando o Pagode.
Não vi a entrevista no Jô Soares, mas já faz muito tempo em que o Jô Soares não tem mais programa de entrevistas, mas um talk-show onde o convidado é quem menos importa. A entrevista no Roda-Viva, no ano passado, foi muito boa.
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