A utopia como arma
Fato é que o grupo sempre fez isso repetidamente. Não era um, dois ou três dias. Era quase diariamente no seu blog. Utilizavam – e o continuam fazendo – o próprio site para propagar idéias positivas, cientes do público que os consome e tentando informar para esta galera coisas que muitas vezes fogem aos olhos de quem não presta atenção em evidências. É um papo utópico, sim, do “faça sua parte”, “pesquise sobre o seu candidato nas próximas eleições”, “leia mais sobre a abusiva taxa de impostos no Brasil”, “pelo fim do voto secreto na câmara dos deputados”, mas é fundamental. A utopia é fundamental.
O Arnaldo Bloch escreveu sobre isso, no último domingo no Globo (caso queira ler, procure pelo post do dia 29 de julho de 2006, no blog do jornalista). No caso, ele focava a questão sobre os conflitos no Líbano. Mas o discurso serve igual. Os Detonautas não se cansam de correr atrás da utopia. Fizeram passeatas solitárias no Rio de Janeiro durante os jogos do Brasil na Copa, para se manifestar contra a violência que lhe tirou um irmão, como eles dizem. Pediram para os fãs irem a shows com faixas e roupas pretas em “n” situações para protestar contra não-sei-o-que, reclamaram dos teatros das CPIs, incentivavam a leitura diária dos cadernos de política dos jornais, enfim. Mais do que um discurso politicamente correto, a banda sempre transpareceu verdade nos seus textos porque, vez ou outra, não se agüentavam e escreviam também de como é bom viver sabendo que, a cada dia, está se realizando um velho sonho. No caso deles, de serem músicos famosos que viajam por todo o país tocando.

Não sei quais e quantas dessas histórias remotas são verdadeiras. Mas todas servem para retratar a eterna crença na utopia como forma de transformação, seja do seu infinito particular ou do universo ao seu redor. Pode parecer uma gotinha no oceano, mas esse trabalho que a banda faz através de seu blog tem uma importância muito grande a longo prazo sobre toda uma geração que está se forjando agora e que vê na música e na internet duas ferramentas complementares de diversão e informação. O som da banda ainda não me convenceu, mas até nesse sentido, percebo uma busca por evolução. Eu respeito muito os Detonautas.
Pode ser uma grande utopia minha acreditar em todo esse discurso da banda. Pode ser que venham me dizer que isso é ferramenta de marketing. Pode ser que venham dizer que estou sendo ingênuo. Mas eu prefiro acreditar na utopia.
2 Opine:
po cara, belo texto o seu. estou plenamente de acordo, parabéns =]
abraços virtuais
Também prefiro acreditar na utopia!
Abraço
Igor Gabriel
P.S: e aí já voltou mané??
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